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Giovanna 🍃:

Acordei assustada com o celular do Marcos tocando sem parar e olhei para ele que parecia que tinha acabado de acordar também.

Caccini: fala - falou assim que atendeu a ligação.

Procurei meu celular para ver a hora e era 3:20 da manhã, coloquei a mão na cabeça sentindo ela latejar e olhei para o Marcos.

Caccini: porra - falou preocupado e levantou da cama - quem é que tá invadindo?

Olhei preocupada e ele ligou a luz do quarto e foi procurar alguma coisa no closet,fui atrás dele que ainda falava no celular.

Caccini: claro que eu vou,daqui a 15 minutos tô aí - suspirei e ele desligou a ligação.

Giovanna:  o que aconteceu? - perguntei e ele me olhou vestindo uma calça.

Caccini: tá tendo invasão na Rocinha - passou a mão na cabeça e se abaixou abrindo um chão falso que eu nem sabia que tinha ali ,e pegando uma caixa.

Giovanna: e você vai? - perguntei preocupada e sentindo meu coração acelerar - quem tá invadindo?

Caccini: bope e a federal - engoli em seco e ele vestiu uma blusa de manga longa,e um colete por cima - é o morro de um parceiro meu,ele ligou pedindo ajuda.

Giovanna: conheço ele - falei e ele me olhou - mesma facção do alemão.

Ele concordou e terminou de se vestir,foi para o banheiro e depois saiu voltando para o closet e pegando uma mala preta grande.

Fiquei encarando ele que abriu a mala para conferir alguma coisa e olhei vendo que tinhas umas armas dentro, desviei o olhar e voltei para a cama deixando ele lá.

Tava nervosa e não vou negar, afinal é a bope que vai está invadindo e de quebra a federal também. Quando eles se juntam não é para pouca coisa,sempre fazem um estrago enorme e eu sei muito bem disso.

Caccini: não fica preocupada - levantei o olhar quando escutei sua voz - só vai ser uma ajudinha, vai dar tudo certo.

Giovanna: só tome cuidado,por favor - falei apreensiva e ele concordou - eu não quero que aconteça o que aconteceu da última vez.

Caccini: não vai - suspirei - eu prometo - concordei e ele me deu um beijo rápido - amo você.

Giovanna: te amo - abracei ele,mas logo ele saiu do quarto levando a mala preta.

Suspirei sentindo todo o meu coração acelerar e levantei indo até a janela daqui do quarto dele. Ainda estava tudo escuro,não tinha ninguém na rua,mas logo saiu uns caras da casa daqui da frente e já tinha três carros também.

Vi o Marcos falar com os homens e logo entrar no carro junto deles, fiquei olhando eles saírem daqui queimando pneu.

Fechei a cortina e voltei para a cama na intenção de voltar a dormir,porque mais tarde eu tenho que ir trabalhar,mas eu não consegui pregar o olho de jeito nenhum.

Fiquei o resto da madrugada toda acordada e sempre entrando no twitter para ver se tinha alguma notícia,mas eu só via o pessoal postando que as coisas estavam quente lá e que nenhum dos lados queriam ceder.

Que eles só estavam com uma meta para cumprir lá,só não sabiam o que. Fiquei a madrugada todinha martelando isso,já tinha dado 6:00 da manhã e já passava no jornal a invasão.

Quando já estava perto das 7:00 da manhã, ninguém postava mais nada no twitter,mas nenhuma atualização e não estavam dando mais nenhuma interferência nos anúncios da TV para atualizar.

E só acontece isso quando a polícia consegue o quer,ou quando os meninos do morro mata alguém de cima. Fiquei preocupada principalmente com o Marcos,ele também é importante nesses negócios da facção.

Já estava na hora de eu ir trabalhar e eu não estava nenhum pouco afim. Mandei mensagem para a Martina perguntando se ela estava sabendo de alguma coisa e não demorou muito para ela responder, dizendo que só ficou sabendo que a polícia tinha matado alguém importante do morro e que a invasão já estava acabando.

Martina: cara, ninguém falou ainda quem é,só falaram que era uma pessoa muito importante lá na comunidade. Mas que ainda estão vendo se é verdade,para não espalhar notícias falsas. - falou pela ligação

Giovanna: será que foi o dono de lá? - perguntei assim que entrei no meu carro.

Martina: acho que sim,viu. Mas se não foi ele,foi alguém perto de ser - suspirei e coloquei meu celular no apoiador daqui do carro.

A gente estava se falando por chamada de vídeo. Liguei o carro e fui conversando com ela até chegar na empresa onde trabalho,quando estacionei o carro ela falou que tinha que desligar e entrei na empresa para começar a trabalhar,mesmo com a cabeça longe e pensando no Marcos,e em todos do morro.

Já tinha umas meia hora que eu estava aqui, quando começou a chegar várias mensagens da Martina. Várias fotos e áudios, comecei a escutar os áudios enquanto as fotos ainda não carregava, até chegar na parte onde falam quem eles tinham matado.

" Foi a mulher do patrão, porra. Qual foi, caralho, mataram a Gabriella, mataram a patroa" .

" Eles mataram a mina na frente do filho dela".

"Rebanho de cu azul,bando de arrombado"

" Tatu tava de truta com os cu azul, filho da puta tinha morrido coisa nenhuma "

Meu coração começou a acelerar quando escutei os áudios, mataram a Gabriella. Ela era a minha psicóloga.

As fotos tinham carregando e era de um chão cheio de sangue e várias munições no chão. Senti uma vontade enorme de vomitar e saí da minha sala rápido indo em direção ao banheiro.

Fiquei um tempo ali e não consegui vomitar,só vinha a vontade e nada. Lavei meu rosto e voltei para a minha sala, peguei meu celular para responder a Martina quando ela mandou outra mensagem.

" Marcos tá no postinho lá da Rocinha,foi atingido ,mas não foi nada de muito grave"

Sentei na cadeira sentindo minha vista escurecer e coloquei a mão na cabeça.

Que merda.

Comentem e deixem sua estrelinha, bjs!

química bandida. Onde histórias criam vida. Descubra agora