Cap 58

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Cap 58

Por Alec 

Cheguei em casa no meio da noite,pouco depois do horário do jantar. A mesa já foi recolhida,mas soube que minha esposa não se alimentou muito bem. Na verdade,tem alguns dias que ela não come direito,o que só aumenta as broncas que a Candice me dá. 

Ignorei os protestos da governanta e subi direto pro quarto de hóspedes que Ivy ocupou. Não estou com saco pra ficar escutando o quão ruim sou como marido e tenho contas a acertar com a demônia que a Cosa Nostra criou. 

Entro sem bater e encontro o ambiente arrumado. As portas de vidro que dão acesso à varanda e a piscina com borda infinita estão abertas,então o quarto está arejado e fresco. 

Ivy está deitada sobre a colcha branca,na cama king size com cabeceira de carvalho preto. Seu cabelo escuro está espalhado sobre as fronhas de seda pura,o corpo magro delineado em uma camisa larga,quase vestido,rosa escuro e o rosto de anjo sereno,um pouco pálido. 

É tão linda que não parece humana. 

Ela abre os olhos incrivelmente azuis quando me escuta entrar e senta de forma abrupta,quase assustada. As pernas torneadas chamam minha atenção,principalmente porque a camisa longa só cobre até o meio das coxas. 

— Puta merda,Alec - Ivy se irrita - a porta está aí por uma razão - ela protesta. 

— Sim,eu sei. A tranca também - falo enquanto giro a chave na maçaneta. 

— O que acha que está fazendo? - ela questiona um pouco preocupada. 

— Está com medo de mim agora,Ivy? - provoco. 

— Tenta alguma coisa e a gente vê quem fica com medo - a morena retruca. Dou risada. 

— Sempre com uma resposta na ponta da língua - comento. 

Ainda irritada,Ivy deixa a bolsa térmica sobre sua mesa de cabeceira e se levanta. Não fica tímida sob meu olhar,deve estar acostumada. 

Já meu pau…

Porra,que saudade de lamber esse corpo todinho e enfiar a língua nessa buceta apertada. Sentir o perfume da Ivy,o gosto do beijo,a textura da pele macia. 

— O que quer aqui? - minha esposa pergunta. 

— Recebi uma ligação do seu tio hoje - conto. Ela se recosta despreocupada na mesa de cabeceira. 

— Hoje? - ela questiona curiosa. 

— Hoje - confirmo. Ivy parece surpresa. 

— Ele demorou pra ligar - ela explica o espanto. 

— Há quanto tempo sabe que foi nomeada como representante da Cosca? - pergunto,bravo. 

— Desde o dia em que bati na sua putinha. Tia Isabela ligou,expliquei tudo pra ela e meu tio ligou pouco menos de uma hora depois - minha mulher conta com tranquilidade. 

— Isso tem mais de uma semana - exclamo com indignação. Ela dá de ombros. 

— Não é como se fôssemos próximos,Alec. Não te devo satisfações - a morena justifica. 

— Ah deve,sim! Você pode me odiar o quanto quiser e queimar a merda dessa casa,mas nada muda o fato de que é minha! - falo com firmeza. Ivy ri. 

— Sua? - ela debocha - ah,pelo amor de Deus, Alec. Se vamos usar essa metáfora,você é muito mais meu do que eu sou sua - Ivy provoca. 

É a gota da água. 

Perco de vez a paciência e avanço para cima da Ivy como jurei que nunca faria. Empurro minha esposa contra a mesa e espalmo as mãos com força na parede,fazendo um barulho que a faz pular de susto. 

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora