(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Vinculado.

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O CÔMODO TINHA PAREDES CINZA QUASE AZULADAS

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O CÔMODO TINHA PAREDES CINZA QUASE AZULADAS. Apesar de um pouco sufocante, graças a uma única basculante alta e próxima ao teto, era um lugar espaçoso e muito bem equipado, com um sofá, televisão, armários de cozinha, cama e etc... exatamente como uma casa planejada seria.

Nós dois estávamos sentados frente à frente em uma mesa de jantar. Eu já havia o explicado toda a minha odisseia desde o Centro Prisional, até a morte de Anton e a minha chegada em Alexandria após me unir ao grupo de Rick Grimes. E Simon acabou ouvindo tudo com concentração enquanto ainda mantinha a sua expressão séria tão misteriosa.

Ele se moveu após ouvir as minhas palavras apenas para retirar um mapa dobrado do seu bolso traseiro. Puxando o quadrado de papel e começando a desdobrá-lo sobre a mesa, sem nenhuma palavra, enquanto eu assistia meio confusa até que tudo estivesse disposto entre nós.

O mapa era claramente muito antigo, se deteriorando e rasgando como se tivesse sido aberto e dobrado várias vezes durante todo esse tempo.

— Está vendo cada "cruz" preta nesse mapa? — Questionou apontando o seu queixo em direção à alguns pontos específicos demarcados por caneta esferográfica. E eu encarei os pontos sublinhados como se fossem importantes. — Esses foram todos os lugares aonde procurei por você. — Explicou apoiando os seus dois antebraços sobre a mesa e respirando fundo antes de soltar todo o ar dos seus pulmões, parecendo cabisbaixo.

Tentei identificar cada local marcado pelo "X" e acabei reconhecendo alguns da minha outra vida. Do meu cotidiano enquanto ainda estava vivendo entre a cidade e o Centro Prisional. Mas, após sair daquela prisão junto com Anton, eu não havia parado por muito tempo no mesmo lugar para esperá-lo.

Uma parte de mim estava comovida. Saber que ele havia procurado por mim havia me deixado, de certa forma, um pouco culpada. Eu havia procurado por informações sobre o seu novo endereço nos primeiros dias, mas havia desistido rápido demais quando tudo pareceu inútil e o cerco dos mortos nos fechou em Atlanta.

E isso me fez sentir como se eu devesse alguma coisa para ele agora.

— Eu estive na casa da mamãe logo quando saí de Jackson. — Apontei para o local aonde estaria o bairro de Davine. — Mas ela já havia se tornado um caminhante e devorado os próprios pinscher. — Expliquei apertando os meus lábios com pesar e aflição. Pelos cães, não por ela.

— Bem, isso é bastante irônico, certo? Ela amava aqueles cachorros mais do que os próprios filhos. A vida tem umas piadas cretinas. — Arqueou as sobrancelhas tentando fazer uma piada. O que funcionou, já que eu esbocei um mínimo sorriso triste e continuei:

— Ainda não havia recebido o seu endereço, então tentamos descobri-lo no banco de onde você mandava os meus cheques. — Apontei para o local aonde eu achava ser o banco. — Mas havia um acampamento detonado lá e estava lotado de monstros. Anton acabou se ferindo em um portão e tivemos que nos abrigar no subúrbio. Ele morreu em um shopping em seguida. — Continuei explicando ao engolir em seco com pesar. — Depois disso, encontrei Daryl e ele me ajudou a ser aceita no grupo do xerife. Nós ficamos em uma pedreira durante algum tempo... — Arrastei o meu dedo até a margem do rio. — Depois nos abrigamos em uma fazenda no interior. Seguimos para uma prisão e então para uma igreja. Tentamos chegar em Washigton, mas desistimos no meio do caminho. Voltamos para Atlanta e tivemos um funeral no cemitério da cidade. Só então tentamos atravessar a Virginia e achamos Alexandria. — Finalizei arrastando a ponta do meu indicador para todos os lados.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora