Capítulo:20

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Eu  ligo a tevê e só passa tragédia principalmente com as mulheres. Elas são espancadas pelos seus companheiros e outras perdem suas vidas.

Eu me pergunto onde está a lei que foi criada para proteger nossos direitos contra esse tipo de violência.

Assim como  muita das vezes as mulheres que tomam coragem de  denunciar seus agressores no final acabam perdendo a vida. Porque a lei mais uma vez falhou
ao deixar esses malditos em liberdade.

Eu mesmo sei o que é viver nesse inferno e não desejo isso para ninguém.

Eu desligo a televisão e vou até o banheiro fazer  xixi e dormir. Porém  já previa que não  iria dormir tão  cedo hoje.

Após sair do banheiro seguir para cozinha pegar um pouco de água já que a minha acabou.

Eu peguei a garrafinha de água e abro a porta da cozinha e fico admirando o clarão da lua.

Eu me sento na porta e fico ali perdida nos meus pensamentos. 

Eu queria poder esquecer tudo o que passei hoje aqui neste lugar sinto um pouco de paz.

Eu quando estou conversando  com o Pietro até que me esqueço de tudo não sei como ele faz  isso mas  acontecer.

Eu repito fundo e falo para mim mesmo que não tenho que estar repetindo as mesmas perguntas o tempo todo. Porque acaba ficando cansativo, porém não consigo. 

É Ayla, se você não mudar esses pensamentos nunca vai conseguir seguir sua vida como uma pessoa normal mesmo não tendo.

— A senhorita não deveria estar no terceiro sono né mocinha. – Ele se senta ao seu lado.

— Que susto Pietro. Eu não estou com sono. – Eu tomo um pouco de água. 

— Ayla, você tem insônia? Já percebi que você dorme muito tarde. – Ele olha para a lua.

— Sim, o máximo que consigo dormir é quatro horas e quando consigo. – Eu fico imaginando como é ter uma noite de sono.

— Eu notei que todas as vezes quando venho até a cozinha a luz do seu quarto está ligada. Você já procurou alguma ajuda? – Ele sente o vento batendo no seu rosto.

— Para falar a verdade nunca me preocupei com esse detalhe e sem falar que não tinha tempo. A minha vida nunca foi fácil Pietro.... – Eu me calo antes de falar demais.

— Quando você for amanhã retirar o aparelho você conversa com o Dr, Luiz sobre isso. – Ele olha a luz da lua batendo no rosto dela.

— Não se preocupe que isso não vai me afetar em nada no meu trabalho se essa for sua preocupação chefe. – Eu acabo rindo.

— Ayla não tem nada a ver com trabalho sua teimosa. Porque se você não se preocupa com sua saúde eu me preocupo. Pois se você não falar eu falo com o médico por você. – Ele fala sério.

— É que já estou acostumada Pietro que nem me importo com isso. Eu sei que mais na frente pode ter consequência. – Eu respiro aquele ar puro da natureza.

— Isso mesmo e não quero que você tenha problemas sérios de saúde Ayla. Porque você ainda é jovem e tem toda uma vida pela frente. O que você gosta de ouvir para relaxar? Uma boa música é boa para relaxar. Assim você vai dormir feito um anjo. – Ele sorriu.

— Eu não só fã de música não. – Eu me lembro das noites de festa daquele maldito.

Eu fico tensa porém desfaço só me lembro das noite é mais noite de festa regada a bebidas,  droga, álcool.

— Ayla, você nunca ouviu música para dormir?  Não é possível porque quase todos que eu conheço fazem isso. Eu quando não consigo dormir coloco a música:  Weightless. Essa música me faz relaxar e acabo tendo um sono calmo e tranquilo. Vamos Ayla você tem que tentar se da certo comigo vai da para você também. – Ele espera ela responde.

— Eu não sei, porém não custa nada tentar né. Mas se não funcionar desisto. – Eu acabo aceitando de tanto que ele existe.

Eu vejo ele se levanta e logo em seguida o mesmo estende uma de suas mãos para me ajudar.

— Eu vou pegar meu celular lá em cima onde tem a música baixada e já volto. – Ele fecha a porta e vai para seu quarto. 

Eu não sei no que tudo isso vai dar mas sei que vai ser uma perca de tempo mesmo só aceitei por causa dele. 

Eu fico esperando que ele volte, com seu celular só então lembrei que não posso ficar perto de aparelho eletrônico até amanhã.

— Pronta para relaxar mocinha ? – Ele sorri e balança o celular no alto.

— Não vai dá esquecemos que não posso ficar perto de eletrônicos até amanhã. – Eu acabo rindo.

—  Já pensei em tudo não se preocupar com isso. Eu vou ligar na caixinha de som pequena assim você não fica tão próxima. – Ele  sorri.

Eu nem sei o que pensar ele vai na direção do meu quarto e fico sem ação. Porque ele não tá achando que vou deixar ele ficar lá mas nem morta.

Eu saí dos meus pensamentos quando ele me chama e me manda levar uma das cadeiras. O que ele vai fazer ? Será que vai bater na minha cabeça e depois vai fazer algo comigo?

Eu fico no mesmo lugar não me mexo e a vozinha falando no meu ouvido que ele vai me machucar, que ele é igual a todos e meu coração começa a bater mais rápido e o aparelho começa a apitar sem parar.

— Ayla, o que você tem? Ayla se calma o aparelho está apitando e se continuar assim o exame vai dá errado e você vai ter que repetir novamente. Você que ficar com isso o dia todo de novo? – Ele manda ela respirar com calma 

Eu só nego com a cabeça porque ninguém merece ficar ligado a esse aparelho o dia e a noite toda e ainda dá errado.

Eu faço o que ele falou e aos poucos vou ficando calma esse pânico ainda vai me colocar em mãos laçõe.

— Me desculpa por presenciar isso, que vergonha meu Deus. – Eu falo sem olhar para ele.

— Não tem que se desculpar Ayla, poderia acontecer com qualquer um. Só fique calma aqui você está segura e nada de ruim vai lhe acontecer eu lhe prometo. – Ele entrega um copo com água para ela.

— Obrigada Pietro. Mas já estou bem vou pôr meu quarto e você vai dormir que já está tarde. – Eu terminei de tomar a água.

— Já estou indo só me deixa colocar a música que falei: eu vou colocar a caixinha em cima da cadeira e deixar ela do lado de fora do seu quarto. Só preciso ajustar o volume à medida certa. – Ele vai na direção do quarto.

Eu vejo indo com a cadeira e fico só observando ele liga a música e acho um pouco estranha deve se porque nunca ouvi antes.

Após ele entrar e sair algumas vezes do meu quarto ele volta e fala que está tudo ok.

Eu lhe agradeço e ele vai por seu quarto ao entrar me deito e tento relaxar para ver se o sono finalmente vem. 

Eu me deito fecho meus olhos e foco naquela melodia e não sei que horas peguei no sono.

O fazendeiro delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora