Eu posso comer de novo

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Haaland realmente parou em uma floricultura no meio do caminho, eu insisti que não precisava, mas ele não me deu ouvidos. Esperei cerca de quinze minutos dentro do carro até ele retornar com dois buquês enormes.

- Vai dar flores ao meu pai também? - Estranhei e ele deu uma risada.

- Esse aqui é pra você. - Me estendeu um buquê de rosas brancas e amarelas.

- Obrigada, amor. - Fiquei toda desconcertada. - São lindas.

- Acha que sua mãe vai gostar? - Me mostrou um buquê clássico de rosas vermelhas.

- Absolutamente. - Assenti.

Ele abriu a porta de trás e acomodou o buquê no banco.

- Espera mais um pouco, vou na cafeteria. - Apontou para o estabelecimento ao lado da floricultura. - Nós não almoçamos, estou com fome.

- Traz rolinhos de canela pra mim, por favor? - Pedi encarecidamente.

- O que você quiser. - Ele piscou pra mim e saiu em direção à cafeteria.

Mais quinze minutos depois e Haaland retornou com comida o suficiente para alimentar cinco pessoas. Tive que abrir a porta do carro pelo lado de dentro, porquê ele estava com as mãos ocupadas.

- Você já notou o quanto é exagerado? - Questionei depois que ele se sentou em câmera lenta pra não derrubar as bebidas.

- Somente isso aqui é seu. - Ele riu e me entregou meus rolinhos de canela, um café e um salgado. - Esses aqui vão estar no meu estômago em meia hora.

- Você não vai aguentar comer isso tudo. - Duvidei e ele riu ainda mais.

- Aposta comigo? - Propôs e eu não sabia onde estava me metendo quando aceitei. - Você vai se arrepender. - Ele continuou rindo e começou a comer.

Deu partida no carro e não prestei muita atenção nele enquanto comia. Haaland dirigia bem e eu ainda não me sentia muito segura em fazer longas viagens, então me ocupei em comer e observar a paisagem.

- Você ainda vai comer isso aí? - Ele chamoy minha atenção apontou para o último rolinho de canela que já havia esfriado na embalagem.

- Eu não acredito. - Olhei para ele e me dei conta de que realmente havia comido tudo.

- Você está em dívida comigo. - Ele pegou meu rolinho de canela. - E isso é ótimo.

- Tenho medo quando você me olha assim.

- Mas eu sou tão inocente. - Ele deu de ombros. - Você que é desconfiada demais das minhas boas intenções.

- Corta essa. - Foi a minha vez de rir. - De boas intenções o inferno está cheio.

Seguimos a viagem tranquilamente, não era tão longe, mas Haaland estava ansioso e queria causar uma boa impressão.

- Acha que sua mãe vai pensar mal de mim por dormir na casa dela na primeira vez em que vou lá? - Perguntou, um pouco nervoso. Nós já estávamos chegando.

- É claro que não. - Respondi imediatamente. - Ela já sabe que dormimos juntos, amor, eu não sou criança.

- Acho que estou ficando louco. - Ele soltou uma risadinha.

- Eu tenho certeza. - Concordei.

- Você já sabe como vai passar o feriado de final de ano? - Ele mudou de assunto. - Estava pensando em nos dividir entre a sua família e a minha.

- E qual o seu plano? - Dei liberdade pra que ele falasse mais.

- Você escolhe. - Deu de ombros.

- Podemos ficar por aqui no natal. - Propus. - E logo depois ir para a sua família.

- Ótimo. - Concordou. - Ainda tem muita gente da minha família pra você conhecer.

- Combinamos assim então. - O assunto se encerrou por aí, porquê chegamos em frente ao condomínio dos meus pais.

- Tudo bem, nada de surtos. - Haaland respirou fundo quando nossa entrada foi autorizada.

- Do jeito que você fala, parece que nunca viu minha família na vida. - Acabei rindo, porque ele estava respirando fundo e batucando os dedos no volante.

- Nunca como seu namorado. - Pontuou.

- Larga mão de ser besta. - Ele estacionou o carro em frente a casa e nós descemos. - Todos eles já gostam de você.

- Estou contando com isso. - Ele pegou nossas mochilas e o buquê de rosas da minha mãe.

- Vem. - Segurei sua mão livre, pois as duas mochilas estavam penduradas no ombro dele.

Toquei a campainha, porque desde que me mudei não tenho mais as chaves da casa. Ouvi os passinhos apressados da minha mãe e logo a porta foi aberta, revelando uma senhora com cara de maníaca e um sorriso enorme.

- Finalmente chegaram! - Ela me puxou para um abraço. - Entrem.

- Com licença. - Erling falou todo tímido e eu tive vontade de rir.

- Não fique acanhado, querido. - Minha mãe me largou e foi até ele. - Largue essas bolsas no sofá.

- Me dá aqui. - Pedi as mochilas. - Vou colocar no meu quarto.

- Estão pesadas, amor. - Ele disse no automático e imediatamente encarou minha mãe.

- Que lindinho. - Ela sorriu e ele respirou aliviado.

- São para a senhora. - Finalmente entregou as flores.

- Obrigada, meu bem. - Ela o puxou para um abraço também. - Muito gentil da sua parte.

- Onde está o papai? - Perguntei, querendo mudar o assunto.

- Foi comprar algumas coisas que eu pedi. - Ela saiu andando para dentro de casa. - Seu quarto já está arrumado pra vocês.

- Vamos colocar as bolsas lá. - Segurei a mão dele novamente e o levei comigo.

Meu quarto havia sido reformado, minha mãe transformou em um quarto de hóspedes e, para a tristeza de Erling, não havia mais nada pessoal meu.

- Achei que encontraria suas coisas da adolescência. - Ele resmungou.

- Minha mãe mandou reformar depois que saí de casa. - Expliquei. - Fez o mesmo com o quarto do Dave.

- Você vai encontrar o meu quarto do mesmo jeito que deixei. - Ele riu. - Minha mãe faz questão.

- Vou gostar muito de xeretar suas coisas. - Brinquei.

- Tenho certeza de que minha mãe vai fazer questão de te mostrar os álbuns de fotografia. - Eu estava prestes a responder quando minha mãe nos interrompeu.

- Ellie, não fique monopolizando meu genro. - Ela brigou e eu vi o peito de Haaland se inflar de alegria. - Venham, eu fiz bolo.

- Nós já comemos no caminho, mãe. - Tentei intervir, mas meu namorado me cortou.

- Eu posso comer de novo. - Ele deu de ombros e minha mãe sorriu. - Nada melhor que um bolinho caseiro.

- Isso mesmo. - Minha mãe o seguro pelo braço e seguimos para a cozinha.

Haaland sentou todo feliz enquanto minha mãe o servia, ele quis ajudar, mas ela não permitiu e fez questão de encher o prato dele com bolo e mais inúmeras coisas que ela havia feito. Eu só pude aceitar e rir de toda a cena.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora