Yuànfèn - Erling Haaland

Seja bem vinda a Madrid

Era noite quando pousei em Madrid. Sentia como se minha coluna fosse quebrar ao meio pelo tempo sentada na poltrona desconfortável do avião. Fiquei muito mal acostumada em voar no avião do time. Demorei quase uma hora pra conseguir pegar as malas que Beca havia despachado e precisei de dois carrinhos pra conseguir empilhar todas. Estava pensando em como faria pra levar tudo ao meu novo endereço quando me deparei com Jude Bellingham e uma cartolina branca.

- Ellie! - Ele sorriu e largou o papel em uma lixeira enquanto caminhava até mim. - Seja bem vinda a Madrid.

- Jude.. Oi! - Sorri, completamente surpresa. - O que está fazendo aqui?

- Vim te receber. - Ele me abraçou. - Deixa que eu levo um desses.

- Acho que vou precisar de dois carros pra levar tudo isso. - Pensei alto, completamente infeliz.

- Eu vou te levar em casa. - Afirmou. - É minha tarefa de hoje, até fui dispensado do treino.

- Por minha causa? - Duvidei.

- Eu posso ter dito que já te conhecia quando você foi anunciada. - Deu de ombros. - Então acharam que seria bom você ser recebida por alguém conhecido.

- Entendi. - Assenti. - Bem, obrigada.

- Eu já estive no seu lugar. - Ele continuou sorrindo. - Você vai ver que Madrid melhora tudo.

- Espero que sim. - Suspirei.

- Você tá com fome? - Perguntou, mas não me deixou responder. - Estou morrendo de fome.

- Um pouco. - Menti. Meu estômago estava gelado.

- Então vamos enfiar suas malas no carro e procurar um bom restaurante. - Ele se animou. - Onde vai morar?

- É perto do clube. - Peguei meu celular pra olhar novamente meu novo endereço. - Minha prima que escolheu pra mim. - Mostrei a tela do celular pra ele.

- Mentira! - Jude soltou uma risada. - Eu moro aí!

- Sério? - O choque me atingiu novamente. - Vamos ser vizinhos?

- Isso mesmo. - Ele assentiu veementemente. - Então vamos direto pra o restaurante, tudo bem? - Ele me olhou. - Te ajudo com as malas e com o que precisar.

- Tudo bem. - Jude tinha tanta energia que estava me deixando assustada.

- Está cansada? - Pareceu pensar na possibilidade. - Porque se estiver podemos ir direto pra casa e pedir algo pra comer.

- Você não vai ficar chateado? - Perguntei um pouco receosa.

- Claro que não, Ellie. - Nós entramos no elevador e nos esprememos entre os carrinhos. - Você me desculpa, eu sou assim mesmo, tenho energia demais as vezes e falo pelos cotovelos.

- Não precisa se desculpar. - Neguei. - Podemos jantar outro dia.

- Você é minha vizinha e minha médica. - Ele deu de ombros. - Acho que não vai se livrar de mim nem tão cedo.

- Essas malas vão caber no seu carro? - Questionei quando saímos no estacionamento do aeroporto.

- Vão assim. - Ele tirou o controle do bolso e apertou um botão, os faróis de um conversível enorme piscaram.

- É, vão caber sim. - Observei bem o carro. - Eu gostei. - Pensei mais um pouco. - Acho que vou comprar um igual.

- Invejosa. - Ele sussurrou. - Mas, imagino que vá precisar de um carro.

- Vou sim. - Esperei que ele abrisse o porta malas e deixei que empilhasse as bolsas como bem entendesse.

- Bem, parece que realmente fizeram o certo em me colocar como seu guia. - Nós entramos no carro e minhas costas agradeceram pelo banco tão confortável.