Esse loiro desgraçado só pode estar tentando me enlouquecer. Passei o final de semana inteiro tentando tirar Haaland da minha cabeça e quando chego no CT dou de cara com ele e sua namorada sentados lado a lado como o lindo casal que são. Não soube muito bem como agir, os observei por alguns segundos e não tive coragem de ir cumprimentar ele, como fiz com todos os outros. Parece besteira, mas senti vergonha novamente, por ter beijado um cara comprometido, sendo o relacionamento falso ou não.
Conversei com os rapazes por um tempinho, até que o vi se levantar e sair sozinho. A moça continuou sentada onde estava, não parecia querer conversar com ninguém e os rapazes não pareciam interessados em falar com ela também. Tirou inúmeras fotos, mostrando os bastidores do jogo e depois saiu, sem falar com ninguém. Era estranho ter ela ali, como se só eu a estivesse vendo, como se ela fosse um fantasma, porquê ninguém se importava com a presença dela. Isso me deixou um pouco desnorteada.
Eu não fazia ideia que a equipe médica era transportada no mesmo ônibus do time principal. Aparentemente, nós deveríamos estar presente em todos os momentos do pré e pós jogo, porquê os ossinhos de ouro poderiam precisar de auxilio. Me sentei no fundo do ônibus, acompanhada de Ethan, que não parecia nada feliz com o fato de estar indo ao jogo. Na verdade, ele parecia bem mau humorado.
- O que você tem? - O questionei.
- Não gosto de ir aos jogos. - Resmungou. - Eles sempre ficam barulhentos demais. - Apontou para os rapazes. - E eu sempre tenho que recusar educadamente o convite para alguma festa.
- Você não vai à festa do Bernardo? - Ele negou. - Pensei que iríamos juntos.
- Você vai? - Assenti. - Não vou nem arrastado.
- Credo. - Ri do seu exagero. - Acho que não vou passar muito tempo por lá.
- Porquê não vai lá pra casa depois? - Ele propôs. - Me liga e eu vou te buscar.
- Vou pensar no seu caso. - Ele apenas sorriu e concordou.
Entramos em assuntos mais leves durante o percurso, que não foi muito longo, porquê o jogo de estreia é no estádio do City. Pra piorar minha situação, Haaland simplesmente me parou quando eu estava prestes a descer do ônibus e meio que me cobrou ciúmes do Ethan, como se ele tivesse algum direito de me perguntar algo depois de ter esfregado a namorada falsa bem na minha cara. Ele saiu do ônibus antes de mim, irritado com as respostas que dei e isso me deixou extremamente irritada também. Como pode alguém ser tão imbecil? Loiro desgraçado.
Segui até o local nas arquibancadas onde a equipe médica costuma ficar, é bem perto do campo e perto de Guardiola também. Ele já estava sentado lá, com sua expressão imutável, esperando os rapazes terminarem de aquecer. Não vi a namorada do Haaland antes do jogo começar, provavelmente ela deve estar em algum dos camarotes família, já que é família dele.
- Quer comer alguma coisa? - Ethan perguntou e eu soltei uma risada. - O que foi?
- Nossas conversas quase sempre começam com você me oferecendo comida. - Ele soltou uma risadinha.
- Eu estou com fome. - Fez uma careta. - Vou trazer algo pra você também.
- Obrigada. - Observei ele levantar e ir em direção à lanchonete.
Os jogadores se amontoaram no centro do campo e conversaram com o juiz antes do início do jogo, observei Haaland de longe, era impossível não vê-lo, porque ele é alto demais perto dos outros. Ethan voltou com algumas batatinha, cachorro quente e refrigerante, dos quais ele comeu boa parte, porque eu não aguentei comer muita coisa.
O jogo começou, todos estávamos confiantes na vitória do City, por conta da fase decadente que o Barcelona vem passando a alguns anos. Não que o time não seja bom, só não tem conseguido a sincronia que tinha nos anos de ouro. O primeiro tempo foi tranquilo, algumas farpas trocadas entre os times, mas isso é normal, no entanto, nenhum gol. Os rapazes seguiram estressados para o vestiário, não só por não terem conseguido marcar, também pelas provocações vindas do time adversário.
Existem alguns jogadores pontuais no time do Barcelona que costumam ser bem infantis diante dos adversários. Entre eles está o Gavi, um molequinho superestimado que nem joga tão bem assim, mas tem um fã-clube enorme. Ele costuma provocar até que o outro perca a paciência e então ele tenta brigar, criando uma confusão generalizada porquê seus parceiros de time não vão deixar que ele leve uma surra. Ele passou o primeiro tempo inteiro provocando Haaland e Grealish, o que é engraçado porque ele é do tamanho da perna do loiro, mas não tem medo de apanhar.
Não fui atrás deles, continuei conversando com Ethan e observando os rapazes do time contrário. Eles não pareciam tão preocupados, o que me deixou um pouco apreensiva, porquê o City é um time difícil de bater, não deveriam estar tão confiantes assim. Passei o intervalo inteiro os observando, entendi que estavam realmente decididos a irritar os jogadores do City e senti que precisava avisa-los.
- Vou lá no vestiário. - Informei a Ethan. - Rapidinho.
- Tudo bem. - Ele não deu muita bola.
Normalmente eu não faria isso, mas, sei que existem alguns jogadores do City são bem explosivos e não toleram brincadeiras idiotas, é uma coisa que vem sendo trabalhada durante os treinos e consultas com o psicólogo, mas não vem surtido muito efeito. Então achei melhor avisar sobre isso.
O vestiário estava barulhento, eu consegui ouvir Guardiola tentando fazer os rapazes calarem a boca antes de entrar, mas o silêncio só se fez quando eu entrei.
- Doutora Osborn. - Guardiola praticamente suspirou. - O que houve?
- Os jogadores do Barcelona estão bem contentes por terem conseguido irritar vocês. - Comentei como se não fosse nada. - Precisam manter o foco.
- Eles ficam nos xingando, como um bando de idiotas. - Foden resmungou. - Sempre que chegam perto de nós, soltam alguma piadinha besta.
- E você não sabe ignorar não? - Retruquei.
- Caramba. - Foden soltou uma risadinha surpresa, talvez pela minha grosseria repentina. - Obrigada, Ellie.
- Por nada. - Lhe dei um sorrisinho irônico, que o fez rir mais.
- Eles estão conseguindo desviar a atenção de vocês do que realmente deve fazer. - Guardiola assumiu a palavra. - Precisam marcar gols e não cometer infrações, apenas isso.
- Eles tem razão. - Haaland disse e só então notei que ele estava nos fundos do vestiário, me encarando. - Só temos que fazer o nosso trabalho.
- É isso, galera. - Grealish disse. - Vamos maltratar aqueles idiotas.
- Apenas não passem vergonha. - Dei de ombros e saí pela porta, sem me despedir. O olhar de Haaland estava me deixando nervosa.
Estava voltando para o meu lugar quando os jogadores saíram do vestiário, em direção ao campo também. Senti o peso de um braço em meu ombro e dei de cara com o peito de alguém quando olhei pro lado.
- Obrigado por nos avisar, doutora. - Olhei pra cima, o encarando e imaginando que ele só pode ser bipolar.
- Não quero passar vergonha no meu primeiro jogo. - Tentei me manter calma.
- Vou marcar um gol pra você. - Ele me apertou um pouco mais e deixou um beijo na minha bochecha, me pegando de surpresa.
Haaland me largou e seguiu junto com o time, me deixando atônita e nervosa.
Loiro desgraçado.
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Yuànfèn - Erling Haaland
Fiksi PenggemarA força de um vínculo entre dois indivíduos. Um relacionamento unido pela fé e pelo destino. O amor que existe entre duas pessoas. || Esta história é composta por dois livros, ambos de mesmo nome, disponíveis no meu perfil. ||