Cap 115
No dia seguinte.
Por Alec
Ivy dormiu por quase vinte e quatro horas direto e acordou cansada como se não dormisse há anos. A voz está rouca,os olhos ainda estão inchados e o sorriso está longe de aparecer,mas ao menos ela está mais calma.
Minha esposa tomou um banho longo,comeu um pouco e foi se sentar na varanda,disse que queria sentir o vento frio no rosto e precisava pensar.
Dei tempo a ela,respeitei seu espaço,mas ainda tenho receio que ela atente contra a própria vida ou que surte novamente,por isso fiquei vigiando a cada vinte minutos e,quando passou duas horas, vim fazer companhia.
— Não vou pular da sacada,Alec - Ivy afirma ao ouvir meus passos. Não parece brava.
— Não vai mesmo - concordo,a abraçando por trás.
Ivy relaxa nos meus braços e encosta o corpo no meu peito,a cabeça no meu ombro. O aroma de jasmim inunda minhas narinas e o calor dela me dá paz,mas percebo uma certa tensão quando apoio as mãos em sua barriga.
Ainda não conversamos sobre o bebê desde que ela me contou que estava grávida. Tudo bem que não tivemos muito tempo e a cidade recebeu um banho de sangue,mas me sinto culpado por não ter demonstrado apoio antes.
— Não está mesmo com raiva? Com nojo? - ela pergunta,encarando minhas mãos.
— Não - garanto,afagando de leve sua barriga - só estou preocupado com você. O que aconteceu ontem…
— Tinha esperanças de você não tocar no assunto - ela confessa. Sorrio de leve.
— Desde quando fugimos do caos? - questiono.
— Desde sempre - a morena retruca. Dou risada.
— É,tem razão - concordo - mas não dá pra fugir desse. Precisamos conversar - anuncio.
Com um suspiro cansado,Ivy se desvencilha dos meus braços e vira de frente pra mim.
Ela ainda parece abatida,tem os olhos profundos e com olheiras em volta,a pele pálida como a de um doente e os lábios um pouco brancos. Mas está aqui. Está viva e inteira.
— Não quero um psiquiatra ou psicólogo. Não sei nem se consigo procurar outra ginecologista agora. Depois do que aquela vaca fez,não confio neles - ela declara.
— Posso procurar alguém de confiança,alguém que vou manter sob a mira da minha arma prateada - sugiro,fazendo ela sorrir de leve.
— Não dá,Alec. Não consigo - minha mulher responde,está decidida.
— Tudo bem. Não vou te pressionar - falo.
— Mas…
— Não vou te deixar sozinha. Quero que volte pro nosso quarto,que mantenha sempre alguém por perto e que,caso sinta que…que vai acontecer de novo,chame a mim ou alguém em quem confia - peço. Ela parece surpresa.
— Quer…quer que eu volte pro seu quarto? - Ivy pergunta,atônita.
— Nosso quarto - corrijo - e é claro que quero. Vamos recomeçar nossa história,dessa vez do jeito certo.
Minhas palavras deixam Ivy tão perturbada que não preciso que ela diga,sei que pensava que eu a mandaria embora. Mesmo depois da boate, depois do meu apoio ao Jasper e depois da noite conturbada de ontem,ela ainda acreditava que eu a puniria.
E sei que não é por culpa minha.
Ivy está insegura com o corpo,com a gravidez e com tudo o que aqueles desgraçados fizeram. Ela se odeia e deixou isso muito claro,então é óbvio que sente que não é mais boa o suficiente pra mim e pra Família.
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A Esposa Do Diabo
RomanceIvy Gambino é uma mulher linda,inteligente,forte e está determinada a destronar o capo de sua Família,seu pai, Salvatore Gambino. Criada pelos tios na Itália,a garota volta a Nova York para se casar com Alec Genovese,um homem poderoso e capo mais j...