Cap 45

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Cap 45

Por Alec 

Cheguei em casa já no início da madrugada. Tive que orientar meus funcionários,dispensei alguns pra relaxar e reorganizei a segurança da mansão, apesar de ter certeza que mais ninguém vai nos incomodar por enquanto. 

O acordo que fiz com a Camorra foi momentâneo e cômodo para nós dois,até porque Ivy é membro de nascimento da Cosa Nostra e Francis ainda os tem como aliados. Dizimamos uma das gangues da região e sei que a notícia já se espalhou. Os outros não vão se arriscar. 

Subi direto pro quarto e encontrei minha esposa sentada no sofá,na varanda. Seus cabelos estão molhados,ela está usando uma das calças de flanela que dei,na cor vermelha e preta,e uma blusa de manga longa,de malha,também preta. 

Ao me aproximar,vejo uma garrafa de vinho sobre a mesinha de centro e uma taça servida. 

— Oi,Lilith - cumprimento em voz baixa,para não assustar. 

Ivy não precisa levantar a cabeça pra eu saber que tem algo errado,só a postura dela mostra que minha esposa não está bem. Mas,ainda assim,no momento em que o olhar dela encontra o meu, fico com o coração apertado. 

Minha mulher tem um curativo pequeno,discreto, no supercílio,o olho ainda está inchado e o lábio cortado. Sei que isso a perturba. Ivy é muito vaidosa e vai passar uns dias incomodada ao se olhar no espelho. 

Mas esse não é o principal problema. 

Ela matou alguém hoje. Consigo ver a sombra em seus olhos,o pesar que sempre vem depois de sujar as mãos. 

— Você demorou - a morena comenta. 

— James te contou o que fiz? - questiono ao me sentar ao lado dela. 

— Só disse que você estava resolvendo tudo e que logo viria pra casa - ela responde. 

— O homem que foi atrás de você pertencia a uma gangue chamada Hells Angels,era o que fazia o trabalho sujo - conto. 

— Hells Angels,que ironia - minha mulher comenta. 

— Matei eles,Ivy. Todos - garanto. 

— Você não foi sozinho - ela deduz,sabe que não trouxe um número tão alto de soldados e que não arriscaria usar os seguranças locais que contratei. 

— Liguei pro Francis e propus um acordo,uma aliança breve. Eu queria vingança e ele quer se livrar das gangues locais que atrapalham a expansão dos negócios - explico. 

— Não queria que isso se espalhasse - minha esposa lamenta. 

— Foi melhor assim. A história ia se espalhar de qualquer forma,agora pelo menos sabem o que acontece quando tocam em você - falo. Ela suspira. 

— O que eles disseram? - ela questiona. 

— Que não sabem quem deu a ordem,só que era um homem que ia transferir o dinheiro depois que o serviço estivesse pronto - conto - peguei o celular do líder deles,rastreei o número mas era descartável…

— De onde? - ela insiste. 

— Nova York - respondo. Ivy suspira,parece cansada. 

— Meu pai,os Bonanno,até os Colombo…Tem muita gente insegura com nosso casamento. Pode ter sido qualquer um - ela fala.

— Podemos conversar sobre isso amanhã. Você está exausta - sugiro. 

— Estou tão ruim assim? - a morena pergunta. 

Sorrindo,estico a mão e coloco delicadamente uma mecha de seu cabelo sedoso atrás da orelha. Ivy fecha brevemente os olhos em sinal de contentamento,sorri de lado quando acaricio seu rosto. 

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora