Hoje eu realmente fiquei cansada do trabalho, tivemos uma reunião longa com toda equipe médica do Manchester City, não consegui almoçar e estava com uma dor de cabeça tremenda, Ethan me fez tomar um comprimido e me deu uma maçã, pra que eu comesse no caminho. No final, não comi, porque passei o caminho inteiro com as duas mãos coladas no volante, com medo de bater o carro de Beca. Quando cheguei em casa, ela estava dormindo, decidi não lhe acordar e apenas arrumei minha bolsa novamente, com roupas mais confortáveis dessa vez e um pijama também. Talvez um diabinho tenha me cutucado, porque achei uma lingerie verde que havia comprado pra usar com Luck, mas ele sempre me fazia raiva e eu nunca achava que ele estava merecendo. Separei a peça pra vestir por baixo do vestido que usaria para o jantar.
Tomei um banho longo, lavei e sequei o cabelo, coloquei brincos bonitos e me enchi de creme hidratante. Por algum motivo eu não estava nervosa em jantar com a irmã do Haaland, o café da manhã foi tão leve e ela me deixou tão a vontade que eu me sentia ansiosa pra conversar com ela de novo. Saí do quarto com os sapatos nas mãos, e me assustei quando encontrei Beca sentada no sofá com um balde enorme de batatas fritas no colo e um copo de refrigerante.
- Seu namorado chegou. - Ela disse, com o olhar fixo na televisão.
- Meu namorado? - Estranhei.
- Eu, amor. - Haaland saiu da cozinha com um copo de água na mão. - Minha nossa, você está tão linda que eu perdi o fôlego.
- Que exagero. - Tentei ignorar o fato de que ele havia me chamado de amor e não havia sido obsceno como foi quando estávamos transando.
- Tá bonitona mesmo. - Beca finalmente havia me olhado.
- De onde você tirou essas batatas? - Perguntei e ela riu.
- Ele trouxe pra mim. - Apontou pra Haaland, que sorriu, orgulhoso. - Ele é espertinho.
- Estou vendo. - Concordei. - Só preciso pegar minha bolsa.
- Eu pego pra você. - Ele foi até o meu quarto e voltou rapidamente, com minha mochila pendurada no ombro.
- Quando você volta? - Beca quis saber.
- No domingo. - Haaland respondeu por mim.
- O quê? - Tentei questionar, mas ele já estava abrindo a porta.
- Tá bom. - Beca me cortou. - Aproveitem e usem camisinha.
- Rebeca! - Ralhei e ela deu de ombros, voltando a se concentrar na série que estava assistindo e em suas batatas fritas.
- Vamos, amor. - Haaland chamou do elevador e eu desisti de implicar com minha prima.
- Amor? - Questionei.
- Achei que não fosse perguntar nunca. - Ele riu. - Amor, sim.
- Nada de doutora? - Retruquei.
- Doutora é pra quando estivermos em público. - Balançou a cabeça positivamente. - Você não gostou? - Perguntou, desconfiado.
- Gostei sim. - Assenti e o puxei pela gola da camisa, lhe dando um selinho.
- Meu amor, linda. - Ele me segurou perto. - Se arrumou toda por causa da Gabrielle?
- A parte de cima sim. - Falei como quem não quer nada.
- Como assim? - Me olhou confuso por dois segundos antes dos seus olhos adquirirem um brilho que eu conhecia muito bem. - O que tem aí em baixo?
- É um presentinho. - Fiz pouco caso e saí do elevador.
- Presentinho? - Ele agarrou minha cintura. - Posso dar uma espiada por baixo da sua saia?
- Só se comer tudo no jantar. - Brinquei e ele soltou uma risadinha.
- Vou comer você depois do jantar. - Sussurrou no meu ouvido e deu uma mordidinha no lóbulo, me arrepiando dos pés a cabeça.
- Desde quando você é tão atrevido? - Tentei disfarçar meu nervosismo brincando com ele.
- Desde que você me disse que tem uma surpresa pra mim. - Respondeu e abriu a porta do carro pra que eu pudesse entrar.
- Não deveria ter dito.
- Eu iria descobrir a qualquer momento. - Deu de ombros. - Gabrielle está animada.
- Eu também. - Sorri. - Gostei dela.
- Perigoso demais vocês duas juntas. - Ele negou com a cabeça e apoiou uma mão na minha coxa, fazendo carinho com o polegar.
- Deixa de drama. - Respirei fundo, sentindo a pele da minha perna se arrepiar. - Porque comprou batatas fritas pra Beca?
- Um dia você me disse que era assim que eu conquistaria ela. - Contou. - E eu estou precisando de uns pontos.
- Entendi. - Soltei uma risadinha.
- Você não tem noção do momento que estamos vivendo agora, não é? - Ele me olhou rapidamente e apertou minha coxa.
- Como assim? - Eu realmente não entendi.
- Você aqui, no meu carro, indo pra minha casa, conhecer a minha irmã. - Disse. - Eu pensava todos os dias em como Ethan tinha sorte em estar com você.
- Haaland..
- Você é a primeira pessoa que ele vê toda manhã. - Continuou falando. - Você não tem noção do privilégio que é.
- Para com isso. - Me senti envergonhada.
- Eu gosto muito de você, Ellie. - Disse sem me olhar. - Prometo que vou resolver nossa situação o mais rápido possível.
- Eu acredito em você. - Entrelacei minha mão com a dele. - E gosto demais de você também.
- Promete pra mim que não vai deixar o Alvaréz nem encostar em você? - Pediu e eu não me aguentei, comecei a rir.
- Essa declaração toda melosa foi pra me pedir isso?
- Não mesmo. - Ele riu ao perceber a coincidência. - É só que depois de ontem.. - Ele pareceu ponderar o que ia falar. - Depois que eu descobri como você senta gostoso pra caralho..
- ERLING! - Ralhei ele começou a rir alto.
- Eu não quero que mais nenhum outro cara saiba como é ter você daquele jeito. - Continuou. - Eu juro que mato o Alvaréz se ele ousar alguma coisa.
- Se você não fizer nada, eu também não faço. - Dei de ombros. - Quem sabe, se você se comportar, me leve pra casa no final da noite.
- A única pessoa com a qual eu quero fazer muitas coisas é você. - Ele me encarou de cima a baixo. - Se eu sair de lá segurando sua mão, vou ter faturado o maior prêmio da noite.
- Exagerado demais. - Sorri, constrangida.
- Estamos combinados então. - Ele estacionou. - Eu me comporto e te roubo do Alvaréz.
- Você não precisa me roubar de ninguém. - Avisei.
- É que a concorrência tem me assustado. - Murmurou.
- Você só perde seu lugar se você quiser. - Disse, séria.
- Eu, definitivamente, não quero. - Retrucou.
Descemos do carro e ele seguiu fazendo graça até o apartamento, era bom estar nesse clima confortável com ele, não queria que acabasse.
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Yuànfèn - Erling Haaland
FanfictionA força de um vínculo entre dois indivíduos. Um relacionamento unido pela fé e pelo destino. O amor que existe entre duas pessoas. || Esta história é composta por dois livros, ambos de mesmo nome, disponíveis no meu perfil. ||