Cinco minutos pra quê?

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- Ellie! - Gabrielle nos recebeu na porta. - Você está tão linda.

- Você também. - Respondi, um pouco constrangida.

- Espero que goste da comida que eu preparei. - Disse, sorridente, e me puxou pra dentro.

- O cheiro está ótimo. - A acompanhei até a cozinha.

- Vou colocar sua bolsa lá no meu quarto. - Haaland avisou e saiu andando pra dentro da casa.

- Ele é completamente louco por você. - O que ela disse me pegou de surpresa. - Sabe disso, não é?

- Ele me diz, as vezes. - Respondi e Gabrielle teve uma mini crise de risos.

- Erling não tem muito filtro. - Avisou. - Mas, ele não é mentiroso.

- Tenho aprendido a acreditar no que ele diz. - Concordei.

- Acredite. - Reafirmou.

- A comida tá pronta? - Haaland apareceu na cozinha. - Tô com fome.

- Você comeu quatro maçãs antes de ir buscar a Ellie. - Gabrielle retrucou. - Que pressa toda é essa?

- Estou com fome. - Ele repetiu e me olhou de cima a baixo, eu engoli em seco.

- Garoto chato. - Ela resmungou. - Me ajuda a pôr a mesa.

- Eu ajudo. - Me prontifiquei e ela rapidamente negou.

- Você é nossa convidada. - Disse. - Vai sentar lá na sala.

- Mas.. - Tentei retrucar, mas os irmãos me encararam como se eu fosse ofendê-los. - Eu vou ao banheiro. - Saí de fininho da cozinha e fui em direção ao quarto de Haaland, pra usar o banheiro dele.

Estava lavando as mãos quando faltou força e a energia caiu. Ouvi Gabrielle soltar um gritinho de susto e ri comigo mesma, no entanto, eu também me assustei quando ouvi passos rápidos em minha direção e mãos grandes se encaixarem na minha cintura.

- Meu Deus! - Quase gritei quando ele colocou seu corpo contra o meu, mas senti seu cheiro. - Erling, que susto!

- A energia caiu. - Disse o óbvio. - O gerador costuma ligar em cinco minutos.

- Tudo bem. - Tentei me soltar. - Esperamos lá na sala.

- Acho que você não entendeu. - Ele riu. - Nós temos cinco minutos.

- Cinco minutos pra quê? - Ele não me respondeu com palavras.

Haaland sentou na tampa da privada que eu havia acabado de fechar e segurou minhas coxas, me puxando pra sentar em seu colo. Na verdade, eu caí sentada em cima dele, porquê não estava esperando por essa atitude, prendi a respiração por conta do susto e do contato repentino. Ele me beijou, segurando minha nuca de maneira firme enquanto apertava meu quadril. Como se tivesse sido anestesiada, perdi totalmente o controle sobre meus atos e joguei meus braços ao redor de seu pescoço, nos aproximando ainda mais.

Mordi seu lábio inferior, que é uma das coisas que mais me atraem nele. Ele suspirou e segurou minha cintura com as duas mãos, me apertando e me puxando pra mais perto, como se fosse possível. Enfiei as mãos em seus cabelos e puxei os fios com vontade, ele se levantou comigo nos braços e me largou na pia, apertando minhas coxas com vontade.

- Erling.. - O empurrei delicadamente. - Pelo amor de Deus, se afasta de mim, sua irmã está lá na sala.

- Me desculpe. - Ele tirou as mãos de mim e as apoiou na pia. - Eu juro que só queria um beijinho, mas algo acontece quando encosto em você..

- Muitas coisas acontecem quando encostamos um no outro. - Eu ri e ele me acompanhou. - Vou lá perto da sua irmã.

- Eu já vou também. - Disse e as luzes se acenderam. - Preciso de alguns minutinhos ou um banho de água fria.

- Tomo banho com você mais tarde. - Lhe dei um selinho e saí do banheiro.

- Será que ela acha que está me ajudando dizendo isso? - Ouvi ele perguntar a si mesmo e depois soltar uma risadinha.

Corri pra perto de Gabrielle, que ainda mexia alguma coisa em uma panela na cozinha, pareceu não perceber que o irmão dela estava me agarrando no banheiro. Ajeitei meu vestido e pedi um copo de água, porque meu corpo estava pegando fogo. Haaland apareceu alguns minutos depois, ainda respirava fundo, mas parecia ter se acalmado. Eles terminaram de pôr a mesa enquanto implicavam um com o outro em norueguês.

- Finalmente essa comida saiu. - Haaland provocou a irmã.

- Não foi pra você que eu cozinhei. - Ela deu de ombros. - Senta Ellie, quero que prove minha comida. - Ela se sentou, toda animada.

- Por favor. - Haaland puxou a cadeira pra mim.

- Obrigada. - Ele sentou ao meu lado e sorriu.

- Eu te sirvo. - Haaland pegou meu prato e colocou um pouco de casa coisa.

Gabrielle tinha preparado salmão com aspargos, purê de batatas, arroz negro e um molho de maracujá delicioso. Eles se serviram logo depois, Haaland não esperou que eu provasse, começou a comer logo, mas Gabrielle ficou parada esperando eu provar de cada coisa que ela tinha feito.

- Está tudo delicioso. - Eu disse, depois de realmente provar cada coisinha. - Amei seu molho de maracujá.

- Ai que bom! - Sorriu, animada. - Eu estava nervosa.

- Você cozinha muito bem. - Elogiei. - Dá próxima, eu cozinho.

- Adorei a ideia! - Ela se remexeu animadamente em sua cadeira e fez Haaland rir.

- Elogia a sua irmã. - O cutuquei e ele revirou os olhos.

- Você melhorou na cozinha. - Disse, ainda a provocando.

- Erling! - Ralhei e ele riu.

- Ele é assim mesmo, Ellie. - Gabrielle deu de ombros. - Um pentelho.

- Ela só cozinhou bem porque é pra você. - Ele continuou. - Se fosse pra mim, teria queimado tudo.

- Você não merece. - Ela o provocou também. - A Ellie merece muito mais só por te aguentar.

- Eu sou uma ótima pessoa, não é, doutora? - Ele me encarou.

- As vezes. - Maneei a cabeça e ele se fez de ofendido.

- Gosto cada vez mais de você. - Gabrielle riu e nós voltamos a comer.

O jantar foi engraçado, Haaland se esforçou pra encher o saco da irmã o máximo que pôde e Gabrielle o ignorou durante a refeição inteira.

- Erling vai comprar sorvete. - Ela pediu depois que eles terminaram de lavar a louça enquanto eu bebia uma taça de vinho, já que não me deixaram fazer nada.

- Porque eu? - Ele implicou.

- Porque eu cozinhei pra sua namorada. - Ela ralhou, eu pensei em dizer que não sou namorada de ninguém, mas estava ocupada rindo deles.

- Só vou comprar porque gosto quando dizem que ela é minha namorada. - Ele passou por mim e deixou um beijo na minha bochecha. - Já volto.

- Vai lá. - Gabrielle sorriu. - Fico feliz em ver vocês juntos. - Disse assim que ele saiu.

- Eu gosto muito dele. - Admiti.

- Não estaria aqui se não gostasse. - Disse o óbvio. - Principalmente diante da situação com Isabel.

- Acha que estou errada? - Ela parecia não esperar pela pergunta e passou um tempo em silêncio.

-  Acho que vai estar se ele não resolver isso dentro de um mês. - Respondeu. - E estou falando sério, dê um prazo pra ele e se as coisas não forem resolvidas, vá embora.

- Tudo bem. - Engoli em seco.

- Tudo que posso dizer é que ele é louco por você. - Ela continuou. - Está disposto a enfrentar as regras do nosso pai pra tomar conta da própria vida, ele nunca fez isso. 

- Eu não quero causar problemas na vida de ninguém. - Falei e ela negou rapidamente.

- Não está causando problemas, Ellie. - Gabrielle se aproximou. - Está trazendo soluções.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora