A força de um vínculo entre dois indivíduos. Um relacionamento unido pela fé e pelo destino. O amor que existe entre duas pessoas.
|| Esta história é composta por dois livros, ambos de mesmo nome, disponíveis no meu perfil. ||
A semana passou bem rápido, bem, ao menos o restinho dela. Eu estava animada para andar o shopping inteiro com as meninas, sabia que Beca iria me esculachar em todas as lojas e que não me deixaria escolher nenhuma roupa por conta própria, mas eu só me vestia bem quando ela fazia isso. Nós encontraríamos Jena em um restaurante na praça de alimentação, pra almoçarmos antes de bater perna. O plano inicial era sair cedo e tomar café da manhã juntas, mas, Beca chegou cansada na sexta a noite e eu preferi deixar que ela dormisse mais antes de sairmos.
O shopping estava movimentado, a praça de alimentação estava barulhenta, mas todo falatório ficou para trás quando entramos no restaurante, sendo substituído pelas notas de piano da música ambiente. Achei o lugar com aparência de caro e realmente deveria ser, foi Jena que escolheu e ela já está acostumada a viver com o salário que recebe do City, eu que ainda não aprendi a lidar com a minha nova condição financeira.
Ela estava sentada em uma mesa mais ao fundo, distante de onde o pianista tocava. Acenou veementemente quando nos viu e nós seguimos até lá. Manchester estava fria, por isso a maioria das pessoas usavam sobretudos por cima das roupas e nós não estávamos diferentes. O lugar era aquecido, então pendurei meu sobretudo no encosto da minha cadeira e me sentei.
- Oi meninas! - Jena sorriu. - Como estão?
- Nos esperou muito? - Beca perguntou.
- Cheguei há cinco minutos. - Ela deu de ombros. - Gostaram do lugar?
- É bem bonito. - Assenti. - Estão prontas pra me vestir dos pés a cabeça?
- Estarei realizando meu maior sonho. - Beca sorriu enquanto analisava o cardápio.
- Preciso de algumas roupas de frio. - Jena comentou. - O inverno vai ser um pouco pesado esse ano.
- Eu até tenho roupas de frio. - Dei de ombros. - Mas, agora que as viagens do time vão começar, eu preciso me vestir um pouco melhor.
- Achei que queria se vestir bem pra impressionar o Ethan. - Jena comentou. - Já ia dizer que não precisa, ele lambe o chão onde você pisa.
- Não só ele. - Beca soltou uma risada e eu tive vontade de esganar ela.
- Se você me disser que também está saindo com o Haaland eu vou largar meu emprego e virar vidente. - Jena me encarou como se já soubesse de tudo. - Porquê é visível pra qualquer um que ele é muito afim de você.
- Eu não estou saindo com o Haaland. - Respondi, toda sem jeito.
- Eu não acredito que você está pegando aqueles dois gatos! - Jena deu um gole enorme em seu copo de água. - Até fiquei nervosa.
- A Ellie não é fraca não. - Beca colocou mais lenha na fogueira e acenou para o garçom. - Vocês já escolheram?
- Pede o mesmo que o seu. - Pedi e ela assentiu.
- Eu estou saindo com o Ethan. - Expliquei pra Jena. - Mas, rolou alguma coisa com o Haaland.
- E que coisa. - Eu queria muito ter deixado Rebeca em casa.
- E o Ethan sabe disso? - O garçom se aproximou e nós fizemos nossos pedidos.
- Sabe. - Assenti e ela me encarou, esperando uma explicação melhor. - Nós saímos, mas não temos e nem queremos nada sério.
- Me ensina a ser como você? - Jena brincou. - Eu só queria dois homens lindos atrás de mim.
- Eu realmente não me esforcei pra isso. - Garanti.
- Ellie não é acostumada a ter os homens na palma da mão dela. - Beca explicou. - Acredita que ela se sente culpada por estar entre os dois?
- Você ainda tem muito o que aprender. - Jena riu. - Precisa aproveitar o melhor dos dois.
- Eu estive presa em um namoro falido por cinco anos. - Resumi. - Vocês precisam me dar um desconto.
- Eu não sabia disso. - Jena pareceu constrangida.
- Não tem problema. - Lhe dei um breve resumo sobre o que aconteceu na minha vida nos últimos meses. - Eu não pretendia me envolver com ninguém.
- Você é bonita demais pra ficar sozinha. - Beca deu de ombros. - Vamos comer, porque precisamos te vestir como o mulherão que você é.
Nossos pratos chegaram e nós almoçamos calmamente. Na verdade, a refeição durou mais do que pretendíamos porquê passamos duas horas no restaurante atualizando Jena da minha vida e das coisas que me aconteciam. Ela ficou simplesmente eufórica, dizendo que minha vida era o sonho de toda mulher que gosta de ler romance. Achei engraçado ouvir outro ponto de vista sobre tudo, as coisas que ela e Beca falaram me deixaram mais calma também, tirando os resquícios do sentimento de culpa que eu ainda sentia.
Passamos por lojas pontuais, onde Jena costumava comprar suas roupas de trabalho e depois Beca nos levou em lojas que ela considerava mais despojadas, pra me arranjar roupas mais jovens. Quando saímos do Shopping, meu braço quase não comportava a quantidade de sacolas que estava carregando, elas literalmente renovaram todo o meu guarda roupas e eu decidi pegar as roupas que já tinha e mandar para a doação, porquê nem em duas encarnações eu conseguiria usar tantas.
- Porque não vamos pra um barzinho? - Jena propôs, estávamos no estacionamento. - É sábado a noite, temos o dia inteiro pra curar ressaca amanhã.
- Eu sempre topo um barzinho. - Beca animou. - Mas não vou beber porque vou substituir um colega no trabalho amanhã.
- Eu vim de táxi, então vou beber até não lembrar meu nome. - Jena riu.
- Bem, então vamos. - Larguei minhas sacolas na mala e Jena entrou no banco do passageiro.
- Me dá o endereço. - Beca lhe entregou o celular.
- É um bar mais refinado. - Jena disse. - Só conheço porquê de vez em quando preciso marcar jantares para pessoas importantes. - Deu de ombros. - É bem sigiloso, porque pessoas famosas estão por lá.
- Gosto de você porquê você conhece todos os lugares de alto nível dessa cidade. - Beca sorriu. - Mulheres sofisticadas como nós merecem lugares assim.
- Bem, então vamos lá. - Até me animei também. - Encerrar o dia com chave de ouro.
O bar era um pouco longe de onde estávamos e, de fato, muito reservado. Só conseguimos entrar porquê Jena tinha contatos por lá, até conseguimos ficar em um camarote, o que Beca simplesmente amou. A música alta poderia ser abafada a qualquer momento porquê os camarotes possuíam vidros, que funcionavam como janelas. Se quiséssemos conversar sem o barulho, só precisávamos fechar. Eu achei o lugar tão requintado que me senti constrangida, não sabia se estava vestida adequadamente, mas, ninguém prestou atenção em mim, então estava tudo bem.
(...)
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