A mulher que eu quero pra mim

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Erling Braut Haaland

Não pude ver Ellie depois do jogo, porque meu pai decidiu que viria me visitar antes do combinado. Tomei o maior susto da vida quando olhei para as arquibancadas onde a doutora deveria estar acompanhada da prima e de Jena, porque além delas, vi minha família lá e meu pai com a maior cara de desgosto, como sempre. Tive certeza que esse arranjo foi culpa de Gabrielle e teria uma conversinha com ela depois.

Encontrei com eles depois que me troquei, minha irmã e minha mãe sorriam, mas meu pai não.

- Filhote. - Mamãe sorriu e veio me abraçar primeiro.

- Oi mãe. - Sorri com o apelido e a abracei, deixando um beijo em sua cabeça.

- Belo jogo, irmãozinho. - Gabrielle também me abraçou.

- Estou a ponto de esganar você. - Sussurrei pra que só ela pudesse ouvir.

- Deixa de ser chato. - Ela riu e se afastou.

- Oi pai. - Cumprimentei, já que ele mal se mexeu desde que chegou perto de mim.

- Foi um bom jogo. - Disse, ainda sem demonstrar muita emoção. - Não foi um dos seus melhores, mas não dá pra ganhar sempre.

- Eles ganharam. - Gabrielle retrucou.

- Mas perderam muitas chances também. - Ele olhou diretamente pra mim.

- Não estraga as coisas. - Mamãe interviu. - Vamos jantar, filho?

- Podemos pedir algo lá em casa? - Pedi. - Estou cansado.

- É claro. - Ela sorriu amigavelmente, como sempre e nós seguimos rumo ao estacionamento. Eles seguiram no carro do meu pai e eu no ônibus da equipe, Gabrielle tem a chave do meu apartamento e eu prefiro ficar um pouco afastado do meu pai agora.

Meus pais são ex atletas, de modalidades diferentes, mas, ambos sabem como é a pressão desse mundo, dessa profissão. No entanto, meu pai parece projetar as coisas que não conseguiu realizar em mim e isso faz com que ele me cobre como um carrasco. Sempre tentei contornar as coisas, baixando a cabeça pra o que ele queria e deixando as coisas rolarem, nunca me importei muito com as críticas ácidas ou as cobranças exacerbadas, mas, uma hora o caldo entorna. E eu realmente estou cansado de tudo isso.

- Era a sua família assistindo o jogo com a Ellie? - Grealish sentou ao meu lado no ônibus e Foden se pendurou no encosto da minha cadeira.

- Pois é. - Assenti. - Coisa da minha irmã.

- Eles disseram algo? - Foden perguntou.

- Não. - Isso me fez pensar em quando alguém diria algo sobre eu ter dedicado outro gol pra ela, mesmo com minha família lá. - Vou aproveitar que meu pai está aqui pra abrir o jogo com ele e me livrar logo da Isabel.

- Vai ser a maior confusão. - Grealish riu. - Amo uma baderna.

- Fica na sua. - Foden ralhou com ele. - A Ellie sabia que sua família viria?

- Duvido muito. - Eu ri só de imaginar o quão nervosa a doutora deve ter ficado.

- Coitada da Ellie. - Grealish riu. - Deve ter ficado morta de vergonha quando você dedicou outro gol pra ela.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora