Yuànfèn - Erling Haaland

Vim jantar com meu genro

Os jogadores voltaram para o campo, o pessoal do City parecia cabisbaixo e irritado, imagino que devem ter levado uma bronca lá no vestiário, fico feliz por não ter entrado lá.

- Agora vai virar. - Dave disse. - Você foi lá dar uma forcinha ao Haaland.

- Respeita a sua irmã. - Papai deu um tapão na cabeça dele. - E presta atenção no jogo.

- Idiota. - Beca o provocou e começamos a rir.

O comportamento do Haaland mudou e isso fez o time inteiro mudar também, ele parecia estar jogando sozinho e sem esperar por ninguém, os jogadores do Leipzig estavam confusos, mas Grealish e Foden pareciam entender o que estava acontecendo. Eu não posso dizer que entendi muito bem o lance que veio a seguir, mas, Haaland marcou um belo de um gol e o estádio inteiro foi a loucura.

- O que você disse pra ele?! - Dave gritou enquanto me chacoalhava. - O homem acordou!

- Eu não disse nada. - Sorri enquanto observava meu loirinho correr pelo campo, fazendo no peito o sinal que eu já estava acostumada a ver, mas que não deixava de ser especial de maneira alguma.

- Essa é a comemoração que ele inventou pra você? - O encarei, confusa por ele saber disso. - Ele me disse que inventou uma. - Se gabou.

- É essa sim. - Assenti.

- Vocês são tão lindinhos. - Beca comentou. - O grandão até acordou pra o jogo depois de conversar com você.

- Eu não fiz nada, parem com isso. - Voltei minha atenção para eles. - Ele é bom no que faz.

- Deve ser isso mesmo. - Eu entendi o tom ambíguo na frase do meu irmão, mas fingi nem ter escutado.

Depois do gol que Haaland marcou, o time do Leipzig ficou um pouco desnorteado, porque a torcida cresceu bastante. Se passaram mais vinte minutos até que Foden marcasse um gol aos setenta minutos de jogo. Com tudo empatado, o nervosismo nos corroía, não estamos acostumados a ver o City perder e os rapazes também não estão acostumados com isso, queríamos vencer e começar perdendo não foi legal.

- Só mais um. - Pedi. - Só precisamos de mais um.

- Pelo amor de Deus! - Beca ralhou. - Só mais um, porra!

- Calma! - Meu pai reclamou. - Estão me deixando nervoso.

- O senhor só está ficando nervoso agora? - Dave riu.

- Eu tenho que ver isso mais de perto. - Sai descendo pela arquibancada.

- Ai eu vou junto. - Beca veio comigo. - Não aguento não poder fazer nada.

- Eu estou sentindo minhas mãos formigarem. - Esfreguei uma na outra. - Estou surtando.

- Falta tão pouco. - Nos empoleiramos o mais perto possível do campo, mesmo incomodando algumas pessoas.

- Vai rolar. - Observei Alvaréz se aproximando da pequena área.

E realmente aconteceu, Alvaréz marcou o terceiro gol do City e eu juro que senti o estádio tremer com os gritos dos torcedores.

- Ainda tá pouco! - Beca gritou quando Alvaréz começou a correr e comemorar pelo campo. - Eu acho que cabe mais!

Alvaréz passou correndo por nós e acenou, sorrindo. Acenamos de volta, muito animadas assim como todos os torcedores do estádio. O jogo seguiu sem mais lances importantes e acabou com a vitória do City.

Sem saber muito bem para onde ir, já que não fui informada sobre nada do jantar que Haaland marcou com meu pai, voltei para perto da minha família.

- Você não vai mesmo? - Perguntei e Beca negou. - Chata demais.