Capítulo:57

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Eu chego na cidade, vou direto no cartório, sorte que tem pouco gente, só três pessoas na minha frente.

Eu sou chamado e entrego os documentos a moça registra enquanto isso vou fazendo algumas perguntas e ela vai respondendo.

Eu termino e no final leio tudo com atenção e assino e vai levar quinze dias para ficarem prontos e se ficar antes vão entrar em contato comigo.

Eu agradeço e vou para o mercado comprar o que minha flor mandou.

Após chegar estaciono o carro e vou pegar um carrinho o mercado fica a cinco minutos de carro do cartório o que é bom para mim.

Eu pego o papel no bolso e só então percebo que peguei dois, o primeiro está notado o que é para comprar ela tem uma letra bonita.

Eu olho o segundo papel e vejo as mesmas coisas porém algumas coisas rabiscadas porém dá para entender o que está escrito: ela passou a limpo e deixou de fora as coisas dela.

Eu acabo rindo sem acreditar que ela fez isso quando ela vai entender que não tem porque ter vergonha de me pedir para comprar as coisas que ela precisa? 

Eu sou homem mas sei comprar essas coisas até porque não vai ser a primeira vez que compro sempre que ia na vovó ela mandava que minha pessoa comprasse.

Eu pego tudo que tá na lista e depois vou pegar o que ela rabiscou sei qual é o melhor pego um noturno e outro para o dia.

Eu pego três pacotes de cada, já que o absorvente não estraga vejo a data de validade e coloco no carrinho.

Eu vejo o shampoo e peguei três kint nós usamos o mesmo então seguir caminhando pelo mercado o bom é que hoje em dia se encontra de tudo o melhor quase tudo né a e pego vários doces sei que ela gosta.

Eu fico na fila para pagar e uma senhora que está na minha frente está com poucas coisas no carrinho, fico observando e quando ela passar as suas compras fica olhando o valor.

Eu sei que ela está com dinheiro curto, já vi muito isso no Rio de Janeiro.

Eu ouvi a moça falando o valor e ela baixar a cabeça com vergonha e manda ela tirar o pacote de café do pequeno e uma cartela de Danone.

— Pode deixar moça eu pago as compras dela e pode passar três cesta básica completa para ela, e pra completa  mandar alguém trazer  mistura também. – Eu vejo a senhora com lágrimas nos olhos.

Eu sempre ajudo as pessoas que vejo que precisam de ajuda porque tenho condições e isso não vai me fazer falta, muito pelo contrário vou ajudar quem precisa.

— Muito obrigada senhor, nem sei como lhe agradecer os meus netos vão ter comida para comer graça a sua bondade a bondade de um estranho. – Ela agradece chorando.

Eu penso em como ajudá-la, começo a conversar com ela e aos poucos ela para de chorar o rapaz trás as três cesta básica no carrinho e as carnes que mandei trazer.

Enquanto a moça passa as compras a dona  Neide não parou de me agradecer e então perguntei sua ideia.

Eu fiquei surpreso porque ela tem só quarenta e sete anos, porém aparenta ter mais idade na certa essa mulher deve dá um duro danado para cuidar dos netos.

Eu penso em contratar ela para trabalhar três dias por semana na fazenda assim ela vai ter seu dinheiro.

No entanto, tenho que confirmar se ela é uma pessoa do bem porque não posso colocar qualquer pessoa dentro de minha casa, ainda mais sabendo que estão atrás da minha flor.

Eu pago as compras dela, depois a moça passa as minhas coloco no carrinho e pergunto se a dona Neide mora longe.

— Você mora longe dona Neide? – Eu caminho ao seu lado.

— Moro um pouco senhor. – Ela sorri e mais uma vez agradeceu a ele.

— Eu vou levar a senhora até sua casa, você só precisa me guiar no caminho. – Eu coloco minhas compras na frente e atrás as delas.

Eu vou lhe  perguntando as coisas e ela vai respondendo até aqui, vejo que a dona Neide é uma pessoa do bem.

— A senhora tem quantos filhos? A propósito me chamo Pietro. – Eu acabo rindo.

— Eu tenho duas filhas, uma está paraplégica depois que sofreu um acidente no trabalho, e a outra desapareceu depois que foi para São Paulo. – Ela  lhe mostra a entrada que ele tem que seguir.

— Mas o ex-patrão da sua filha paga o salário dela todo mês, né? E sua filha que foi para São Paulo não liga pra senhora? Não lhe ajuda? – Eu não entendo porque os filhos não dão valor os pais enquanto estão vivos.

— Que nada seu Pietro, ele até agora  não pagou nenhuma caixa de remédio para ela. Até tentei mais nada ele só faz falar que está vendo. E a que foi pra São Paulo, ela foi depois que recebeu um convite para fazer algumas fotos para modelo: e desde então não tenho mais notícias dela, isso já faz mais de um ano. – Ela aponta para a casinha.

Eu não sei, mas a minha intuição me diz que a filha dela caiu numa armadilha como as pessoas ainda caem nesses golpes sem saber quem está por trás?

— Dona Neide, o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS administra a prestação de benefícios, tais como auxílio-doença acidentário, auxílio-acidente, habilitação e reabilitação profissional e pessoal, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. E já que sua filha sofreu o acidente no trabalho e ficou na cadeira de rodas ela tem o direito de se aposentar por invalidez. – Eu desço do carro e ela faz o mesmo.

Eu vejo algumas crianças entre oito e doze anos vindo correndo de trás de casa, dois meninos e uma menina.

A dona Neide, apresenta seus netos e manda eles agradecer por eu ter feito uma compra para eles.

Eu acabo ficando emocionado com eles porque vejo o brilho nos olhos daquelas crianças e me pergunto onde está o pai deles.

Eu entro na casa e não tem quase nada na casa só o básico mesmo.

Eu coloco as cesta no chão da cozinha e as carne ela coloca em cima da pia e as crianças vão direto nos Danone.

— Dona Neide, a senhora pode me dar uma foto de sua filha que foi para São Paulo? Eu vou mandar alguns amigos meus de lá investigar para ver o que aconteceu com ela. – Eu tomo o copo com água.

Eu estava morrendo de sede e acabei esquecendo de comprar.

Eu me sento porque ela faz questão de me fazer um café e não recusei a casa, é simples porém limpa e arrumadinha com as poucas coisas que têm.

Eu aproveito para conhecer mais um pouco da família dela e conheci sua filha, ela tão jovem ainda e já nessas condições.

Eu explico para elas os direitos que a filha dela tem e que já era para está apresentada por invalidez.

Eu fico de mandar meu advogado para conversar com elas amanhã e me despeço de todas as crianças cada uma me dão um abraço e aquilo me deu uma sensação estranha, não sei explicar.

Eu segui o caminho de casa e vou pensando no que pode ter acontecido com a filha dela em São Paulo na certa ela deve ter caído nas garras de algum traficante de mulheres.

O fazendeiro delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora