Qualquer um fica bonito perto dela

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Erling puxou a cadeira pra que eu me sentasse, meu pai e meu irmão já conversavam entre si, logo a atenção deles se voltou pra nós dois, eles nos observaram por um tempo.

- O que foi? - Perguntei.

- Nada. - Dave riu. - Até que vocês ficam bonitinhos juntos.

- Qualquer um fica bonito perto dela. - Haaland comentou distraidamente enquanto analisava o cardápio.

- Ele nem percebe. - Meu pai sussurrou para meu irmão e eles riram.

- O que você quer pedir? - Ele me estendeu o cardápio.

- O que você me recomendar. - Empurrei o cardápio de volta, nunca gostei de fazer essas escolhas.

Os pedidos foram feitos, percebi Haaland esfregando as mãos na coxa, secando o suor na calça jeans. Por baixo da mesa, entrelacei nossos dedos e apertei sua mão, tentando lhe passar confiança.

- Parabéns pelo jogo, filho. - Meu pai disse e Erling me olhou todo bobo. - Você mudou todo o ânimo do time.

- Muito obrigado. - Agradeceu, feliz da vida. - Eu tive um bom incentivo. - Ele me olhou rapidamente.

- Ta aí, eu falei. - Dave riu. - Bastou a Ellie ir lá que o homem tomou um rumo.

- É verdade. - Haaland concordou.

- Parem com isso. - Briguei, mas eles continuaram rindo.

- Porquê sua mãe não veio? - Ele me perguntou.

- É minha culpa. - Papai respondeu. - Eu esqueci desse jantar e ela não gosta muito de futebol, então não veio.

- É culpa da idade. - Dave brincou. - Mas ela já disse que devemos marcar um jantar na casa deles.

- Quando quiserem. - Ele nem titubeou.

- Ela vai te fazer beber café salgado. - Dave riu.

- Café salgado? - Erling nos encarou, completamente confuso.

- É uma tradição da minha família materna. - Expliquei. - Desde à época da minha bisavó, as mães preparavam um café super salgado pra servir ao pretendente que ia pedir a mão da moça.

- É um teste. - Meu pai continuou. - O rapaz chega querendo agradar, então, se beber todo o café sem reclamar, mesmo estando salgado, é porquê tem persistência o suficiente pra merecer a benção dos pais.

- Bem, café salgado vai se tornar minha bebida favorita. - Ele deu de ombros.

- Puxa saco. - Dave provocou e Haaland apenas riu.

Nossos pratos chegaram e eu me surpreendi, Haaland pediu a mesma coisa pra nós dois, risoto de camarão com cogumelos, a mesma coisa que eu cozinhei quando ele jantou na minha casa pela primeira vez.

- Não vai estar tão bom quanto o que você fez. - Ele disse quando percebeu que eu o encarava.

- Você se lembra. - Falei, ainda surpresa.

- De cada detalhezinho. - Respondeu baixinho.

A conversa fluiu normalmente entre eles e eu me senti muito bem ao ver como Haaland se deu bem com os outros dois homens mais importantes da minha vida. Ele quis me levar em casa depois, mas  meu pai negou, dizendo que não tinha necessidade, já que eles iriam dormir na minha casa. Erling não gostou muito, mas não se impôs, nos despedimos brevemente e seguimos caminhos separados.

- É difícil conversar com vocês dois. - Meu pai comentou vagamente. - Parecem estar sempre no mundinho de vocês.

- Devo me desculpar? - Perguntei, um pouco confusa.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora