(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Coração.

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O PRIMEIRO PISCAR DOS MEUS OLHOS foi rápido e um pouco ardido

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O PRIMEIRO PISCAR DOS MEUS OLHOS foi rápido e um pouco ardido. Parecia que estavam colados com areia e cisco. Mas o próximo passo foi levar uma mão até eles e esfregá-los com a satisfação de um despertar.

Observei o espaço à minha volta e notei as paredes amadeiradas rodeadas por algumas janelas com pesadas cortinas até o chão, deixando que a pouca luz entrasse através dos vidros graças as tábuas de madeira cobrindo parte delas.

Eu permanecia deitada sobre a alta cama Vitoriana com seus lençóis brancos amarrotados. O meu rosto ainda parecia um pouco amassado quando rolei o meu olhar pelo quarto e encarei as mesinhas, penteadeira, cômodas e quadros antigos com molduras douradas. Porém, não apenas isso. Também fui capaz de perceber a garota de cabelos escuros e presos em um rabo de cavalo comprido.

Tara estava de pé em frente a penteadeira perto da janela. A mulher recarregava a arma que ela tinha em mãos com suas balas douradas como se tivesse acabado de limpar e fazer a manutenção da mesma. E apesar da Chambler estar justamente de costas para mim, da minha posição era possível ver a sua imagem refletida no espelho do móvel. O olhar baixo, as sobrancelhas escuras e os lábios apertados.

— Porra... — Xinguei dentro de um suspiro de ressaca quando fiquei sentada sobre a cama e senti o meu corpo pesado. — ...Por quanto tempo eu dormi? — Perguntei confusa passando meus dedos por meu cabelo bagunçado e sentindo as suas raízes ensopadas de suor no mesmo momento que a mulher surpreendida se virava em minha direção.

— Umas oito horas, ou mais. — Deu de ombros quando voltou a encaixar o seu pente carregado dentro da arma e a engatilhou perfeitamente, acionando a trava de segurança logo em seguida. — Eu disse para não passar tanto tempo acordada, parece que um caminhão te atropelou... de novo. — Comentou guardando a arma no coldre enquanto me observava encarando confusamente todos os móveis ao redor como se ainda não fizesse ideia de onde eu estava.

— Você está bem? — Aquela era a única questão importante no momento. Mesmo praticamente desmaiando de exaustão por tantas horas, o que eu sabia – irresponsavelmente – que não me faria bem. Eu tinha noção disso quando a encarei com preocupação.

— Estou bem. Não senti nenhum sintoma até agora. — Garantiu sacudindo a sua cabeça de forma positiva, seguindo o mesmo movimento com os seus ombros.

— Oh, graças à Deus. — Sussurrei baixinho ao mesmo tempo em que ela se aproximava até ao meu lado naquela cama, mas acabei franzindo o meu cenho com asco quando não me senti muito bem.

— E você? Está sentindo alguma coisa? — Tara pareceu perceber o meu desconforto assim que engoli em seco e passei o meu olhar sobre os lençóis da cama.

A minha língua parecia estar sendo puxada para dentro do meu esôfago com o peso de chumbo. Além disso, a reviravolta em meu estômago estava começando a se tornar um grande redemoinho insistente, me impedindo de ignorá-lo enquanto aquela dor surgia em meu abdômen.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora