Você não quer pagar pra ver

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Nós ainda passamos um tempo conversando na sala, achei incrível como meu namorado simplesmente fingiu que não estava seco de sede depois beber tanto café salgado. Haaland soltou o maior suspiro do mundo quando entramos no quarto. Ele fechou a porta e se recostou nela, como se estivesse sob julgamento por todo tempo que esteve com minha família.

- O café estava muito salgado? - Soltei uma risadinha.

- Eu acho que nunca pus nada tão salgado na boca em toda a minha vida. - Ele também riu. - Estava amargando.

- Meu Deus do céu. - Me assustei. - E ela não trouxe um biscoito pra ajudar.

- Eu já estava preparado. - Ele deu de ombros. - Talvez eu beba toda a água do mundo durante a madrugada.

- Vou buscar uma garrafinha pra você. - Ele assentiu e saiu da frente da porta, indo sentar na minha cama.

Desci as escadas novamente me direção a cozinha e catei uma garrafa térmica que meu pai costumava usar, enchi com água gelada e subi de novo, morrendo de medo de Haaland ter uma hipertensão a noite.

- Sabe, você poderia ter enrolado e não bebido o café todo. - Falei assim que entrei novamente no quarto.

- E dar o braço a torcer? - Ele riu, já estava deitado, somente de cueca. Se é uma delícia natural, imagine temperado na salmoura. - Se eu não bebesse o café todo, não iria ser digno de você.

- Mas que besteira. - Acabei rindo alto. - Se você não fosse digno da maravilha de pessoa que eu sou, eu não teria nem te beijado naquela noite na minha casa, pra começo de conversa.

- O foco aqui não é você, beleza? - Ele fez pouco caso e riu da minha cara de indignada. - Eu tenho que conquistar meus sogros, você já saiu de moda.

- O quê? - Ralhei e cruzei os braços. - Pois cuspa esse café salgado agora. - Mandei e ele caiu na risada.

- Vem deitar, doutora. - Ele se ajeitou na ponta da cama, deixando o lado da parede livre pra mim. - Vamos sair bem cedo amanhã.

- Esse assunto ainda não acabou. - Resmunguei e tirei minhas roupas, indo me deitar ao lado dele.

- Boa noite, meu amor. - Ele nos virou em uma conchinha e me abraçou.

- Boa noite, amor. - Me aconcheguei nele e fechei os olhos, adormecendo rapidamente.

Quando meu despertador tocou, Erling já não estava mais na cama. Estranhei o vazio e me levantei, procurando por ele. Não o encontrei no quarto, então me vesti e desci as escadas, ainda cambaleando de sono. Ele também não estava na sala, mas ouvi barulhos na cozinha e, levando em conta que ele bebeu toda a água da garrafa durante a madrugada, imaginei que fosse querer mais.

Meu sangue esquentou quando ouvi a voz de Samanta e meus passos ficaram mais lentos, pra ouvir melhor a conversa que se desenrolava.

- Eu só vim buscar mais água. - Erling disse.

- A noite foi longa com a Ellie? - O tom de voz ambíguo de Samanta me estressou.

- Não. - Ele respondeu, a voz um pouco mais baixa dessa vez. - Apenas estou com sede.

- Minha prima não está dando conta? - Haaland tossiu e eu me segurei pra não ir puxar o cabelo dela.

- Como assim? - Ele gaguejou. - Eu preciso voltar pra o quarto, Ellie já vai acordar.

- Porquê não vamos para o meu? - Meu queixo caiu nos pés.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora