(Vol. VII) Ano IV p.e. ⎥ Demônios.

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O ÚLTIMO PARAFUSO DAQUELA DOBRADIÇA estava quase saindo, mas ainda estava dificultoso

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O ÚLTIMO PARAFUSO DAQUELA DOBRADIÇA estava quase saindo, mas ainda estava dificultoso. O ferro sendo deteriorado pelo tempo parecia colado e as minhas mãos suadas começavam a escorregar pela haste metálica todas às vezes que eu tentava forçar ainda mais para tirá-lo. Estourando os calos formados pelo trabalho intenso e pintando de vermelho através do sangue subindo até a superfície.

Os meus braços já estavam exaustos e a minha respiração ruidosa estava cansada quando aquele parafuso finalmente caiu aos meus pés de maneira dramática.

— Finalmente! — Resmunguei irritada quando apoiei as duas mãos machucadas em meus joelhos e tirei um pequeno momento para respirar e descansar os meus músculos fadigados.

Voltei a encaixar a haste agora na brecha da porta e tentei puxar a madeira de alguma maneira para que ela se abrisse.

Esse tipo de coisa parece ser mais fácil em filmes.

A porta ainda estava sendo segurada pela maçaneta trancada do outro lado e, por isso, não importava o quanto eu encaixasse e puxasse a madeira contra mim, ela nem ao menos fazia menção de se mover.

Rangi os meus dentes e soltei um rugido frustrado igualzinho a uma criança fazendo birra.

— Mas que... merda! — Briguei me afastando alguns passos e comecei a chutar a porta algumas vezes, de maneira constante e forte, tentando conseguir algum resultado positivo até que ela cedesse.

Tudo o que consegui foi uma dor aguda abaixo do meu ventre, exatamente como se uma agulha de tricô estivesse sendo enfiada em minha carne. Me fazendo parar de chutar instintivamente, me curvar para apoiar uma mão no joelho enquanto a outra ia direto em cima da dor, tentando aplacar a sensação ruim.

— Ok... ok! Eu entendi! — Me rendi respirando fundo algumas vezes até que a dor melhorasse um pouco, antes de me tornar ereta e encarar aquela porta com frustração. — Ela abre de fora para dentro. Chutar é inútil, você tem razão. — Concordei apertando os meus punhos com força.

Continuei apenas encarando aquela porta enquanto me alternava em andar de um lado para o outro naquele cômodo ainda trancado. Apoiei uma das mãos em minha cintura enquanto a outra coçava a nuca, sentindo o meu cabelo escorregando pelo elástico que o prendia. Eu precisava pensar em alguma coisa. Rápido.

O som de algo estourando me fez parar em alerta. Meus olhos se arregalaram de surpresa quando os meus ouvidos perceberam que o som era muito próximo. Como se fosse há uma ou duas salas perto dali.

Caminhei apressadamente em direção a haste no chão para pegá-la. A sua ponta estava amassada pelo recente trabalho e, talvez, isso se tornasse útil como uma lança.

Me posicionei ao lado da porta e segurei aquela haste como um arpão. Ficando o mais silenciosa possível e rezando intensamente para que os movimentos que eu começava a ouvir não se aproximassem daquele cômodo. Afinal, se fossem os desgraçados que invadiam, eles não pensariam duas vezes antes de me matar também. E se fosse Jenna quem estivesse voltando, com certeza ela me acertaria por ter desparafusado a porta.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐈𝐈] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora