STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

𝐒𝐞𝐚𝐬𝐨𝐧 𝐅𝐢𝐧𝐚𝐥𝐞 ● Tempestade.

Eu me lembro... De um dia de chuva...

A TEMPESTADE FORÇAVA QUE aquele início de tarde se transformasse em uma quase noite. Nuvens de chuva escurecidas rodeavam aquela fábrica por todos os lados. Tão cinzas quanto as paredes feitas de concreto, tão assustadoras e frias quanto o disparo brilhante que sempre explodia segundos antes dos trovões.

Os Salvadores estavam aflitos e agitados. Não era pra menos. O nível da água começava a se tornar preocupante, a nossa localização estava muito próxima de um dos sistemas de esgotos da área urbana e todo o lixo acumulado durante anos fazia com que o fluxo da água não escoasse o suficiente.

Desci rapidamente todo aquele lance de escadas até o pátio no térreo. Pelo menos com a melhor velocidade que eu conseguia carregando um peso extra dentro do meu macacão. Afinal, estávamos entrando no nono mês e toda a extensão da minha barriga me tornava levemente mais lenta e menos habilidosa.

Fui surpreendida pela pegada molhada assim que pisei no pátio, o percebendo completamente ensopado por uma fina camada de uma poça, o resultado de toda aquela infiltração.

Olhei ao meu redor assim que tentei prevenir os meus passos cuidadosos contra o piso escorregadio. Notei as pessoas que se agitavam de um lado para o outro no meio daquele espaço obscurecido.

Mães acalentavam crianças assustadas pelos trovões, homens carregavam tábuas de madeira e tentavam prendê-las contra os vidros que cediam pela tempestade, assim como mulheres fechavam frestas por onde toda aquela água ainda insistia em entrar.

Laura acabou vindo em direção contrária enquanto mantinha passos muito apressados em minha direção. O fato do seu corpo estar completamente ensopado acabou chamando a minha atenção com curiosidade, já que ela também parecia muito cansada.

— Como vocês conseguiram viver nesse lugar por tanto tempo sem consertar as infiltrações?! — Perguntei para a garota assim que ela se tornou próxima, aumentando a minha voz acima do barulho ensurdecedor da tempestade de vento do lado de fora.

— Nunca tivemos uma chuva tão intensa quanto essa! — Ela gritou de volta assim que abriu os seus braços e continuou o seu caminho por mim até se direcionar para uma grande caixa de madeira que estava guardada contra uma das paredes do salão.

Vi quando a garota retirou um rolo de arame fino e liso de dentro da caixa, assim como um alicate de ponta cortante. Aquilo pareceu ser o suficiente para os seus planos quando Laura passou uma das mãos pelas mechas escorregadias que se soltaram do seu coque apertado, as retirando da volta do seu rosto, quando voltou a se aproximar e me deixou para trás ao passar por mim de novo.

Acabei seguindo os seus passos apressados com o meu olhar, inicialmente, e continuei observando a garota subir uma das escadas que daria para o lado de fora do Santuário, me tornando ainda mais curiosa assim que vi aquela porta se fechar atrás de suas costas.