Capítulo:09

1.8K 125 4
                                    


Eu já estou me acostumando com o ritmo do serviço e nem acredito que já faz vinte dias que trabalho  aqui a dona Ana próxima semana já vai embora.

Pelo que ela me falou, vai viajar e aproveitar um pouco da vida agora que se aposentou por tempo de trabalho.

Eu estou feliz por ela e lhe desejo boa sorte e agradeço a ela por me ensinar tudo que ela sabe e a mesma começou a chorar.

Eu tenho certeza que é por causa que ela vai embora depois de conviver tanto tempo nesse trabalho. Porque ela me falou que trabalha aqui desde muito nova.

Durante a noite eu mesmo estando exausta não consigo dormir direito com certeza não vou conseguir nunca dormir uma noite toda.

Porque na certa o meu corpo já tá acostumado com essa rotina e mudar não vai ser fácil. 

Às dez da noite, me levanto e vou até a cozinha pegar um pouco de água e acabo me assustando com o senhor Pietro.

Eu fico aliviada de está vestida ele me olha como se eu fosse de outro planeta.

— Ainda acordada, senhorita Ayla. – Ele terminou de tomar sua água.

— Me desculpa senhor, não sabia que estava aqui só vim pegar um pouco de água. – Eu evito olhar para ele 

— Não precisa se explicar, fique a vontade você já sabe se tiver fome durante a noite não precisa ter vergonha de pegar e comer. – Ele lava o copo e guarda até a boca.

— Obrigada senhor, mas sou de comer pouco. – Eu encho a minha garrafinha de água.

— Sério que você come pouco? – Ele tenta puxar conversa com ela.

— Sim senhor. Boa noite vou me retirar agora até manhã. – Eu vou na direção do quarto.

— Boa noite Ayla tenha lindos sonhos. – Ele dá um sorriso.

— É mais fácil eu ter pesadelo senhor. – Eu respondo e só então percebo que falei o que não devia.

Eu me pergunto porque o senhor Pietro quis puxar conversa comigo? 

Eu só respondi o que ele perguntou e saí de lá até porque se ele começar a querer fazer perguntas sobre a minha vida vou acabar sendo grosseira e não quero.

Vejo a hora e já são quase duas horas consegui dormir pouco, só três horas as cinco me levanto vou até o banheiro faço a minha higiene e vou preparar o café da manhã.

O dia se passou rápido parece que o tempo está contra mim porque não queria ficar nessa casa sozinha com o senhor Pietro.

Eu não confio nos homens por mais que tento não consigo e pelo visto ele já percebeu isso porque noto que ele quer ganhar a minha confiança.

Eu até estou me acostumando, porém estou sempre em alerta e preparada para qualquer coisa que possa acontecer.

O final de semana chegou, tenho ficado na fazenda mesmo conversei com o senhor e perguntei se teria problemas se nas minhas folga ficasse no meu quarto na fazenda.

Eu mesmo morta de vergonha perdi a permissão para ele já que não tenho para onde ir.

Ele ficou estranhando, porém logo parou de fazer pergunta e aceitou que eu ficasse, porém ele falou que não queria me ver fazendo serviço pela casa.

Hoje é sexta-feira, o último dia da dona Ana na fazenda.

O senhor Pietro me mandou fazer algo especial para o almoço e falou para me juntar a eles no almoço e não aceitava não como resposta.

Eu nem consegui falar nada ele foi embora me deixando lá na cozinha caramba que homem mandão meu Deus do céu.

Eu penso se aceito ou não e acabo aceitando já que a dona Ana, foi tão legal comigo e não posso fazer uma desfeita dessa com ela.

Continuei a fazer o meu trabalho já que a dona Ana fez questão de me ajudar no preparo do almoço enquanto ela prepara a salada vejo se a lasanha está pronta.

Meio dia o almoço já estava na mesa até que tentei me safar sem sucesso acabei me sentando na mesa junto com eles.

— Vamos fazer um brinde a você, vó Ana. Eu espero que você não me esqueça e venha me visitar sempre viu se não vou lhe buscar. – Ele coloca três taças na mesa e abre o vinho.

— Sempre que der venho lhe visitar filho você sabe que tenho você como meu neto. – Ela pega um pedaço de lasanha e coloca em seu prato.

— Senhor Pietro, eu não tomo bebida com álcool então não coloque para mim. – Eu deixo que eles coloquem suas comidas e só depois que coloco a minha.

Eu odeio álcool principalmente quando aqueles malditos jogavam em mim.

Eu só coloquei um pouco de arroz, um pouco de feijão e um pedaço de carne e um pouco de salada. Porém fico observando eles me encarando não falo nada.

Eu brindo com suco enquanto eles tomam o vinho tinto só com o cheiro me veio lembranças do passado cheio de dor.

Aqueles homens derramando vinho em cima de mim enquanto aquele cretino ficava só observando tudo com seu charuto.

Eu tento ficar ali até o final, só que não conseguir continuar se não sair vou acabar vomitando e não quero isso.

— Senhor Pietro, dona Ana já terminei então vou me retirar. – Eu tento não respirar ali.

— Você não comeu nada menina assim vai acabar ficando doente. Meu neto como mais que você. – Ela acha tudo estranho, porém fica na dela.

— A vó Ana, tem razão senhorita Ayla, você come menos que uma criança de doze anos. Eu não quero ninguém doente até porque comida tem a vontade para comer. – Ele fica observando ela e o jeito que ela ficou desde que ele abriu o vinho.

— Eu estou bem, vocês não precisam se preocupar com licença. – Eu pego meu prato e seguir para cozinha.

Eu chego lá e corri direto para o meu quarto e ao entrar no banheiro vomitando o pouco que comi.

Merda! Até quando isso vai acontecer comigo? Será que vou conseguir ter uma vida normal algum dia? 

À tarde passou num piscar de olho a dona Ana, se despede e vai embora chorando com a promessa que voltaria para visitar o chefe.

Eu fico olhando de longe e vejo o seu Pietro limpar o rosto, será que ele também chorou? 

Eu fico na minha até porque não é da minha conta se ele chora ou deixa de chorar né mesmo dona Ayla.

Eu sirvo o jantar dele às vinte horas e  fico no meu cantinho e até para ver se ele vai me pedir alguma coisa.

Eu estou sentada na porta da cozinha quando sou chamada e ao chegar ele fala que posso retirar a mesa.

Eu lavo a louça do jantar, a cozinha já está organizada e limpa, então guardo o avental, pego minha garrafa de água e seguir para meu quarto.

Eu não quero correr o risco de dar de cara com meu chefe no meio da noite, ainda mais agora que só tá eu e ele nesse casarão

O fazendeiro delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora