Erling Braut Haaland
Eu já sabia o quarto em que a doutora iria ficar antes mesmo de sairmos do CT. Não precisei de muito esforço pra descobrir, perguntei à Jena com a cara e a coragem e, para minha surpresa, ela me disse sem titubear e com um sorriso satisfeito no rosto. Percebi que ela está do meu lado e isso é bom.
Tudo que disse pra Ellie no ônibus é verdade, eu já sinto falta dela e não gosto quando ela chega e simplesmente me ignora, como se não houvesse nada entre nós. Nosso silêncio esconde muita coisa e eu não quero que ela só converse comigo as escondidas, isso não é necessário. Gostaria que ela tivesse sentado ao meu lado no ônibus e no avião, fiquei preocupado quando houve a turbulência, quando não estou perto dela, não posso protegê-la e isso me deixa aflito.
Fiquei ainda mais nervoso quando vi a confusão que estava acontecendo ao redor do ônibus que nos levaria até o hotel. Pensei em ir atrás dela, mas Grealish disse que seria melhor ficar longe, pra evitar que aquela bagunça ficasse ao redor dela. Tentei atender algumas pessoas, mas a minha cabeça estava nela e quando a perdi de vista, me desconcentrei. Quando os seguranças chegaram, a primeira coisa que fiz foi procurar por ela, mas demorei pra encontrar, fui obrigado a seguir pelo corredor formado pelos seguranças, até que a encontrei.
Ao menos Ethan serviu pra lhe manter segura e naquele momento eu o odiei um pouco menos. Não pensei muito no que fiz, fui até ela e a puxei para o corredor seguro, não entendo o porque da única mulher no meio de nós ainda não estar segura dentro do ônibus. Não consegui conter minha preocupação e isso chamou a atenção de alguns caras do time que ainda não haviam notado meu interesse descarado na doutora. Ouvi algumas piadinhas e indiretas, mas ignorei todos eles e foquei no meu plano, que era dormir com ela.
Infelizmente, em vésperas de jogos, não podemos fazer esforço físico, não poderia fazer muita coisa. Mas, me contento em lhe abraçar durante a noite e em lhe ouvir resmungar alguma coisa em seus sonhos, porquê ela fala dormindo e talvez não saiba disso.
Garanti que meu jantar seria enviado para o quarto dela e fiquei esperando até o entregador chegar lá pra poder entrar. Ellie se assustou, mas não reclamou da minha presença e nem me mandou embora, mesmo porque, eu não iria. Estávamos assistindo Harry Potter e ela parecia animada com cada revelação do filme, confesso que eu também estava.
- Calma aí. - Pausei a tela. - Quer dizer que o rato do Rony esse tempo todo era esse tal de Pedro Pettrigrew?
- Isso mesmo. - Ela confirmou.
- E quem diabos é esse cara que saiu do nada?! - Eu realmente estava perdido.
- Ele era amigo do pai do Harry. - Essa parte eu já estava por dentro. - Traiu os amigos e entregou a localização da família do Harry ao Valdemort.
- Então a família do Harry morreu por causa dele? - Ela assentiu.
- Basicamente.
- E então ele se fingiu de morto esse tempo inteiro e a culpa caiu sobre o Sirius que é padrinho do Harry? - Mais uma vez ela concordou. - Nossa mas que covardia. - Me ajeitei melhor na cama, completamente revoltado. - Nem Judas foi tão traiçoeiro.
- E a confusão não para por aí. - Ela riu e pegou o controle da minha mão, iniciando o filme novamente.
Fiquei completamente chocado quando vi o professor Lupin se transformando em um lobisomem, a Hermione já havia dito que ele era, mas o cara se transformou e o meu queixo caiu. Ellie passou o filme inteiro rindo das minhas reações e sanando minhas dúvidas sobre alguns pontos da história. Quando o filme terminou, observei que ela não parecia com sono, então propus que víssemos outro, Ellie concordou e se levantou pra deixar os pratos, agora vazios, de volta no carrinho. Ela parecia incomodada com o pijama, estava sempre puxando a blusa pra baixo e fazendo caretas engraçadas. Quando voltou pra cama, a puxei pra deitar em meu peito, sem demonstrar resistência, ela me abraçou e se aconchegou em mim, meu coração se aqueceu igual o Cálcifer do castelo animado.
- Ansioso para o jogo? - Perguntou baixinho.
- Um pouco. - Fui sincero. - Cada jogo é uma final pra mim.
- Não é pressão demais? - Eu ri, porque era sim, mas eu fui criado desse jeito.
- Como se sente com a sua primeira viagem com o clube? - Mudei o foco da conversa.
- Eu estava nervosa. - Confessou. - Mas, estou mais calma agora. - Senti seu corpo se aproximar um pouco mais do meu. - Obrigada por cuidar de mim.
- Estou sempre de olho em você. - Garanti e ela soltou uma risadinha.
- Eu percebi. - Ellie deixou um beijinho no meu pescoço. - Vou usar uma camisa sua no dia do jogo. - Avisou, falando pertinho do meu ouvido.
- Eu vou fazer um gol pra você. - Pensei um pouco. - Precisamos combinar um sinal pra você saber que foi pra você.
- Ponha a mão no peito. - Disse baixinho. - Eu vou saber.
- Tudo bem. - Concordei. - Doutora?
- Hum? - Ela olhou pra cima e eu a beijei, pois estava querendo fazer isso a muito tempo.
Foi um beijo lento e demorado, era sempre bom demais beijar ela. Segurei seu rosto com a mão livre e lhe dei vários selinhos, ainda de olhos fechados, ela sorriu. Eu amo ver o sorriso lindo que se forma no rosto da minha doutora.
- Quer mesmo assistir o filme? - Sussurrei e ela abriu os olhos.
- Você não pode fazer esforço antes dos jogos. - Ela me deu mais um selinho e deitou a cabeça no meu peito.
Me senti o cara mais sortudo do mundo quando senti sua respiração se acalmar e nossos corações sincronizarem os batimentos. Eu poderia passar a vida toda desse mesmo jeito. Não sabia que me apaixonaria de um jeito tão forte, a gravidade parece não fazer sentido quando estou perto dela, porque meus pés deixam o chão. Me pergunto como minha vida estaria se eu nunca a tivesse encontrado, mas, eu realmente não quero saber. Espero que além dessa noite, ela me dê o resto da vida dela, porquê eu realmente não sei o que fazer se essa mulher decidir sair da minha vida.
Apaguei a luz e voltei a prestar atenção no filme, mesmo com a cabeça lotada de pensamentos. Todos eles girando em torno de maneiras para organizar minha vida e tornar meu caminho livre pra ficar com a doutora, é a coisa mais importante pra mim no momento.
(...)
Meu casal bem assim nesse capítulo:
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Yuànfèn - Erling Haaland
FanfictionA força de um vínculo entre dois indivíduos. Um relacionamento unido pela fé e pelo destino. O amor que existe entre duas pessoas. || Esta história é composta por dois livros, ambos de mesmo nome, disponíveis no meu perfil. ||