Capítulo:15

1.9K 120 6
                                    

              

Eu acordei com uma dor de cabeça terrível e quando abri meus olhos me deparo com seu Pietro.

E quando olho direito percebi que estou no seu quarto e o pior com suas roupas.

Eu não sei onde enfiar a minha cara queria um buraco nesse momento para me jogar nele e ficar lá escondida.

A meu Deus espero que ele esteja falando a verdade e não tenha visto eu sem roupas porque se não vou precisar ir embora.

Porque não vou ter coragem de ficar aqui se souber que ele viu minhas cicatrizes, será que ele não viu mesmo? 

Eu devo confiar na palavra desse homem? Meu Deus me dê uma luz o que devo fazer nessa situação tão constrangedora? Como vou olhar para ele sem me lembrar que ele pode ter me visto nua? 

Calma Ayla, calma se ele falou que não viu e não perguntou nada das cicatrizes é porque ele não viu mesmo. Então dê esse voto de confiança.

— Mas uma vez obrigada por cuidar de mim. Você não tinha nenhuma obrigação de fazer isso, no entanto você cuidou e ainda chamou médico. Porque ninguém nunca se importou comigo antes nem mesmo quando ficava doente. – Eu tento segurar as lágrimas.

— Ayla você está morando sobre meu teto então é minha obrigação. Eu faria isso por qualquer pessoa e faço e amanhã vou levar você para fazer os exames que o Dr passou. – Ele fica observando da poltrona.

Eu só posso estar sonhando, ele está mesmo falando isso? Porque ele tá se preocupando comigo? Será que ele depois vai querer me levar pra cama? 

Porque se ele pensar que vou fazer isso ele pode ir tirando o cavalinho da chuva e é melhor eu deixar isso bem claro para ele.

— Senhor Pietro, agradeço sua ajuda, mas não precisa. Porque se você estiver pensando em me ajudar para depois cobrar, usando meu copo já vou avisando que não aceito . Pois prefiro perder o trabalho a isso. – Eu não quero nem pensar se caso tenha que ir embora daqui.

— Ayla eu jamais faria isso que você está pensando. Eu sei me dá respeito e sei respeitar as pessoas ainda mas se for uma mulher. Eu entendo o que você está pensando só quero que fique bem claro que não cuidei de você pensando em favores sexuais. Porque jamais passou pela minha cabeça isso nem quando lhe carreguei em meus braços. Então se acalme e relaxe porque você está se preocupando sem necessidade mulher. E outra quero que você me veja como um amigo a partir de hoje não como inimigo. Você aceita minha amizade sincera? Quero que você me veja como um amigo de verdade e possa contar comigo para o que for. – Ele vai até ela.

Eu fico tocada com as palavras dele, o meu Deus será essa a luz que pedir para você? 

Eu vejo verdade em suas palavras, porém tenho medo de mais uma vez acreditar e sofrer depois novamente.

No entanto, tenho que começar uma vida nova e para isso tenho que deixar o passado para trás e pensar no futuro.

— Eu vou lhe dar um voto de confiança Pietro, aceito sua amizade porque vejo que você está sendo sincero. Porém no primeiro vacilo vou embora. Eu nunca tive amigos antes. E vou deixar bem claro que não confio nos homens, no entanto estou lhe dando esse voto de confiança só espero não me arrepender. – Eu entrego a bandeja a ele.

— Pode confiar em mim Ayla. Eu juro que não vou quebrar esse voto de confiança que você está me dando. Palavra de delegado não se rompe jamais.  Ou melhor, de ex: porque me aposentei. – Ele dá uma risada.

— Você era delegado? – Eu fico chocada, será que ele era delegado mesmo ou está tentando me enganar?

Eu balanço a cabeça sem querer pensar se é verdade ou não afinal não é da minha conta a vida pessoal dele. 

— Você não está acreditando né Ayla? Está escrito no seu olhar. – Ele vai até o  seu guarda-roupa.

— Eu não estou falando nada. Não sou ninguém para duvidar da sua palavra. – Eu fico observando ele pegar algo.

Eu vejo ele com um álbum de foto vindo na minha direção quando ele me entregar e uau, ele tem as bordas todas douradas coisa de rico mesmo.

— Essas são as fotos da minha formatura e do dia que me tornei delegado. – Ele vai mostrando cada foto e explicando os dias que foram tiradas.

Eu fico besta ele está lindo nas fotos porém ele não precisa saber o que penso né.

— Nossa, que cara de bravo você está nessas fotos. – Eu acabo rindo.

Porque ele está de delegado mesmo nas fotos o nome na sua farda e a cara seria  daqueles que não deixam passar nada. 

— Eu tinha que ser assim porque delegado com cara mansa não dá muito certo não. – Ambos dão gargalhadas.

— E porque você não continua como delegado?  Você fala de um jeito que dá a impressão que foi obrigado a sair. Porque você ainda é jovem para se aposentar. Me desculpa não precisa responder não é da minha conta.  – Eu não sei o que me fez perguntar sobre a vida dele.

— Sair porque tive problema de saúde Ayla. Eu saí com minha equipe para fazer uma batida policial e por meu azar nesse dia passei mal: por causa disso nesse dia fui atingido por uma bala e
precisei fazer uma cirurgia às pressas. Eu quando acordei estava na cama de um hospital e então tive que escolher entre minha carreira de delegado ou minha vida. E cá estou eu. Por mais amor que eu tenha à minha profissão, a minha saúde vem em primeiro lugar. – Ele sorriu.

— É grave seu problema de saúde? – Eu nem sei o que falar

— No começo eu achava que era só cansado e só depois que passei mal e acabei levando uma bala foi que fiquei sabendo que tenho  hipoglicemia mais grave: a hipoglicemia mais grave reduz o fornecimento de glicose para o cérebro e provoca tonturas, fadiga, fraqueza, dores de cabeça, incapacidade de concentração, confusão, comportamento inadequado que pode ser confundido com embriaguez, alterações da fala, visão turva, convulsões e coma. Mas hoje estou sendo acompanhado pelo Dr Luiz. – Ele sorri ao olha seu álbum.

— Você tem razão e se você não estivesse aqui não teria me dado emprego. Eu espero que você fique bem sempre Pietro.– Eu me sento na beira da cama.

Eu preciso voltar para meu quarto, já abusei da boa vontade do seu Pietro demais não quero que ele pense que estou me aproveitando de sua boa vontade porque estou doente.

— Isso é verdade e não estaria me deliciando com seus dotes culinários. Ó comidas deliciosas que você faz até já engordei. – Ele aporta para a barriga.

—  Besteira você está em forma senhor Pietro. – Eu acabo rindo.

— Como é? Senhor Pietro. Já falei que o senhor está no céu. – Ele cruza os braços.

— Desculpa, vai levar um tempo até me acostumar com Pietro. Eu vou para meu quarto, já abusei da sua boa vontade demais. – Eu não sei se vou me acostumar a chamá-lo pelo nome.

— A senhorita não vai a lugar algum, só vai sair quando estiver melhor e não quero ver você fazendo nada nessa casa. Você entendeu Ayla? Nada mesmo você vai ficar aqui nesse quarto e pode deixar que cuido do nosso almoço. – Ele fala olhando para ela sério.

Eu não sei se acho graça do que ele falou ou  dou gargalhada da cara que ele tá fazendo. Porque tá engraçado demais ele tentando bancar o mandão.

O fazendeiro delegado Onde histórias criam vida. Descubra agora