O estádio estava cheio e a maioria das pessoas pertencia a torcida do time do Napoli. Seria um jogo difícil, embora os rapazes insistissem em dizer que não, é uma equipe forte e bem preparada e eu já estava nervosa. Segui para o meu lugar acompanhada de Ethan e tentei manter a calma antes do jogo começar. Guardiola e os jogadores só saíram do vestiário nos últimos minutos, então não tive tempo de desejar sorte pra eles.
- Acha que eles vão vencer hoje? - Ethan me perguntou pouco tempo depois do apito do início do jogo soar.
- Vai ser uma partida difícil. - Admiti. - Mas, acho que vamos nos dar bem.
- Haaland não para de te olhar. - Comentou e eu procurei o loiro pelo campo, o encontrando a alguns metros de distância, realmente me olhando.
Sorri em sua direção e levantei os dedos cruzados, mostrando que estava torcendo por ele e desejando sorte. Ele sorriu e assentiu com a cabeça, voltando a se concentrar no jogo logo em seguida.
- Caramba, ele gosta mesmo de você. - Ethan soltou um assovio.
- Porquê diz isso? - Questionei, pois queria ouvir a opinião de outra pessoa de fora que não fosse a Beca.
- O jeito que ele te olha. - Deu de ombros. - O modo como sempre, mesmo diante de inúmeras situações, está prestando atenção em você.
- Você acha que estou fazendo algo burro? - Perguntei e ele me encarou um pouco confuso. - Sabe, em insistir tanto nele.
- Eu não sei. - Ele pareceu sincero ao dizer isso. - Ainda é cedo. - Explicou. - Ele parece louco por você e talvez isso seja motivo suficiente pra fazer ele reagir e resolver a própria vida.
- Tenho medo de não ser o bastante. - Confessei. - Porque vai ser bem ruim se eu não for, vou me sentir uma idiota.
- Acho que o maior idiota vai ser ele. - Ethan riu. - Achar alguém como você é muito difícil, Ellie. - Eu me senti o máximo quando ele disse isso. - Você é mais do que o suficiente pra qualquer pessoa. - Ele passou o braço por cima dos meus ombros e me abraçou de lado. - Se ele não tomar jeito, significa que ele não é o suficiente pra você.
- Obrigada por me dizer essas coisas legais. - Acariciei sua mão por cima do meu ombro.
- Estou te dizendo a verdade. - Insistiu. - Você é um mulherão da porra Ellie, com todo respeito.
- Vou te pagar uma bebida por essa gentileza. - Me afastei dele devagar. - O que quer beber?
- O que você quiser. - Ele sorriu e eu assenti.
Fui até uma das inúmeras barraquinhas de lanchonetes que ficavam na área vip e me perdi um pouco até decidir o que compraria. Acabei comprando uma pizza média, porquê eu sei que uma única fatia vai deixar o estômago do Ethan extremamente ofendido e também comprei dois copos enormes de limonada, porque não me atentei que o tamanho grande era realmente muito grande.
Voltei o mais rápido possível, nada havia mudado no panorama do jogo e já haviam se passado trinta minutos do primeiro tempo.
- Pizza! - Ele sorriu, animado. - Você me conhece tão bem.
- E qual comida você não gosta? - Ele pareceu pensar por um tempinho.
- Não tenho uma resposta pra isso. - Eu ri e coloquei a comida no banco entre nós, voltando a prestar atenção no jogo.
De repente, Alvaréz conseguiu roubar a bola de um jogador do Napoli em um contra-ataque e saiu em disparada com ela, parecendo o papa léguas. Me levantei no modo automático, sentindo meu corpo inteiro vibrar com a possibilidade de um gol do City já no final do primeiro tempo. Haaland estava acompanhado Alvaréz pela lateral do campo, tentando se livrar das marcações em cima dele e acenando para que a bola fosse tocada.
Foden chegou perto de Alvaréz e recebeu a bola bem no momento em que o outro tomou um carrinho e caiu. O juíz não parou a partida, então, Foden seguiu com a bola até o meio da pequena área e tocou pra Haaland, que já estava de cara com o goleiro, que nem viu quando a bola passou por cima do ombro dele.
Nem percebi quando comecei a pular e comemorar junto com a comissão técnica. Chacoalhei o pobre do Ethan como se fosse um saco de penas. Haaland saiu correndo pela lateral, agitando a pouca torcida do City que estava presente. Ele parou em frente ao aglomerado de câmeras de diversas emissoras de televisão e levou o dedo indicador até o lado esquerdo do peito, onde fica o escudo do City. Desenhou uma espécie de M e espalmou a mão por cima. Um burburinho se formou entre as pessoas, todos se entreolhando, se perguntando o que aquilo significava, na verdade, até eu estava em dúvida. Ele disse que faria um gol pra mim e eu pedi que colocasse a mão no peito, mas não entendi a letra.
De longe vi Grealish apontando pra mim e cochichando algo no ouvido de Foden, ambos riram e saíram empurrando Haaland para o centro do campo. Continuei confusa, mas não me apeguei muito a isso, me sentei e voltei a comer. Poucos minutos depois o primeiro tempo foi encerrado, caminhei até o corredor por onde eles iriam passar e me empoleirei na barra de segurança.
- Oi Ellie! - Alvaréz foi o primeiro a me cumprimentar.
- Você foi muito bem nesse primeiro tempo. - Elogiei e ele me deu um sorrisinho fofo como resposta, sendo empurrando para frente por outros jogadores.
- Elliezinha! - Bernardo esticou o braço e apertou minha mão. - Nosso amuleto da sorte.
- Confio muito mais na competência de vocês do que na minha sorte. - Brinquei e ele sorriu.
Esperei alguns jogadores passarem pra finalmente conseguir falar com o loiro azedo.
- Oi doutora. - Ele se aproximou e como era mais alto que todos os outros, nem precisou falar alto. - Não foi um gol tão bonito, mas se eu fizer outro no segundo tempo, dedico pra você também.
- Então foi pra mim mesmo? - Sorri, tentando não parecer uma idiota, mas falhando miseravelmente.
- Eu pus a mão no peito, como combinamos. - Ele riu.
- E o M? - Questionei.
- Eu sou um viking, doutora. - Não me respondeu e saiu andando junto com os outros.
Voltei pra perto de Ethan com a cara mais confusa do mundo.
- O que houve? - Perguntou assim que me sentei.
- Ele disse que dedicou o gol pra mim. - Ethan esboçou um sorrisinho.
- E porque você está com essa cara?
- Ele desenhou um M no peito. - Dei de ombros. - Não sei o que isso quer dizer.
- Perguntou pra ele? - Eu assenti. - E o que ele disse?
- "Eu sou um viking, doutora." - Imitei a voz de Haaland e Ethan deu uma risada.
- Espera. - Ele pegou o celular e digitou algumas coisas. - Ele realmente dedicou o gol pra você. - Disse depois de um tempo e me entregou o celular.
Na tela mostrava uma imagem com várias runas, de início não entendi muito bem, até que Ethan falou novamente.
- Nas runas dos antigos nórdicos, o M representa a letra E.
(...)
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Yuànfèn - Erling Haaland
FanfictionA força de um vínculo entre dois indivíduos. Um relacionamento unido pela fé e pelo destino. O amor que existe entre duas pessoas. || Esta história é composta por dois livros, ambos de mesmo nome, disponíveis no meu perfil. ||