Não pode me culpar

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Erling Braut Haaland

Meu rosto quase não comportou o tamanho do sorriso que rasgou minha boca quando ouvi meu sogro me chamar de genro na frente de todo mundo e exclusivamente para o Alvaréz. Minha alegria só aumentou quando vi o sorriso falsamente inocente ir desaparecendo gradativamente da cara de idiota daquele argentino desgraçado.

- Pessoal! - Chamei a atenção do time. - Esses são o pai e o irmão da Ellie. - Apresentei os dois. - Sejam educados.

O pessoal começou a conversar e tirar fotos com eles dois, Beca e Ellie apenas observavam e riam de tudo. Alvaréz engoliu o choque e se juntou ao grupo, ele parecia querer conquistar a família dela também e isso estava me deixando gradativamente irritado.

- Você já tá pronto? - Ellie perguntou e minha atenção voltou pra ela novamente.

- Sim. - Assenti, louco pra lhe dar um beijo na frente de todo mundo. - Não tive tempo de dizer que você está muito linda.

- Obrigada. - Ela sorriu, mas tinha algo estranho.

- Tá tudo bem? - Perguntei baixinho. Ellie me olhou por um tempinho e depois sorriu.

- Claro que sim. - Eu não acreditei, mas não era o momento certo pra perguntar.

Esperamos uns quinze minutos até que a família dela tivesse conhecido todo o pessoal, inclusive o Guardiola.

- Você vai no meu carro, comigo? - Perguntei à Ellie enquanto saímos do vestiário.

- Vou sim. - Assentiu, distraída.

- Nos encontramos lá no restaurante. - Avisei a Dave, que apenas assentiu e seguiu junto com o pai até o estacionamento.

Ellie estava com a cabeça longe e eu prefiro que ela esteja me xingando do que desse jeito, me senti nervoso e ansioso, queria saber o que havia de errado, saber se podia fazer alguma coisa pra ajudar. Fiquei calado até que entramos no carro.

- Amor, tem alguma coisa de incomodando. - Não dei partida. - Pode me dizer o que é?

- Não tem nada me incomodando. - Ela não me olhou quando disse isso, estava se ocupando em colocar o cinto de segurança.

- Ellie, eu te conheço. - Insisti. - Não vamos sair daqui até você me dizer o que eu fiz de errado.

- Você não fez nada de errado. - Ela finalmente se virou pra mim.

- Conta outra. - Cruzei os braços e a encarei, esperando uma resposta mais verdadeira.

- Nossa, mas você é chato. - Resmungou. - Eu não achei legal ter marcado um jantar com meu pai sem ter falado comigo antes.

- Então foi isso. - Minha ficha caiu. - Caramba, eu juro que não percebi.

- Eu sei. - Garantiu. - Eu iria falar com você amanhã, mas você não consegue me deixar em paz.

- Não é minha culpa se você é muito expressiva. - Ela revirou os olhos. - Me desculpe, meu amor, eu me empolguei e não percebi que estava passando por cima de você.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora