A Esposa Do Diabo

Cap 91

Cap 91 

Por Alec 

A contagem de mortos chegou a dez. Seis pelos tiroteios e quatro pelas minhas próprias mãos. Eu estava completamente fora de mim,desesperado com a possibilidade da Ivy estar em perigo,então soltei os cães e mandei tocar o terror no território da Família Colombo. 

Ainda tinha sangue escorrendo entre os dedos quando William ligou dizendo que minha esposa tinha acabado de chegar em casa e,apesar de parecer cansada,não tinha ferimentos expostos. Corri no mesmo instante para encontrá-la. 

A discussão foi difícil,mal consegui falar devido ao estado de nervos da Ivy. Ela flagrou o beijo que Sophia me deu,descobriu sobre meu filho e ficou arrasada. Desde então,está trancada em seu quarto. 

Candice levou o café da manhã e o almoço para minha mulher,mas ela mal tocou na comida e não quis sair da cama,alegando que está com dor de cabeça. Estou preocupado,mas não sei o que posso fazer. Ivy tem razão em não querer olhar na minha cara,então acho que só vou dar tempo a ela. 

Enquanto isso,continuo sendo o capo Genovese e tenho trabalho a fazer. 

Mandei meus homens recuarem os ataques por enquanto e mudei para minha casa a reunião que teria na empresa com Tyler. Quero ficar de olho na Ivy e acho mais seguro permanecer aqui no momento. 

O futuro capitão da Família Gambino veio trazer seu relatório sobre as informações que Ivy pediu há alguns dias,em decorrência aos comerciantes que estão se rebelando. 

— É um esquema bem estruturado,Alec. Vincent é basicamente como um capitão que repassa as ordens que recebe do subchefe e por fim do líder - Tyler conta.

— Ele está recebendo pra isso? - pergunto com interesse,servindo dois copos de whisky. 

— Cerca de quinze mil por mês para incitar os outros comerciantes e trinta por rebelião,para espantar seus homens. Eles também recebem armamentos - ele confirma. 

— Que tipo de armamentos? - insisto. 

— Pistolas,facas,munições e um ou outro colete a prova de balas. Tudo de segunda mão e nada muito impressionante ou forte,para o patrocínio não causar desconfiança - ele responde. 

— Como não estivesse óbvio - desdenho de mau humor. 

No primeiro ataque já notei que tinha algo fora do padrão,mas puni o responsável por agredir meu soldado e segui em frente. Mas no segundo e no terceiro ficou evidente que havia uma organização e que os comerciantes estavam sendo encorajados de alguma forma. Eles estão mais violentos e unidos,como se acreditassem realmente que podem me vencer. 

Vincent é um homem estudado,herdeiro de uma franquia de padarias. É mais classe média,nada muito fora do comum,mas é bom com palavras e se mostrou bastante ganancioso,é ideal para o cargo que ocupa agora como líder da “rebelião”. 

Entrego a Tyler um dos copos e venho me sentar na minha cadeira de couro,atrás da mesa escura do escritório. Sobre o mogno,uma pasta de capa preta me espera,recheada de descobertas e provas contra meus inimigos. 

— Quem está por trás disso tudo,Tyler? Quem é o patrocinador? - questiono com seriedade.

— Oscar Colombo - Tyler responde. 

A revelação não me surpreende,apesar de fazer meu peito queimar de ódio. 

Esperava que Kai estivesse agindo pelas costas do pai e dando dinheiro a Vincent como vingança, mas Oscar é tão traiçoeiro quanto o filho. Eu devia saber que ele não deixaria a humilhação de ter a aliança entre nossas Famílias recusada.