Gostei do presente do Alvaréz

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Eu não estou acostumada a ter dinheiro, menos ainda a ter amigos que tem dinheiro. Como se não bastasse ter alugado uma casa quase dentro do mar, Sebastian contratou uma equipe pra cozinhar e servir, tudo estava tão organizado que eu simplesmente não soube o que fazer. Havia uma mesa com presentes em cima, músicas animadas tocavam em um altura aceitável e o lugar era lindo.

Após cumprimentar as pessoas que já estavam presentes, Jena me empurrou um drink de cor neon e cheio de frutas dentro, era doce e gelado, eu bebi como se não fosse nada e percebi que deveria ter cuidado com isso. O mar estava lindo e calmo, eu estava louca pra me jogar nele, mas ainda estava preocupada em receber os convidados que faltavam chegar.

- Estou aprovado como organizador de eventos? - Sebastian parou ao meu lado, já vestido com roupa de banho.

- Está sim. - Assenti imediatamente. - Obrigada por isso.

- Não foi nada. - Fez pouco caso. - Fico feliz que tenha gostado.

- Achei que passaria meu aniversário vendo televisão e comendo sorvete. - Comentei. - Você e o Jude tornaram especial.

- Você se dá pouco crédito, Ellie. - Ele sorriu. - Você merece muito mais do que isso.

- Vai me deixar sem graça. - Senti meu rosto esquentando e Sebastian sorriu.

- Acho que seu convidado especial chegou. - Olhei para a porta vendo Alvaréz passar, ele segurava um buquê de flores e um urso quase do tamanho dele nos braços.

- Todos os meus convidados são especiais. - Respondi. - Eu vou lá. - Sebastian apenas assentiu e continuou no mesmo lugar.

Jack estava conversando com Alvaréz quando me aproximei, Beca e Jena estavam sentadas na areia, mas levantaram quando perceberam que ele havia chegado.

- Oi Ellie! - Ele sorriu. - Feliz aniversário. - Ele me estendeu o urso e as flores.

- Minha nossa, olha o tamanho disso. - Agarrei a pelúcia, sentindo o tecido macio e fofo.

- Como está morando sozinha agora, imaginei que precisasse de alguém pra te fazer companhia. - Justificou.

- Deixa que eu guardo isso. - Beca pegou as coisas das minhas mãos. - Cumprimenta seu convidado direito.

Pude dar um abraço em Alvaréz quando ela levou os presentes.

- Obrigada, eu amei. - Eu disse e era verdade. - Não esperava que fosse vir.

- Eu dei um jeito. - Respondeu simples.

- Ellie! - Jude apareceu do meu lado e me puxou pra perto de si. - Parece que todos os seus convidados chegaram.

- Pois é. - Percebi o que ele estava fazendo e me afastei um pouco dele também.

- Porquê não vamos jogar bola? - Propôs. - O que mais tem aqui é jogador bom.

- Nem um pouco convencido. - Vinicius também se aproximou. - Mas eu topo.

- E vamos apostar o quê? - Valverde também se juntou a conversa.

- Que história é essa de aposta? - Resmunguei.

- O time que perder paga outra reunião dessa. - Camavinga, que já havia bebido alguns bons drinks, propôs e todo mundo concordou.

- Temos dois do City aqui. - Jude apontou pra Jack e Julian. - Dividimos um em cada equipe.

- Eu topo. - Alvaréz sorriu.

- Bem, eu também. - Jack deu de ombros.

- Então vamos. - Jude saiu todo animado e os rapazes foram atrás dele. - Líderes de torcida, façam o favor. - Apontou pra mim, Jena e Beca.

- Vai se catar, garoto. - Beca ralhou com ele que caiu na risada.

Os rapazes desceram para areia e nós fomos até a mesa de comidas nos servir de algo, estava na hora do almoço e meu estômago já reclamava.

- Gostei do presente do Alvaréz. - Jena comentou. - Muito fofo.

- Ele é esperto. - Beca disse. - Entendi muito bem o que ele quis dizer sobre a Ellie precisar de companhia.

- Ah, eu também entendi. - Jena riu. - Agora entendo porque Haaland simplesmente queria torcer o pescoço dele.

- Ele sempre foi fofo e educado comigo. - Me servi de alguns petiscos. - Mas eu nunca senti nada além de amizade.

- Eu daria uns beijinhos. - Jena o observou de longe. - Ele é bonito.

- O Sebastian também. - Beca disse. E por falar nele, estava sendo o árbitro do jogo.

- Vocês já se esqueceram do desastre que foi quando eu me relacionei com dois caras do meu trabalho? - Elas me encararam em silêncio por alguns segundos.

- Olhando por esse lado.. - Jena ponderou.

- Não temos só essa opções. - Beca disse, observando a praia.

- Como assim? - Segui o olhar dela e encontrei um grupo de rapazes que estavam sentados um pouco distante dos caras do time.

- Bonitos. - Jena observou bem no momento em que um deles levantou e começou a caminhar até o mar. - Olhem só aquelas tatuagens.

- Deveria ir perguntar à ele uma sugestão de primeira tatuagem. - Revirei os olhos e Beca começou a rir.

- Eu não vou ficar aqui sentada com esse tanto de água salgada disponível pra me afogar. - Jena se levantou. - Com esse sol, vou chegar em Manchester derretida como uma vela.

- Isso, vamos para o mar. - Beca se levantou e tirou o vestido que estava usando. - Esse jogo não vai acabar tão cedo.

- Vou passar protetor solar antes. - Avisei. - Não quero ficar vermelha e cintilante.

- Ela fica mesmo. - Beca garantiu e as duas riram da minha cara.

Quando pus os pés na areia quente, senti uma sensação gostosa. Passamos pelo jogo dos rapazes e entramos no mar, encontrando uma água morna e cristalina.

- Eu não vou embora. - Jena declarou. - Vou morar em baixo da ponte mais próxima, já decidi.

- Realmente. - Beca suspirou e nadou de costas. - O clima daqui é uma delícia.

- Quando cheguei aqui, estava bem pra baixo e o Jude percebeu. - Me lembrei da noite em que ele foi me buscar no aeroporto. - Jude me disse que Madrid melhoraria tudo, ele tinha razão.

- As ondas estão bem fortes. - Jena resmungou depois de ser quase engolida por uma.

- Só não estamos acostumadas com o mar assim. - Beca parecia tão satisfeita dentro da água que suspeito que ela se afogaria sem nenhum problema.

- Tem mais correntes aqui. - Ponderei. - O mar é mais agressivo mesmo.

- Você costuma vir? - Jena questionou.

- Não muito. - Dei de ombros. - Não gosto de vir sozinha e sair com o Jude é sempre um evento.

- Imagino que sim. - Ela riu. - Ele é simpático demais, não deixa ninguém se isolar.

- Graças a ele eu não sou uma grande solitária. - Me virei pra observar os rapazes que gritavam um com o outro. - Como eles podem ser...

Bem, eu não consegui terminar minha frase. Uma onda enorme atingiu minhas costas, me derrubando como uma fruta podre. Fui arrastada e embolada pela areia, engoli um litro de água salgada e quase morri até que alguém me segurou por baixo dos braços e me puxou pra cima.

Yuànfèn - Erling HaalandOnde histórias criam vida. Descubra agora