A Esposa Do Diabo

Cap 2

Cap 2 

Por Alec 

Meu nome sempre foi sinônimo de confusão e bagunça. Desde muito jovem,antes mesmo de me tornar um homem de honra,meu mundo girou ao redor de festas,álcool e mulheres. Mas tudo mudou no ano passado quando meu pai morreu e fui obrigado a assumir o comando da Família. 

No início fui muito questionado,principalmente por conta dos escândalos envolvendo minha fama de bad boy e meus relacionamentos relâmpagos com supermodelos. Tive que mostrar meu valor, provar que sou capaz de feitos ainda maiores que os do meu pai e,em pouco mais de um ano,fiz os lucros da organização triplicarem e expandi tanto os cassinos que já estou negociando a abertura de um na Sicília. 

Alec Genovese agora é conhecido como “O diabo de NY". Um homem poderoso,o capo mais jovem a assumir uma Família e o mais promissor dos últimos anos. Temido,odiado,adorado e invejado com a mesma intensidade por todos que cercam minha vida. 

E um homem comprometido. 

Aos seis anos,meu pai selou uma aliança com os Gambino e a filha do capo,Ivy Denaro Gambino, foi prometida a mim. Um exemplo de sofisticação e delicadeza,conhecida por ter a beleza clássica das italianas e por ser a mulher mais disputada na máfia. Além de ser uma Gambino,minha noiva tem ligações importantes com a Cosa Nostra e com a Outfit,pode me garantir aliados valiosos e acordos vantajosos para Família. 

Confesso que nunca me interessei muito na Ivy ou na vida dela,sempre soube que assim que completasse a maioridade ela seria minha e essa era a única coisa que importava,mas as coisas ficaram um pouco mais sérias nos últimos meses e comprei uma briga com os russos por conta do nosso noivado. 

Pouco antes da Ivy completar dezoito anos,um herdeiro da Bratva,Alexei Knyazev,visitou a Sicília e se encantou por ela. Ele chegou a pedir a mão dela a Vittorio Denaro,mas o pedido foi negado pela própria Ivy e por sua família. E é claro que eu não poderia deixar isso barato,tive que intervir e expulsar alguns membros da máfia russa que viviam nos meus territórios. 

— Foi um russo? - questiono meu futuro sogro. 

Hoje a tarde,após sair de uma reunião com dois fornecedores que estão disputando minha preferência,recebi a notícia de que minha noiva e sua mãe tinham sido atacadas na rua. Apesar de estar bem,Ivy acabou se machucando e tive que procurar seu pai para ter certeza do que aconteceu de verdade. 

Agora já é noite,estou na mansão Gambino junto com minha mãe que estava louca para encontrar sua velha amiga,Camille. As duas ficaram fofocando na sala enquanto eu acompanhei o capo até seu escritório para falarmos com privacidade. 

— Não,era um morador local - ele responde. Percebo que usa o pretérito no passado - o interroguei pessoalmente e garanto que não tem com o que se preocupar. O homem era um pobre coitado,um viciado - o capo conta. 

— Um viciado - repito - e como um viciado de merda conseguiu chegar perto o suficiente para esfaquear minha noiva? - pergunto com certa irritação. 

Se essa facada acerta algum órgão vital,se essa menina morre,todos os meus planos vão por água abaixo. 

— Está questionando a forma com que cuido da minha filha? - ele retruca. O tom de voz ameaçador não me atinge. 

— Estou questionando o fato dela andar por aí com só três seguranças que se provaram inúteis diante de um viciado - falo com tranquilidade. 

— Minha filha sempre esteve segura. O desgraçado era tão inofensivo que meus homens nem precisaram se esforçar - ele responde. 

— Tão inofensivo que ela está ferida - retruco. 

— Não foi nada demais - ele garante e se senta em sua cadeira,atrás da mesa de mogno escuro - a própria Ivy teria desarmado o imbecil se tivesse tido mais tempo.