Sinto ciumes de você

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O dia da viagem chegou e eu estou totalmente ansiosa. Precisamos seguir um protocolo de ir para o clube e de lá seguir de ônibus até o aeroporto. Tive que arrumar minha mala sozinha no domingo, porquê Beca estava no trabalho, então eu não sei se coloquei tudo que preciso, sou um pouco irresponsável comigo mesma.

Ethan chegou no horário de sempre e nós seguimos para o trabalho. Ele parecia ansioso e animado, seria como uma viagem de férias, porque ele não precisaria se preocupar com nada, a não ser que algum jogador se machuque. Eu tenho a obrigação estipulada no contrato de estar presente durante todo o tempo válido do jogo, mesmo que não haja machucado algum.

A maioria dos jogadores já haviam chegado quando os encontramos no pátio, não havia ninguém atrasado, eles chegaram tão cedo quanto nós, que fomos informados por e-mail que precisaríamos chegar mais cedo. Haaland já estava lá, conversando com Grealish e Foden, os três me encararam por um tempinho, mas desviaram o olhar quando se deram conta de que eu havia percebido. Estranhei o comportamento, mas não dei muita importância, segui até o motorista do ônibus e lhe entreguei minha mala, pra colocar no bagageiro.

- Preciso ir na minha sala buscar algumas anotações. - Ethan avisou, depois de colocar sua mala no bagageiro também.

- Tudo bem. - Assenti. - Eu vou lá dentro escolher nossos lugares. - Apontei para o ônibus.

- Leva minha mochila também? - Ele me estendeu a bolsa e eu a peguei. - Também vou passar na cafeteria e comprar algumas coisas pra nós.

O ônibus estava vazio, algumas bolsas jogadas em alguns assentos, mas, nem o motorista estava em seu lugar. Caminhei até o final do veículo, procurando cadeiras que estivessem livres, gosto de sentar no fundo de tudo, seja em sala de aula ou transportes, me sinto mais a vontade e mais escondida. Achei dois lugares vagos e coloquei nossas bolsas.

- Pensei que você pudesse ir sentada comigo. - Tomei o maior susto da vida quando Haaland falou bem atrás de mim.

- Puta que pariu. - Ralhei e pus a mão no coração, sentindo meu peito quase se quebrar ao meio. - Caralho, Haaland!

- Você se assusta com muita facilidade. - Resmungou, mas não se desculpou.

- Não te vi entrando. - Respondi, finalmente ficando de frente com ele.

- Você chamou aquele cara pra viajar? - Cruzou os braços e se recostou em um dos assentos. - Ele nunca viajou com a gente.

- Não convidei ninguém. - Dei de ombros. - Estou indo a trabalho, como poderia convidar outra pessoa?

- Você me entendeu, doutora. - Ele suspirou. - Ele não vai sair do seu pé nunca não?

- Você sabe que não pode me cobrar nada, não é? - Relembrei. - Por acaso eu fico te infernizando?

- Eu adoraria que ficasse. - Ele deu uma risadinha. - Sinto ciúmes de você, Ellie. - Disse olhando no fundo dos meus olhos. - Não consigo evitar isso.

- Para com isso. - Senti meu rosto esquentar de vergonha.

- Te incomoda que eu diga a verdade? - Ele desencostou do assento e deu um passo em minha direção. Tendo em vista que o corredor de um ônibus não é largo, ele basicamente estava ocupando o mesmo espaço que eu.

- Sim. - Murmurei.

- É uma pena. - Ele levou uma das mãos ao meu cabelo e começou a enrolar uma mecha com o dedo. - Não costumo mentir para as pessoas que eu gosto.

- Porquê você fica fazendo isso? - Perguntei baixinho e ele suspirou longamente.

- Não gosto de ficar longe de você, Ellie. - Ele soltou meu cabelo e segurou meu queixo, me obrigando a lhe encarar. - E fico me mordendo de ciúmes sempre que te vejo com aquele cara.

- E o que você quer que eu faça? - Perguntei, mesmo sabendo que não havia uma resposta muito concreta ou lógica pra isso.

- Eu só quero que você fique perto de mim um pouquinho. - Respondeu no mesmo tom. - Não preciso que você seja minha amiga na frente de todos, mas, não me ignore.

- Eu não estou te ignorando. - Desviei meu olhar do dele. - Só não sei como agir quando todos estão presentes.

- Normalmente, Ellie. - Ele deslizou outra mão pela minha cintura, me puxando levemente para si. - Você pode chegar perto de mim, me cumprimentar, eu sempre tenho que vir atrás de você.

- Tudo bem. - Suspirei. - Acho que posso fazer isso.

- Por favor. - Ele soltou uma risadinha e encostou sua testa na minha. - Não consigo passar um dia sem te ver, mesmo que seja pra você me esculachar.

- Eu não te esculacho. - Fechei meus olhos, sentindo o toque de sua mão na pele do meu rosto. - Você me deixa nervosa.

- Nervosa é? - Ele apertou minha cintura com um pouco mais de força.

- Irritada, eu diria. - Me corrigi e ele riu ainda mais.

- Não fica longe de mim, doutora. - Ele encostou a ponta do nariz no meu e me deu um beijinho de esquimó.

- Não vou. - Garanti e ele umedeceu os lábios, se aproximando, na intenção de me beijar.

Mas o barulho de vozes e risadas altas nos atrapalhou. Haaland se afastou rapidamente e eu me sentei no lugar que havia guardado. Ele caminhou até o meio do ônibus, os jogadores começaram a subir e tomar seus lugares, Ethan veio atrás deles, junto com a equipe técnica e sorriu quando me viu acenar. Meu coração ainda estava acelerado por causa do contato com Haaland, mas eu tentei disfarçar quando ele sentou ao meu lado.

- Capuccino com canela e creme. - Me entregou um copo. - E um bolinho.

- Obrigada! - Dei um gole enorme no café e respirei fundo. - Não vamos demorar muito até o aeroporto, não é?

- Devemos chegar em uma hora. - Ele olhou no relógio. - O voo é mais longo, mas as cadeiras são confortáveis.

- Está tranquilo? - Ele me encarou. - Porque vai voar.

- Ah, sim! - Ele riu. - Um pouco nervoso, mas, tenho você pra me distrair.

- Virei animal de apoio? - Brinquei e ele soltou uma risada alta, que chamou a atenção das pessoas ao nosso redor.

- Pessoa de apoio. - Corrigiu. - Vou tentar ser homem perto de você.

- Entendi. - Foi a minha vez de rir. - Vai dar tudo certo. - Garanti. - Pode segurar minha mão se precisar de apoio moral.

- Pode deixar. - Ele assentiu e começou a comer.

(...)

Haalandinho assim:

Haalandinho assim:

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Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora