Cap 85

157 8 1
                                    

Cap 85 

Alguns dias depois.

Por Alec 

Punir a Família Colombo depois de tantos anos é libertador de uma forma deliciosa. Após o ataque que sofri no estacionamento,mandei executar três homens de honra do Oscar e incendiar aquela espelunca que ele pretendia comprar no Bronx. Quase consigo ouvir os gritos enfurecidos dele e do filhinho mimado. 

Sei que o ataque também ajudou a afastar ainda mais minha esposa do Kai. Ivy matou Hugo,um dos homens que estava na boate naquela noite maldita e isso a abalou bastante,o suficiente para entender quem é o real inimigo. 

Só quem não entende é minha mãe. 

Katherine Genovese se recusou a adiar a data do leilão beneficente que faz todos os anos,em prol dos órfãos de uma instituição que criou anos atrás para não deixar os bastardos do meu pai sem um lar. Ela argumentou que pareceriamos fracos se mudássemos os planos e a rotina por conta de “meia dúzia de traficantes que não entendem qual é seu verdadeiro lugar no mundo”. 

— Então sua mãe sustentou seus meio-irmãos por todos esses anos? - Ivy questiona,tentando entender a história. 

Estamos os dois no banheiro. Acabamos de sair da banheira e minha esposa está perfumando o corpo com uma combinação de creme hidratante e óleo corporal enquanto faço minha barba. 

Adoro o cheiro que fica no ambiente quando Ivy está aqui. 

— Acho que dá pra dizer que sim. Não que eles saibam disso - conto - meu pai não tinha muito senso em escolher as mulheres com que trepava e era obviamente contra o uso de camisinhas porque tinha mais filhos por ano do que ratos têm filhotes - explico. 

Odeio ele por isso. 

O total descaso com os filhos,a humilhação da esposa…

Porra,crianças cresceram num orfanato sem ter ideia que eram herdeiras de um pervertido milionário e foram amparadas pela minha mãe, pelo que Christopher chamava de “capricho” dela, já que nem considerava os bebês como gente. 

— Você conhece algum? - ela pergunta. Confirmo com a cabeça. 

— Christopher era um verme,Ivy. Ele saia por aí como se fosse o rei do mundo,transava com quem queria e nunca deu qualquer amparo a essas mulheres. Algumas eram jovens demais,a maioria pobre demais ou irresponsável demais, então quando minha mãe descobria sobre elas, oferecia um lar ao bebê em troca de silêncio - conto - algumas crianças tiveram a sorte de ser adotadas,mas algumas ficaram e seguiram seus caminhos sozinhas. Tenho cinco meio-irmãos na Família,soldados que foram iniciados a pouco tempo e um que está subindo,acho que herdou o talento do pai - confesso. 

— Quem? - minha esposa insiste,bastante curiosa - não é o James,é? Seria um plot twist e tanto - ela comenta. Dou risada. 

— Não,não é o James. É o Julian - conto. Os olhos dela se arregalam,chocados. 

— Julian? O loiro? - Ivy questiona. Confirmo com a cabeça. 

— Ele obviamente puxou a genética da mãe,mas tem o caos no sangue,como todo Genovese - falo com convicção. 

— Sua mãe não se importa? - ela pergunta com seriedade,ponderando sobre a ideia. 

— No início acredito que ela tenha se incomodado bastante,mas minha mãe nunca teve esperanças de ter um casamento de verdade. Ela conhecia o marido que tinha e não culpava os bebês pelos pais que tinham. Na verdade,minha mãe se empenhou muito em encontrar famílias boas para essas crianças - conto. 

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora