Minha nossa, eu te amo tanto

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Haaland estava estranho, mexia as mãos o tempo todo e ficava olhando para o nada, parecia nervoso com alguma coisa e estava me deixando curiosa demais. Fiz algumas perguntas, tentando descobrir o que estava por trás de tanto nervosismo, mas ele não entregou o jogo. Estávamos quase terminando a tábua de frios e ele não parecia menos ansioso.

- Amor, o que você tem? - Perguntei diretamente.

Haaland olhou para todos os lados antes de finalmente me encarar. Seus bochechas assumiram um tom rosado e ele respirou fundo várias vezes.

- Tem uma coisa que eu gostaria de te pedir. - Finalmente disse algo. - Eu não sei muito bem como fazer isso.

- É só me falar. - Me preocupei. - Do que você precisa?

- Você faz as coisas parecerem mais fáceis. - Soltou uma risadinha. - E ainda assim não consigo te olhar sem me sentir como um adolescente descobrindo o que é o amor de verdade.

- Que papo é esse? - Soltei uma risada nervosa.

- Eu sou completamente apaixonado por você, sabe disso, não é? - Perguntou e eu apenas assenti. - Quero que saiba que não me apaixonei por você porquê estava procurando alguém, ou porquê me sentia sozinho. - Ele falava devagar, como se estivesse procurando as palavras certas. - Também não precisava de um relacionamento pra ser feliz, eu me apaixonei por você porquê você me faz sentir necessário, porquê quando eu te dou o meu amor, você me dá o seu em troca. - Meus olhos estavam ficando marejados, mas eu estava tentando controlar. - Eu me apaixonei por você porquê você irradia uma energia muito especial que contagia absolutamente todos ao seu redor.

- Amor, porque está me dizendo tudo isso agora? - Minha voz saiu um pouco embargada, mas, a essa altura, meu rosto já estava molhado por algumas lágrimas.

- Porquê eu sou louco por você. - Ele riu e passou as mãos nos olhos, respirando fundo. - E eu me apaixonei porquê você é você, doutora.

- Erling.. - Tentei falar alguma coisa, mas ele virou de lado e procurou algo atrás da cortina. Logo uma caixinha foi colocada na minha frente, era grande demais pra conter alianças dentro.

- Vai parecer estranho quando você abrir. - Ele riu e esperou.

- Estranho porque? - Peguei a caixa e tirei o laço com pressa, um pouco temerosa pelo que encontraria.

Ele ficou me observando em silêncio, esperando pela minha reação. Arregalei os olhos quando encontrei um par de sapatinhos de bebê, feitos em crochê, com linha branca. Inúmeras coisas confusas passaram pela minha cabeça antes de ouvir outra risadinha vinda dele.

- Posso explicar agora? - Assenti veementemente. - Eu passei meses pensando em como te pedir em namoro de uma maneira descente. - Começou. - Não queria seguir o protocolo e comprar um par de alianças, todo mundo faz isso. - Continuei em silêncio, alternando meu olhar entre ele e os sapatinhos na minha frente. - Quando estávamos voltando de Paris, no táxi, você me disse que queria criar os seus filhos com a magia que não teve quando criança. - Não tive reação alguma, mas meu coração batia descompassado. - Então eu percebi que no final, meu sonho é igual, família, churrasco no quintal.. - Eu assenti novamente, era a única coisa que eu conseguia fazer e tive a impressão de que se dissesse algo, ele iria perder toda a coragem que reuniu pra falar comigo. - Eu amo você, doutora, eu quero tudo com você e precisava encontrar um jeito de deixar isso claro.

- Então me deu sapatinhos de bebê? - Não pude evitar de perguntar e ele riu.

- Os sapatinhos são para o nosso futuro filho ou filha. - Explicou e meu queixo caiu. - Eu não sei quando esse bebê vai vir, mas sei que ele vem. - E então tudo foi se encaixando na minha cabeça. - É a minha maneira de te dizer que não estou brincando com você e que meus planos são para a vida toda.

- Erling, meu Deus. - As lágrimas começaram a descer sem o meu controle.

- Isso aqui é mais do que um pedido de namoro. - Ele continuou. - É um convite para passarmos a vida inteira juntos, amor. - Fiquei em choque. - Ainda não estou te pedindo em casamento, mas, você precisa saber que o que eu quero vai ainda além disso.

- Minha nossa, eu te amo tanto. - Comecei a chorar quando percebi que ele estava chorando também.

- Eu te conheci no escuro e você me iluminou. - Ele enxugou algumas lágrimas. - Eu quero ficar com você até ficarmos velhinhos, eu quero viver com você até virarmos fantasmas, porque o seu amor vale mais do que todo ouro do mundo.

- Eu aceito. - Respondi entre soluços. - Eu aceito qualquer coisa que você me propor. - Enxuguei meu rosto com as costas das mãos e me levantei. - Eu aceitaria me casar com você agora mesmo se tivesse me pedido.

- Poxa, perdi a oportunidade. - Ele brincou, mas também enxugou algumas lágrimas antes de se levantar pra me abraçar. - Eu te amo demais, doutora.

- Eu também te amo demais. - Fiquei na ponta dos pés pra conseguir lhe dar um beijo. - Eu amo rir com você, amo caminhar ao seu lado, amo trabalhar com você, amo falar com você... mas, também amo apenas existir com você. Eu sendo eu e você sendo você.

- Para, eu já chorei na sua frente. - Sussurrou. - Tem um colar em baixo dos sapatinhos. - Ele disse quando nos separamos. - Achei que deveria te dar algo pra usar.

- Não precisava. - Me afastei e voltei ao meu lugar.

- Espero que você goste. - Ele se sentou também e bebeu seu suco inteiro em um só gole.

Tirei os sapatinhos de dentro da caixa e encontrei um colar de prata com uma plaquinha, havia uma data gravada nela, em algarismos romanos, mas eu não reconheci.

- Que data é essa aqui? - Perguntei, mesmo com medo de cometer uma gafe.

- O dia em que eu te vi pela primeira vez. - Respondeu tímido.

- Você lembra de tudo. - Me levantei novamente e fiquei de costas pra ele. - Me ajuda a pôr?

- Claro. - Se levantou e pegou o colar da minha mão. - Você gostou mesmo?

- Eu amei. - Respondi sem pensar.

Ele passou o colar por meu pescoço e o fechou. Ganhei alguns beijinhos no ombro antes de me virar de frente pra ele novamente, não consegui dizer nada porque Haaland segurou meu rosto entre as mãos e me beijou demoradamente.

- Nunca vou me cansar de beijar você. - Disse baixinho. - Nunca.

- Espero que não se canse mesmo. - Lhe dei um selinho.

- Vamos jantar? - Eu concordei. - Hoje é o segundo melhor dia da minha vida.

- E qual é o primeiro? - Perguntei.

- O dia em que você apareceu. - Mais uma vez meu coração acelerou.

- Não me faça chorar de novo, por favor. - Pedi e ele sorriu. - Eu já te amo demais, não tem como amar mais.

- Tem sim. - Balançou a cabeça positivamente. - Vou te mostrar que tem.

(...)

A vibe do Haaland nesse capítulo:

A vibe do Haaland nesse capítulo:

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Feliz véspera de natal! 🎄💛

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora