Cap 116

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Cap 116

1 ano depois

Por Ivy

Os últimos meses se resumiram a muita terapia, consultas médicas e amor.

Algumas semanas após o aborto,Alec conseguiu me convencer a aceitar ajuda e comecei uma verdadeira batalha para ter minha vida de volta. Encontrei uma psicóloga,uma psiquiatra,uma nutricionista e uma nova ginecologista em quem confio.

Não foi fácil,sofri muito e pensei em desistir várias vezes,mas tive o apoio do meu marido e da minha família e segui em frente.

Hoje estou bem.

Não curada. Não plenamente feliz. Não livre da culpa. Mas estou bem. Estou aprendendo a me perdoar,entendendo que fiz o melhor que pude, quando pude.

E estou no meu lugarzinho de paz.

Uns dias atrás,Candice fez minhas malas e Alec me colocou num avião dizendo que tinha uma surpresa "digna do último dos românticos". Ele se superou totalmente.

Meu marido comprou uma linda vila,banhada pelo lago de Como.

A casa é enorme,costumava ser um resort de luxo,mas agora é parte do nosso lar. Tem três andares,salas arejadas com teto de vidro,várias janelas,decoração branca e plantas e árvores por toda parte,jardim de inverno e quartos ainda mais majestosos que os da casa de Nova York.

Do lado de fora,somos cercados por natureza - o que nunca pensei que ia amar - são diversos jardins,árvores centenárias,piscina com cachoeira,lago artificial e pelo próprio lago Como. Cada cantinho parece criado por fadas. É um lugar mágico.

Estou sentada na grama,os pés tocando a água enquanto observo o ambiente que,apesar de nublado,ainda parece saído de um filme. É tão relaxante,tão tranquilo.

A brisa fria sopra meu cabelo sobre os ombros e me faz sorrir. Sempre adorei sentir a umidade e o vento antes da chuva,trás uma sensação de alívio e de liberdade.

- Você parece uma pintura - a voz grossa do meu marido soa perto.

Abro os olhos e vejo Alec se aproximando,vindo da casa principal. Ele está usando uma calça jeans escura e uma camiseta preta,a correntinha com o pingente de chifre presa ao pescoço.

Um deus grego.

Seus olhos escuros estão focados em mim e tem um brilho que reconheço muito bem : desejo. Tem felicidade também,paixão,alívio. Alec se revelou um marido perfeito,carinhoso,safado e irritante na mesma medida. E ainda me deseja com a mesma intensidade com que desejou na noite em que nos conhecemos.

- Uma pintura bonita? - pergunto de bom humor.

- Sabe que acaba comigo quando usa vermelho - ele responde. Dou risada.

O clima ainda está quente por aqui,então optei por um vestido soltinho,de chiffon vermelho. O tecido escorrega na pele,as alças são fininhas e tem um decote que deixa minhas costas nuas à mostra. É mais romântico do que sensual.

Alec se senta ao meu lado e passa um braço por cima dos meus ombros. Só o contato,o calor do corpo dele,já me deixa um pouco tonta.

- Onde você estava? - pergunto.

- Saí para resolver uma coisa - ele fala, despreocupado.

- Uma coisa com calcinha? - insisto. Ele ri.

- Uma coisa com agulha - o capo responde.

Nosso relacionamento está incrível desde que conseguimos nos entender,mas acho que nunca vamos deixar de ser tóxicos. Antes era porque tinha outras pessoas envolvidas e agora é porque temos pavor de que aconteça de novo.

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora