A Esposa Do Diabo

Cap 7

Cap 7

Por Ivy 

— Está cansada? - Alec pergunta depois de me afastar de mais uma conversa com seus amigos. 

— É a terceira vez que me pergunta isso. Estou tão ruim assim? - retruco com bom humor.

Desde que entramos no salão,estamos passando de grupinho em grupinho para cumprimentar os convidados e lhes dar um pouco de atenção. É bastante exaustivo. 

Alec me apresentou a alguns aliados,me instruiu sobre eles e até contou um pouco sobre seus interesses futuros. Fiquei impressionada com o tamanho das ambições do meu noivo e os focos de seus investimentos,eles são bem diversos e parecem muito rentáveis. 

— Você está ótima,só parece entediada - ele comenta. 

— Bom,o senhor Ballard é um pouco massante - admito e arranco uma risada do Alec - mas confesso que a noite está muito mais agradável do que imaginei - conto. 

— Estão todos admirados com você - meu noivo declara. 

— Eles só estão surpresos. Estavam esperando a garotinha assustada que meu pai prometeu - falo enquanto deixo meus olhos varrerem o salão mais uma vez. 

Mesmo na companhia só do Alec,consigo sentir vários olhos presos a mim. Tem sido assim desde que coloquei os pés nessa cidade. Parece que todo mundo resolveu me vigiar. 

Também sei que depois do casamento,ao menos nas primeiras semanas,essa vigília só vai piorar. As Famílias estão apreensivas com essa aliança, estão aguardando os próximos passos do Alec enquanto mantém as miras viradas pra mim,o elo teoricamente mais fraco. 

— Não é só isso. Ninguém esperava que você estivesse tão… - ele tenta encontrar a palavra adequada e atrai minha curiosidade. 

— Tão o que? - insisto. 

— Madura - o moreno completa,satisfeito com o desfecho da frase. 

— O que quer dizer? - pergunto confusa. 

— Você sabe guiar uma conversa,se impõe de maneira sutil e está tão confiante…Não parece ter a idade e a experiência que tem - meu noivo explica. 

— Acho que só estou acostumada com isso. Fui a alguns eventos com meus tios,cresci no meio da Cosca - justifico. 

— Não,não é isso… - meu noivo declara,mas, antes que consiga completar,simplesmente para de falar. 

Não preciso me virar para saber que tem alguém se aproximando. Já tivemos pelo menos quatro conversas interrompidas esta noite e sei que vão ter muitas mais. 

Alec coloca a mão delicadamente sobre minha cintura e me posiciona ao seu lado. Ele tem um aperto forte,a pele quente e uma presença que, mesmo depois de duas horas ao seu lado,ainda me deixa um pouco tonta. 

Nesse ângulo consigo ver um casal se aproximar junto com um homem,acho que deve ser o filho deles. Todos muito elegantes e distintos,com os mesmos cabelos escuros e olhos intensos. 

— São os Colombo? - pergunto para confirmar. Meu noivo assente. 

— Oscar,Mabel e o filho,Kai - ele sussurra perto do meu ouvido. Sua voz faz cócegas na minha pele. 

— Alec Genovese,finalmente - o patriarca cumprimenta. 

— É sempre bom revê-lo,Oscar - meu noivo retribui educadamente - Mabel,sempre muito elegante - ele elogia. 

— E você sempre muito galante - a mulher declara com simpatia. 

— Lembra do meu filho,Kai? - Oscar pergunta.