Cap 56

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Cap 56

Três dias depois.

Por Ivy 

Silêncio. 

A palavra que reina na mansão Genovese desde meu último confronto com Alec é silêncio. 

Tudo bem,mal nos vimos nos últimos dias. Saio de manhã para correr,ele passa o dia todo fora e só volta de madrugada. Não fazemos as refeições juntos,não dormimos no mesmo quarto e não fazemos questão da companhia um do outro. Às vezes parece que moro sozinha. 

Se não fosse tão suspeito,seria o paraíso. 

— Vocês não estão mesmo se falando? - minha mãe pergunta novamente,chocada. 

Camille chegou na cidade ontem a noite,mas só pudemos nos encontrar hoje a tarde. De manhã tive uma reunião com os arquitetos responsáveis pelo proveito do cassino - Logan não apareceu - e,após modificar poucas coisas,vim até a mansão Gambino vê-la. 

Estava morrendo de saudade da minha mãe,do seu abraço e dos seus conselhos. Só Deus sabe o quanto precisava desabafar com alguém que não tem um pênis. 

Ramon é ótimo,não estou reclamando. Mas ele não entende o quão complicado é ser mulher na máfia. Não posso simplesmente largar o Alec e voltar pra Itália,como também não posso cortar o pau dele e expor em uma galeria de arte. É muito mais complexo do que isso. 

Correr ajuda a aliviar o estresse,assim como o vibrador e o sugador de clitóris que comprei na lua de mel,mas nada diminui a dor que sinto toda vez que passo na frente do quarto do Alec e vejo a cama vazia. 

Sei que ele está com ela. Os dois têm passado bastante tempo juntos depois do que fiz. E isso me fere mais do que gosto de admitir. 

— Nada. O mais completo silêncio - respondo, fingindo estar despreocupada. 

A verdade é que o silêncio está me matando. Ele representa a indiferença que nosso casamento é pro Alec. E ninguém nunca foi indiferente a mim. 

Porra,cresci numa casa cheia de primos. Primos italianos! 

Estou acostumada com o caos,adoro a bagunça e os gritos. 

Agora estou vivendo numa mansão tão grande e silenciosa que nem os fantasmas se dão ao trabalho de assombrar. 

O desgraçado está fazendo de propósito. Está querendo me enlouquecer para ter a desculpa de me internar numa clínica psiquiátrica e se livrar de mim. 

Mas isso não vai acontecer. 

— Pelo que seu irmão contou,pensei que vocês dois viveriam em pé de guerra - ela comenta. 

— Também pensei,mas chamei Alec de burro e ele resolveu evitar o confronto direto. Vai me dar um gelo até inventar alguma ideia mirabolante para tentar me dobrar e conseguir as alianças de volta - explico. 

— É um bom plano. Eu já teria pirado,no seu lugar - ela declara. 

— Ele não vai me derrotar - garanto - e por aqui? Salvatore não te incomodou? - questiono. 

— Nem me dirigiu a palavra. Nos encontramos ontem a noite,quando cheguei. Ele só olhou na minha cara,virou as costas e saiu - ela conta. 

— Ótimo. Pelo menos alguém entendeu o recado - falo,satisfeita. 

— Ele também vai evitar o confronto até criar um plano B - ela declara com convicção. 

— Pode procurar o quanto quiser. Não existe. Ou ele paga ou vai continuar como meu fantoche - falo despreocupada. 

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora