Amigos não tem ciúmes

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Pulei da cama cedo. O despertador sequer tinha tocado e eu já estava vestida, preparando um café da manhã rápido pra quando Beca acordasse. Meu estômago se revirava em ansiedade, nosso apartamento novo estava nos aguardando e ele era tudo que sonhamos por muito tempo. Haaland me enviou uma mensagem de bom dia, juntamente com uma foto da placa do carro dele, que eu deveria cadastrar na portaria. Beca apareceu na cozinha pouco tempo depois de eu ter posto a mesa, ela também parecia animada e disposta, engolimos nossa comida e lavamos a louça, deixando tudo limpo. O caminhão da empresa de transporte chegou pouco tempo depois, empilhamos as caixas no elevador algumas vezes e logo estávamos trancando o apartamento pela última vez.

Entramos no carro e seguimos o caminhão de mudança até nosso novo endereço em Manchester. Beca estava quase surtando de tanta felicidade, eu não estava diferente, mas sempre tive um jeito mais controlado que o dela. Chegamos exatamente as dez no condomínio, após liberar a entrada do caminhão e pegar nossas chaves, cadastrei a placa do carro de Beca e do carro de Erling, pra não precisar fazer uma longa caminhada até a portaria pra liberar a entrada dele.

- Olá casa nova! - Beca gritou quando entramos, assustando os rapazes da mudança. - Podem colocar as caixas aqui na sala mesmo, obrigada. - Ela sorriu, largou a bolsa no balcão que dividia a cozinha.

- Vou abrir as janelas. - Avisei. - Qual quarto você vai querer?

- Tanto faz. - Beca deu de ombros. - Eles são iguais.

- Precisamos fazer uma lista das coisas que vamos comprar. - Ela concordou.

- Você pode ir fazer as compras e eu fico aqui esperando os móveis novos chegarem. - Propôs.

- Tem certeza que dá conta sozinha? - Ela assentiu. - Tudo bem, mas vou esperar os rapazes chegarem, um deles fica aqui com você.

- Ok. - Ela se agachou e pegou uma das caixas marcadas com seu nome. Eu fiz o mesmo.

Os quartos eram enormes e ficavam em lados opostos um do outro, ambos com uma linda vista para as áreas comuns do condomínio. As paredes de cor creme dão um ar bonito e elegante, com a iluminação amarela e móveis lisos, eu não precisaria mudar muitas coisas. Dei algumas viagens da sala ao quarto, carregando minhas caixas, estava pensando onde colocaria a caixa com minhas bugigangas quando me assustei com ele.

- Pensando na decoração, doutora? - A voz grave soou atrás de mim.

- Puta merda! - Larguei a caixa no chão. - Que susto.

- Desculpa. - Ele riu e veio até mim. - Achei que tinha ouvido quando cheguei.

- Estava distraída. - Me justifiquei e agachei pra pegar minhas coisas que haviam saído da caixa.

- Grealish fala tão alto que eu supus que você tinha escutado a voz dele. - Ele também se agachou, me ajudando a guardar as coisas de volta.

- Tudo bem. - Sorri. - A saúde do meu coração está em dia.

- Que bom. - Ele sorriu também e pegou a caixa da minha mão, levantando junto comigo. - Onde ponho isso?

- Em qualquer lugar. - Dei de ombros. - Eu ainda não sei como vou organizar o quarto.

- Eu conheço um decorador de ambientes. - Ele deixou a caixa no chão. - Posso te passar o contato.

- Não precisa. - Rapidamente neguei. - Gosto de arrumar minhas coisas, de pensar como vou fazer isso.

- Aposto que vai ficar bonito. - Ele ficou me encarando.

- Eu preciso ir no mercado, vem comigo? - Fiquei nervosa com seu olhar e quando me dei conta já havia convidado.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora