Eu sou o brilho dessa família

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Pensando bem, talvez a minha família ainda seja pouco animada perto da família do meu namorado. Eles estavam com cartazes coloridos e sorrisos enormes no rosto quando desembarcamos e eu logo fui imersa em abraços desconhecidos, mas muito calorosos.

- Oi querida, como você está linda. - Gry me abraçou e sacolejou meus braços. - Olha querido, como ela é linda.

- Deixa a moça respirar. - Alf riu da reação da esposa e a afastou levemente de mim. - É bom te ver novamente, Ellie.

- É muito bom ver vocês também. - Apertei a mão que ele me estendeu e sorri.

- Cunhadinha! - Gabrielle brotou no meio de nós e me abraçou, apertando minhas costas. - Quanto tempo não te vejo.

- Oi Gabi. - Beijei sua bochecha e continuei abraçada com ela.

- Doutora. - Haaland me tirou do meio da euforia e me levou pra perto de um homem tão alto quanto ele. - Esse é o Astor, o irmão mais velho e mais rabugento.

- Só sou rabugento quando ele está por perto. - O homem sorriu e se aproximou. - É bom finalmente conhecer você, Ellie.

- Eu digo o mesmo. - Lhe dei um abraço rápido e mantive o sorriso que já estava no meu rosto a mais de quinze minutos.

- Bem, vamos pra casa? - Alf nos interrompeu. - As meninas estão esperando, bem ansiosas, eu diria.

- Claro. - Concordamos.

- Meu bebê não sabe quem é você, mas, está te esperando também. - Gabrielle brincou e me abraçou novamente, passamos a caminhar assim.

- Eu sabia que iria roubar minha namorada assim que chegássemos. - Haaland não perdeu tempo e começou a implicar com a irmã.

- Você tem ela o tempo todo. - Ela resmungou. - Então fica na sua aí.

- Mãe! - Ele apelou.

- Não tenho nada haver com isso. - Gry deu de ombros. - Eu também quero passar um tempo com minha nora.

- Nós viemos em dois carros. - Alf disse. - Vocês escolhem qual carona.

- A Ellie vem comigo e o Astor. - Gabi nem me deu chance de responder. - O Erling eu não sei.

- Mas em que mundo eu iria pra longe da minha mulher? - Ele perguntou, completamente indignado.

- Ninguém liga pra você. - Ela deu de ombros e Astor só conseguia rir.

- Vamos logo. - Ele puxou Erling pelo ombro e nós seguimos para o estacionamento.

Já no carro, Erling atualizava os irmãos do que havia acontecido na vida dele até o momento e eu me preocupava em responder as perguntas que me faziam.

- Então vocês tem irmãs mais novas? - Astor assentiu.

- E elas gostam muito mais do Haaland do que de mim. - Pontuou e Haaland riu.

- Tão pequenas e tão espertas. - Comentou despretensioso.

- Você tem irmãos mais novos, Ellie? - Astor perguntou e eu neguei. - Bem, não procure ter.

- Eu sou o brilho dessa família. - Haaland se gabou. - A água que adoça os lábios secos de vocês.

- Você foi.. até aprender a falar. - Astor retrucou. - Depois foi só ladeira a baixo.

- Vocês são dois idiotas. - Gabi brigou com os irmãos. - Ellie, tem tanta coisa legal pra fazer aqui, pena que nessa época de feriado a maioria não funciona.

- Tá tudo bem. - Fiquei com pena da cara de decepção dela. -  Eu vou vir aqui mais vezes.

- Você ouviu isso? - Erling deu uma cotovelada no irmão que dirigia o carro. - Ela vai vir aqui mais vezes.

- É claro, palhaço. - Astor riu. - Ela cometeu o erro de aceitar namorar você.

- Eu nem ligo pra você. - Ele deu de ombros.

Quando estacionamos em frente a casa enorme dos pais dele, duas figurinhas iguais saíram correndo de lá, seria impossível não notar o quanto são parecidas com o irmão.

- Pirralhas. - Ele riu e saiu do carro pra receber o abraço das irmãs.

- Elas não vão sair do pé dele. - Astor avisou. - E nem do seu, provavelmente.

- Eu gosto de crianças. - Disse antes de sair do carro e sentir dois pares de olhos azuis focando em mim.

As meninas olharam pra Erling e perguntaram alguma coisa, ele sorriu e sussurrou algo de volta pra elas, acenando a cabeça positivamente antes delas largarem dele e correrem até mim.

- Oi tia Ellie. - Disseram juntas.

- Olá. - Acenei. - Como vocês se chamam?

- Eu sou a Alice. - Uma delas levantou a mão.

- Alina. - A outra respondeu.

- Vocês são muito bonitas. - Elogiei e suas bochechas ficaram vermelhas. - Pelo visto ser vergonhoso é de família.

- Eu não sou vergonhoso. - Haaland se aproximou. - Só quando você me olha.

- Vem tia Ellie. - Alina segurou minha mão. - Mamãe fez chocolate quente.

Erling deixou que eu seguisse com as meninas pra dentro da casa enquanto carregava nossas malas. Elas me levaram até a cozinha e me fizeram sentar.

- Você quer mini marshmallows? - Alice perguntou.

- Ah, sim, por favor. - Ela sorriu e encheu uma caneca de chocolate quente, enfeitando com marshmallows e granulados.

- Onde estão os biscoitos? - Alina perguntou à irmã.

- Mamãe disse que estavam esfriando. - Respondeu.

Então Alina seguiu até uma janela lateral e pegou uma bandeja que descansava lá, fechando a janela logo depois. Ela pôs a bandeja sobre a mesa enquanto a irmã trazia outra com várias canecas em cima. Eu fiquei boquiaberta com a liberdade delas pra fazerem tudo.

- Esse é o seu. - Alice me estendeu a caneca com marshmallows até a boca. - Eu coloquei mais pra você. - Sussurrou quando os outros entraram na cozinha também.

- Obrigada. - Sussurrei de volta pouco antes de Erling sentar ao meu lado.

- O que vocês estão cochichando? - Ele sussurrou também.

- Nada, maninho. - Alice sorriu e se afastou, sentando em seu lugar.

- Então, como vão as notas de vocês? - Ele perguntou.

- Bem. - Alina deu de ombros.

- Elas sempre tiram notas boas. - Astor explicou. - Sabem que é importante terem conhecimento. - As meninas assentiram, concordando com o irmão.

- Entendi. - O loiro assentiu. - Bem, não tem ninguém burro nessa família mesmo.

- Você se acha. - Gabrielle apareceu, com um neném no colo. - Ellie essa é a minha caçula, Daniele.

- Caçula? - Fiquei chocada e me levantei pra pegar a bebê no colo. - Você tem dois filhos?

- Pois é. - Ela riu. - O mais velho chega amanhã com o pai.

- Que coisinha linda. - Segurei a bebê com o maior cuidado que pude. - Ela é perfeita.

- Fui eu que fiz! - Ela deu uns pulinhos e foi até a mesa buscar sua caneca de chocolate.

- Ela aprendeu a sorrir olhando pra mim. - Haaland se levantou e olhou Daniele em meus braços.

- Ela riu foi da sua cara. - Astor disse. - Mas eu a entendo.

- Ele tem inveja porque a Dani chora quando ele a segura. - Cochichou alto o suficiente para o irmão ouvir.

- Mentiroso! - Astor apontou pra ele. - Você é adotado.

- Não caio mais nessa. - Haaland disse baixinho enquanto colocava o dedo pra Dani pegar. A bebezinha sorriu e agarrou o indicador dele com a mão gordinha, meus olhos se encheram de lágrimas com essa cena cheia de fofura.

Nota da autora:

Eu não sei absolutamente nada sobre a vida do Haaland e a família dele, não sei o nome das irmãs mais novas, dos sobrinhos... as fontes são as vozes da minha cabeça. É isso. Fé e Foda-se.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora