Cap 90

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Cap 90 

Por Ivy 

Estava quase de manhã quando consegui sair da cama do Kai. Ele e Christian ainda dormiam com tranquilidade,lado a lado,nus e com a perna do soldado sobre a do herdeiro. 

Tomei um banho super rápido,frio,na tentativa de espantar totalmente o cansaço,mas foi inútil. Não é a exaustão que me incomoda,não estou só cansada,estou triste. 

Encontrei meu vestido no chão da sala,mas não me dei ao trabalho de procurar a calcinha. Não lembro onde a jogamos e queria sair antes que alguém acordasse. 

Consegui um táxi na frente do prédio e passei o endereço da mansão em que vivo com meu marido,torcendo para que o motorista ficasse em silêncio. E ele ficou,só o rádio que não. 

As notícias só falam sobre a noite sangrenta que Nova York teve. Foram três tiroteios entre gangues que disputam território em Manhattan e no Bronx,contabilizando doze feridos e quatro mortos. Mas sei que não eram gangues. É o Alec e ele está furioso. 

Posso apostar que neste momento ele está com as mãos cobertas de sangue ao redor do pescoço de algum pobre coitado,tentando tirar informações do homem que com certeza não as tem. 

Fico quieta,me esforçando para lembrar da noite que tive e sentindo a cabeça latejar a cada dez segundos,protestando pelo uso de drogas e pelo álcool. 

Sei que transei com Kai e Christian,sei que foi bastante selvagem e que usamos muita cocaína, mas não consigo lembrar dos detalhes. São só flashes de corpos suados se enroscando,a boca do Kai sempre procurando a minha e…e nossa,o herdeiro comeu o cu do amigo. 

Por que não consigo lembrar mais? 

Sei que subi no colo do Kai e sei que Christian estava um pouco enciumado com minha presença,tem um flash de quando o soldado e o futuro capo me penetraram juntos,mas não recordo sobre o que falamos ou como continuamos. Não sei nem como acabamos,só voltei a consciência lá pelas 5:00 da manhã,com os olhos inchados,o corpo todo marcado e uma dorzinha na buceta e no ânus. 

— Tem certeza que esse é o endereço certo, senhorita? - o motorista pergunta,me despertando. 

Ainda confusa,olho para frente e vejo a mansão rodeada por soldados usando coletes a prova de balas e carregando fuzis enormes. Homens altos, fortes e prontos para enfrentar um exército. 

Suspiro. 

Era óbvio que Alec ia fazer um escândalo. Se não sabe que passei a noite com Kai,ao menos tem a desconfiança e resolveu tocar o terror na cidade inteira. 

— É aqui mesmo - respondo. Minha voz sai fraca. 

— Se não se importa,posso deixá-la aqui? Essa propriedade pertence a algum mafioso,não? - ele questiona. 

— Pertence,sim. Alec Genovese é meu marido - conto. O homem quase engasga. 

— Marido? A senhori…senhora. A senhora é uma Genovese? É a esposa do diabo? - ele pergunta, assustado. 

— Sou - confirmo. 

— Ele passou a noite sequestrando e matando os membros dos Colombo. Foram vários tiroteios…

— Conheço muito bem o gênio do meu marido - garanto,interrompendo - se estiver com medo pra continuar,posso ficar aqui,mas minha bolsa ficou no banheiro no leilão,então não tenho dinheiro. Se avançar,mando um dos soldados acertar com você - explico pacientemente,sentindo a cabeça latejar a cada palavra. 

— Foi uma corrida longa…

— Então vamos. Prometo que ninguém vai te matar - falo,cansada dessa enrolação. 

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora