Capítulo:64

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Eu estou com o meu coração a mil ao chegar na casa da dona Neide as crianças correram e abraçaram o Pietro.

Eu fico observando ele com elas e aí noto o quanto ele será um pai maravilhoso, só espero conseguir algum dia poder ter um filho dele.

— Amor venha aqui vou lhe apresentar às crianças. – Ele sorri.

Eu fico encantada com cada uma delas, cada uma com seu jeitinho tímido porém feliz.

Eu avisto uma senhora vindo de trás da casa com certeza é a dona Neide, ao ver que é Pietro ela sorri.

Eu me lembro na hora desse sorriso agora sei de quem a Maria puxou o sorriso.

Eu não vou ter coragem de falar para essa senhora o que de fato aconteceu com sua filha.

— Seu Pietro, que prazer reve você aqui na minha humilde casa novamente e essa linda moça deve ser sua esposa. – Ela dá uma risada.

— Oi, dona Neide, como a senhora está? Essa é Ayla a minha namorada. – Ele beija sua mão.

— Muito prazer em conhecer a senhora dona Neide, e me desculpe–me vi assim sem avisar a senhora. – Eu dou um abraço nela.

— O prazer é todo meu de receber você aqui querida só não olha a bagunça. – Ela retribui o abraço.

— Não se preocupe com isso dona Neide, eu também venho de uma família humilde. E eu não estou aqui para ficar reparando o que a senhora tem ou deixa de ter, afinal tenho certeza que tudo que a senhora tem foi conquistado com seu trabalho. – Eu vou até o Pietro e ajuda ele a tirar as coisas do carro.

Eu penso e não acho que vai ser bom falar para ela sobre a situação que a filha dela se encontra, tenho medo que ela passe mal.

Eu ajudo a levar tudo para dentro da casa, as crianças estão felizes, fico imaginando a necessidade que essa família passa e quantas não vivem numa situação precária por esse mundo afora.

— Amor, acho melhor nós não falamos nada por enquanto a dona Neide, não parece muito bem e se ela souber o que está acontecendo com sua filha ela pode não aguentar a notícia. – Eu vejo ele observando ela.

— Eu também penso o mesmo que você sabemos que ela tem o direito de saber mais não podemos falar a verdade né. – Ele abraça sua amada.

— Eu tenho uma ideia é só você concorda comigo. – Eu paro de falar e entramos quando as crianças vêm nos buscar.

Eu entro e conheço a irmã da Maria que ficou paraplégica depois de um acidente de trabalho.

Eu converso com a dona Neide, enquanto ela começa a fazer o almoço.

— Dona Neide, sente-se aí que  o almoço é por minha conta hoje. – Eu pego o que vou precisar na cesta que trouxe.

— Querida não precisa posso fazer. – Ela ajuda ela.

— A senhora já faz demais você terá uma folga da cozinha, vamos aproveitar e conversar um pouco quero conhecer mais um pouco da família da minha amiga Maria. – Eu acabo rindo para disfarçar o nervosismo que estou.

— Você conhece a minha Maria? – Ela fala com esperança de saber de sua filha.

— Sim, o Pietro me mostrou a foto e quando vi reconheci ela. Nós trabalhamos juntas, ela falava muito da família dela e quanto sente saudades de vocês todos. – Eu termino de temperar a carne.

— Me fale como ela está desde que ela foi para São Paulo, que não tenho notícias dela. Como tá minha Maria? – Ela fala com os olhos cheios de lágrimas.

— Ela está bem de saúde, não se preocupe, ela perdeu as coisas dela na viagem e desde então que ela tenta entrar em contato com a senhora mas não consegue. E quando ela soube que eu viria para cidade dela, a mesma me mandou procurar pela senhora, ela até mandou um dinheiro pra você só que preciso ir até o banco para sacar: porque não não tenho ele em mãos. – Eu espero que Deus me perdoe por contar essa mentira para ela.

Eu vejo o Pietro me olhando e sei que ele concordou com o que falei ainda bem que ele me entende.

— Não se preocupe dona Neide, vou dá um pulo rapidinho no banco buscar o dinheiro se minha flor tivesse falado antes já teria pegado. Posso levar os meninos ? – Ele sorri.

— Nem sei o que falar pra vocês, obrigada meu Deus, obrigada a vocês dois que são dois anjos que Deus colocou no nosso caminho. A Maria ela não é boa para decorar os números isso desde criança. – Ela sorri e manda os meninos se arrumarem.

— É um prazer ajudar você e sua família dona Neide, ainda mais que a Maria é amiga da minha flor. Não se preocupe que meu amigo em São Paulo já esteve com sua filha você passe seu número para Ayla que passou para ele e assim sua filha entrará em contato com a senhora. – Ele toma um pouco de água.

Eu vejo ela saindo limpando as lágrimas e seguro as minhas para não chorar também.

— Eu não consegui falar a verdade amor, é muito triste e decepcionante para uma mãe saber que sua filha caiu numa armadilha e pior ainda que ela tá sendo mantida contra sua vontade numa casa de prostituição. – Eu deixo as lágrimas caírem.

— Eu entendo você meu amor e você fez bem não falar. Eu vou no banco tirar o dinheiro para ela, você é uma mulher extraordinária, te amo minha flor. – Ele beija ela.

— Te amo mais. Quando chegar em casa dou o dinheiro para você. – Eu desligo o fogo do macarrão.

— Acho que o gás está acabando. E a senhorita pode guardar o seu dinheiro mocinha. – Ele vê as crianças sorrindo.

Eu foco no almoço enquanto ele fica conversando com as meninas elas são tão fofas e lindas.

Eu ouvi o Pietro perguntando o que elas gostariam que ele trouxesse da cidade para elas e as mesmas falam que queriam uma boneca.

Eu sei que ele vai trazer o que elas pediram e fico feliz de ter um homem maravilhoso e bondoso na minha vida.

Os meninos passam por mim, e todos três bem arrumadinho e cheirosos.

Eu fico admirando eles e quando Pietro vem até onde estou e me dá um selinho fico morrendo de vergonha.

— E o tio beijou a tia e ela ficou com vergonha. – Ambos falam rindo.

— Crianças a tia Ayla ela é tímida então não ria se não ela vai ficar vermelha. – Ele sorri.

— Pietro vá logo e não demore para as crianças almoçarem. – Eu volto a minha atenção no meu afazer.

Eu fico com a dona Neide conversando, ela vai me falando o quanto tem sido difícil cuidar de todos sem a ajuda da Maria.

Eu espero que o advogado do Pietro tenha boas notícias sobre a aposentadoria da filha dela logo assim elas vão poder ter aquele salário garantido mesmo sendo pouco.

— Dona Neide, o Pietro está precisando de uma pessoa para me ajudar na fazenda três vezes na semana e se a senhora aceitar pode começar na segunda. A senhora pode ir na segunda-feira, na quinta-feira e na sexta-feira. O que você acha? – Eu espero que Pietro não se importe por ter falando sem ele.

Eu penso que, se ele não gostar posso pagar ela com meu dinheiro aí fica tudo certo o importante é que vai ser uma ajuda pra ela.

— Você tá falando sério querida? – Ela pergunta feliz.

— Sim, ele já tinha falado tem um tempo e agora que encontrei a senhora sei que é de confiança se você aceitar começa já na segunda. – Eu acabo rindo.

— Claro que aceito querida vai me ajudar bastante esse dinheirinho. Eu faço algumas faxinas mas você sabe né onde tem muita criança passar sufoco.– Ela sorri feliz.

— Então combinado quando Pietro chegar nós combinamos o valor. – Eu terminei de fazer o molho do macarrão.

Eu vejo como ela está feliz e estou também por conseguir ajudar a família da Maria porque se não fosse por ela não teria conseguido escapar daquele lugar.


O fazendeiro delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora