Acordei no maior susto da minha vida com meu celular vibrando loucamente em baixo do travesseiro. Levantei muito rápido e acabei dando um tapão nas costas de Haaland sem querer, esqueci que ele havia dormido comigo.
- O que foi? - Ele deu um pulo da cama. - O que aconteceu?
- Desculpa! - Pedi quase desesperada, tentando achar meu celular. - Meu celular não para de vibrar, eu acho que vai explodir.
- O quê? - Haaland veio até mim e pegou o aparelho da minha mão. - Mas que diabos.
- O quê? - Me levantei e tentei ver alguma coisa, mas ele é mais alto que eu. - Erling!
- São notificações. - Ele me entregou o aparelho. - Não sei a senha.
- É o meu rosto. - Coloquei a cara na frente do celular e ele desbloqueou. - O que diz aí?
Ele ficou em silêncio por alguns minutos, lendo as notificações que não paravam de chegar.
- Aparentemente, a mídia nos descobriu. - Engoliu em seco.
- O quê? - Peguei o celular da mão dele e me sentei na cama.
Haaland pegou o próprio celular e sentou ao meu lado também, passamos a próxima meia hora em completo silêncio. Pelo que entendi, uma revista estava nos acompanhando desde o episódio em que ele me ajudou a descer até o campo durante o jogo. Postaram uma matéria completa, formando uma linha cronológica, haviam fotos nossas no campo, no jantar com meu pai e meu irmão, na viagem do fim de semana, na cafeteria com Beca. Engoli em seco antes de encarar o loiro, que não parecia estar com muita coragem de olhar pra mim.
- Não sei o que fazer. - Eu disse, minha voz saindo mais trêmula do que pensei. - Eu..
- Calma, Ellie. - Ele finalmente me encarou. - Sabíamos que isso poderia acontecer.
- Sim. - Tentei me convencer. - Eu sei. - Respirei fundo. - Mas, eles tem fotos de momentos...
- Sim. - Ele segurou minha mão. - Eu não sei como fizeram isso sem que víssemos.
- E agora? - Continuei respirando fundo.
- Agora nós lidamos com isso. - Ele respondeu. - Vai ser um alvoroço agora, mais vai passar.
- Certo. - Respirei fundo várias vezes.
- Amor. - Ele segurou meu rosto e virou em sua direção. - Está tudo bem e vai continuar assim.
- Só não estou acostumada com essa atenção. - Respondi.
- Eu entendo. - Ele assentiu. - Mas eu te garanto que vai ficar tudo bem, confia em mim, tá bom?
- Tá bom. - O abracei e pude sentir seu coração batendo acelerado, ele estava nervoso.
- Vou falar com meu agente, pra saber quais precauções tomar. - Eu continuei calada. - Vou fazer de tudo pra manter nossa privacidade, mas não vou conseguir impedir que nos vejam na rua.
- Tudo bem. - O abracei com um pouco mais de força. - Eu me acostumo.
- Bem, ao menos agora você vai aparecer na mídia como minha namorada. - Ele riu. - Fiquei morrendo de ciúmes quando ficaram especulando que você poderia ser namorada do Alvaréz.
- Sério isso? - Não pude conter o riso. - Nossa, Erling, você é muito besta.
- Consegui arrancar uma risadinha. - Ele segurou meu queixo e me fez olhar pra ele. - Prometo que passar por essa chatice com a mídia vai valer a pena. - Deixou um beijinho na minha testa. - Eu vou te fazer muito feliz.
- Eu não tenho dúvida alguma sobre isso. - Lhe dei um selinho demorado.
- Eu vou tomar um banho. - Ele avisou e me deu outro selinho. - Acordei no maior susto.
- Desculpa. - Eu ri. - Eu esqueci que você estava ao meu lado na cama.
- Ai. - Haaland pôs a mão no peito e fez uma careta. - Não temos nem um mês de namoro e você já anda esquecendo de mim?
- Para com isso. - Pus as mãos no rosto pra disfarçar minha vergonha. - Foi o susto.
- Vou perdoar dessa vez. - Ele ainda fez drama e entrou no banheiro.
Me levantei para preparar o café da manhã enquanto ele tomava banho. Encontrei Beca na cozinha, com o pote do pó de café em uma mão e o celular na outra, completamente entretida.
- Até imagino o que você está vendo aí. - Ela deu um pulinho quando me ouviu.
- Vocês estão em toda parte. - Disse, abismada.
- Pois é. - Abri a geladeira, pra pegar os ingredientes da omelete que pretendia fazer.
- Tem noção de que já tem páginas criadas por fãs? - Beca riu. - As pessoas já estão criando histórias sobre como vocês se conheceram.
- Isso ainda vai dar o que falar por um bom tempo. - Suspirei.
- Você tá bem? - Ela voltou a si e começou a me ajudar com a comida.
- Eu surtei agora a pouco. - Expliquei. - E vou surtar um pouco mais em alguns momentos, mas vou ficar bem.
- Minha prima é famosa. - Beca deu um gritinho.
- Rebeca, para! - Ralhei, mas acabei rindo também.
- Bom dia! - Haaland apareceu na cozinha, vestindo a mesma roupa de ontem.
- Bom dia, cunhadinho. - Beca sorriu. - Deixou a Ellie famosa, a concorrência vai aumentar, fica ligado, en?
- Beca! - Retruquei.
- Sabe que eu ainda não tinha visto por esse lado? - Ele se sentou. - Só no centro de treinamento eu já tive que lidar com dois.
- Ah não. - Tentei cortar o assunto. - Você para também.
- Vou contratar seguranças. - Ele me ignorou.
- É uma boa ideia. - Beca concordou.
- Ei! - Briguei com os dois.
- Você me alertou de um tema importante, Rebeca. - Haaland disse. - Tem a minha eterna gratidão.
- Por nada, senhor. - Ela entrou na mesma palhaçada. - Só quero o bem de vocês.
- Pelo amor de Deus! - Revirei os olhos e voltei a me concentrar na preparação da omelete.
- Estou brincando, amor. - Ele caiu na risada. - Mas nada garante que eu não vou aparecer em alguma revista socando a cara de alguém.
- Adoro essa energia caótica que você tem. - Beca riu. - Não mexa com minha mulher ou eu surto.
- Engraçadinhos. - Coloquei a omelete na mesa e ela serviu o café.
- Você tá linda nas fotos. - Haaland comentou, ainda com os olhos no celular. - Ainda bem que parecemos bem íntimos em todas elas.
- A sua preocupação é essa? - Eu ri, incrédula.
- E qual seria? - Ele deu de ombros. - Já que estamos na mídia, que estejamos juntos.
- Sua sorte é que eu te amo muito. - Resmunguei enquanto servia o café da manhã.
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Yuànfèn - Erling Haaland
Fiksi PenggemarA força de um vínculo entre dois indivíduos. Um relacionamento unido pela fé e pelo destino. O amor que existe entre duas pessoas. || Esta história é composta por dois livros, ambos de mesmo nome, disponíveis no meu perfil. ||