STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. VIII) Ano VI p.e. ⎥ Sempre ao passado.

O CUIDADO DELICADO ERA EXIGIDO nos movimentos em minhas mãos, assim como a concentração mais firme dos meus olhos em direção às mesmas. Aprimorando o trabalho de rodear por entre os dedos uma faixa de gaze e circular por toda a extensão desde o pulso até as pontas. Demorando longos segundos antes de finalizar com um pedaço colante seguramente na parte interna do meu pulso.

Puxei a respiração com força assim que me dei por satisfeita e abaixei sobre a beirada da pia a mão com curativos finalizados.

Encarei diretamente o espelho envelhecido daquele banheiro e encontrei a minha imagem mais tranquila, apesar de seriamente sombria.

O meu rosto parecia o mesmo, assim como a conhecida chama sarcástica em meus olhos, mas, por outro lado, os problemas ainda pareciam perturbar a áurea que os rodeavam.

Virei o meu olhar para à esquerda, observando o chuveiro agora deixado de lado. E, apesar de todas as louças daquele banheiro testemunharem os últimos acontecimentos da noite passada, ainda havia um tímido fantasma agarrado em minha garganta como um nó apertado. O receio.

Nós não ficaríamos por muito tempo. Daryl não queria ficar no Santuário. E mesmo sabendo que ainda precisávamos conversar com Rick e explicar a situação, aquele assunto ainda chegava até mim como uma desistência, algo que me deixava frustrada. Eu não gostava de deixar as coisas simplesmente irem assim, como se eu fosse fraca demais – ou incompetente demais – para admitir que não daria certo.

Mas, tentei respirar algumas vezes quando voltei a encarar a pia. Não desistir parecia cobrar um preço muito maior do que apenas a decepção de algumas pessoas. Afinal, se toda essa missão se concluísse às custas do meu amor e da boa convivência com alguém tão importante quanto a minha família, eu não deveria pensar duas vezes antes de deixar isso ir.

Voltei a encarar o espelho, ensaiei um sorriso calmo no rosto e caminhei para fora daquele banheiro com a ideia fixa em mente. A nossa família é mais importante, esse seria o nosso lema. E nada poderia impedir que esse objetivo fosse preservado.

Percebi o homem perto do balcão assim que voltei até o nosso alojamento naquela manhã. O sol parecia iluminar com mais intensidade através dos quadrados de vidro das janelas e brilhavam contra o par de asas deteriorando-se, mas, ainda resistindo ao tempo atrás das costas do Dixon parado em frente ao pequeno fogão elétrico.

Entretanto, o meu alvo inicial foi o garoto já pronto praticamente do outro lado do cômodo.

Daryl havia vestido as roupas confortáveis em Devyn, já que a minha mão estava repuxando os pontos levemente ressecados. Agora, o caçador havia o colocado sentado em sua cadeira de alimentação enquanto o bebê esperava o café da manhã encostado contra o estofado macio e brincando com alguns brinquedos de borracha; e que acabou recebendo um beijo carinhoso no alto da sua cabeça assim que o alcancei e me curvei com um sorriso em sua direção.