A Esposa Do Diabo

Cap 23

Cap 23 

Por Ivy 

Nem abri os olhos ainda e sinto como se tivesse sido atropelada por um caminhão. Meu corpo está pesado,o estômago enjoado e a cabeça dói tanto que está me matando. 

Consigo lembrar que fui dopada. Alec me levou ao banheiro porque eu queria vomitar,mas acho que desmaiei no colo dele. Também lembro de sentir um incômodo no estômago e na garganta e da voz da minha mãe dizendo que ia ficar tudo bem,que eu só precisava ficar quieta. 

E é só. Não lembro de mais nada. 

Abro os olhos com dificuldade e,apesar do quarto estar escuro,fico incomodada. Eles ardem e minha boca está seca…

Que sensação horrível. 

— Ivy? - ouço a voz da minha mãe,mas não a vejo em lugar algum. 

Será que estou alucinando? 

Ouvi dizer que algumas substâncias usadas em sedativos podem causar alucinações e vários outros sintomas bem chatos,inclusive os que estou sentindo.  

Mas não é o caso. 

Como se lesse minha mente,minha mãe senta na cama,ao meu lado,e coloca a mão no meu rosto. Ela acaricia com delicadeza,é gentil. E,ao encarar seus olhos,vejo muita preocupação. 

— Está acordada ou só sonhando de novo? - ela pergunta em voz baixa. 

— Tô acordada - respondo. Ela sorri de alívio. 

— Oh,minha principessa. Como está se sentindo? - a morena questiona. 

— Exausta - confesso. 

— O médico disse que você ia acordar assim e que poderia sentir tonturas e náuseas - ela conta. 

— Médico? - questiono surpresa. 

— Seu marido chamou. Estávamos todos preocupados com você - ela explica. 

— E onde ele está? - pergunto. 

— Dormiu no quarto ao lado para que eu pudesse ficar com você. Mas passou a noite toda vindo aqui te ver - minha mãe conta com ânimo - acho que ele gosta de você,Ivy. 

— Ele só quer ter certeza que o investimento não foi jogado pela janela - garanto. Ela suspira. 

— Só não vou discutir porque você está mal - ela responde e me faz sorrir. 

— Pode pegar um pouco de água para mim? - peço. 

— Claro,meu amor - ela concorda. 

Minha mãe se estica e pega uma jarra de vidro e um copo na mesa de cabeceira enquanto eu me esforço para sentar na cama. Meu corpo todo está dormente,cansado. 

A água gelada é um bálsamo que escorre pela minha garganta e acalma brevemente o enjoo no estômago. Ele dói como se eu tivesse vomitado um milhão de vezes. 

— Melhor? - a morena pergunta. Aceno positivamente. 

— O que mais o médico disse? - questiono com interesse. Minha mãe revira os olhos. 

— Você não vai parar até encontrar quem fez isso,não é?! - a morena deduz. 

— Encontrei um brinco de ouro com uma pedra de esmeralda ontem. Um único brinco,sem o par - conto. 

— Caro demais para uma funcionária - ela comenta. 

— Acho que fui dopada aqui no quarto. Por uma mulher - explico.