Cap 102

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Cap 102

Por Ivy 

Botas over the knee pretas de couro,assinadas por Gianvito Rossi,foram as escolhidas para o evento. Estilosas,poderosas e com saltos finos capazes de rasgar até carne humana. 

Para combinar e esconder as marcas que ainda me assombram,optei por um vestido de moletom com gola alta e uma jaqueta de couro longa por cima. Deixei o cabelo solto,escolhi joias discretas e óculos escuros tipo gatinho. Bem moderna,mas meio dark também. 

Alec sorriu quando me viu,me puxou pra um beijo intenso e,antes de repetir mais uma vez as regras para a invasão,me cobriu de elogios. Ele está tão carinhoso e determinado a dar mais uma chance pro nosso casamento que só me deixa ainda mais culpada pelo que fiz. 

Acompanhei parte da organização para a invasão e fiquei bastante impressionada com o que vi. Os soldados não só temem seu capo,mas respeitam muito sua presença. Eles escutam as ordens com atenção,respondem com firmeza e clareza e nem sonham em me encarar duas vezes. 

Depois que os homens se separaram em carros blindados,segui em um veículo com Alec,James e Connor,um soldado jovem que é apadrinhado por James. 

Alec segurou minha mão durante todo o percurso até Manhattan e só soltou quando desceu do carro,pedindo que eu ficasse aqui dentro até Connor receber sinal para me deixar sair ou para voltar para casa. Depois partiu em direção a uma padaria grande que está com as portas fechadas. 

Não consigo desgrudar os olhos da janela e vejo cada passo do meu marido. Ele deixa James orientar os homens e se aproxima logo atrás, levando nas mãos uma arma enorme. 

Um dos soldados usa um pé de cabra para abrir a porta principal enquanto outro chuta a menor, arrombando sem dificuldade. As duas abrem praticamente juntas e os homens de honra avançam. 

Tiros são disparados. 

Muitos tiros. 

A tensão no ambiente é quase palpável,consigo sentí-la no corpo todo. Os gritos que vem de dentro da padaria são altos,mas são abafados pelos tiros. 

— Eles afastaram a polícia? - questiono,tentando me distrair. 

— James cuidou disso ontem - Connor responde, também focado na padaria. 

— Você deve estar odiando ficar aqui comigo,não é? - insisto,puxando assunto. 

— Não,claro que não. A senhora é…uma boa companhia - o garoto fala,meio sem jeito. Dou risada. 

— Fico lisonjeada,mas não precisa mentir. Estou tão frustrada por ficar longe da ação quanto você - asseguro,deixando o clima mais leve. 

— Bom,é um pouco irritante mesmo. Não pela senhora,mas por não acompanhar meus parceiros - ele confessa. 

— Também não gosto de ficar aqui. Queria estar lá dentro - confesso. 

— Ouvi dizer que a senhora gosta da ação - ele comenta. Sorrio com o cuidado que ele tem em escolher as palavras. 

— Te contaram sobre Ibiza,não é? - pergunto. 

— Chamam de “a lua de mel do terror” - ele conta e me faz rir - é verdade que Alec matou uma gangue inteira? - Connor questiona. 

— É,sim. Um membro dessa gangue me atacou no banheiro,eu o matei com meu salto Louboutin, mas acabei bastante machucada. Alec resolveu se vingar e dizimou os Hells Angels - resumo a história. 

— Hells Angela? Sério? - ele questiona. Dou risada. 

— Pior que era - confirmo - foi uma lua de mel curta,mas nos divertimos muito e fizemos um belo estrago. 

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora