Cap 111

163 8 1
                                        

Cap 111

No dia seguinte 

Por Ivy 

Alec chegou de madrugada e saiu bem cedinho de manhã. Ele não veio me ver,mas Candice disse que foi instruída a fazer um café da manhã saudável e não sair do meu lado até que eu comesse uma quantidade que ela considera adequada. Achei fofo da parte dele se preocupar depois de tudo. 

Após o café,treinei um pouco,tomei um banho e vesti uma calça de alfaiataria branca,soltinha e com cintura bem acentuada. Também coloquei um cropped preto com recorte no decote e saltos baixos para visitar o orfanato que a Família administra. Preciso decidir o que fazer em relação a gravidez e entregar o bebê a adoção é uma opção,apesar de me partir o coração. 

Em uma conversa com meu marido,ele garantiu que as crianças da instituição são muito bem cuidadas e tratadas,que tem bolsas de estudo, plano de saúde e acompanhamento psicológico, além dos luxos que minha sogra faz questão de dar. Sei que meu filho teria uma vida digna lá,que seria feliz sem saber quem realmente é e sem estar envolvido nessa merda toda. Eu poderia apadrinhá-lo,poderia acompanhar seu crescimento e cuidar dele,mas não tenho certeza se é isso o que quero. 

Também existe a possibilidade de eu deixar ele ser adotado. Bebês recém nascidos são desejados em várias famílias que querem filhos e não conseguem de forma natural. Katherine faz questão de acompanhar cada criança e investigar cada possível família,então sei que o neném seria muito amado. Mas a ideia de ter um filho meu no mundo,sendo cuidado por outra mulher e sem saber exatamente quais passos ele vai dar, me atormenta quase tanto quanto saber. 

Inferno! Todas as possibilidades me deixam louca,apavorada e com o coração partido. Tenho que fazer por esse bebê,não por mim e pela minha consciência,mas não tenho ideia do que é melhor pra ele. Porra,eu nem tenho certeza se Kai é mesmo o pai ou se é Christian. Não lembro direito daquela noite,não sei se transamos mais, se alguém me tocou…

— Senhora Genovese,que surpresa - a diretora me recebe,sorrindo e felizmente me tirando dos devaneios. 

O orfanato se localiza num palacete antigo,que pertence à Família desde que os italianos chegaram a Nova York e fundaram as Cinco. É enorme,com duas torres altas,janelas grandes e arquitetura neoclássica. 

Dentro,é bastante aconchegante e bem cuidada. A sala de estar tem sofás e poltronas grandes, além de algumas poltronas e puffs. Portaretratos abrigam fotos das crianças em passeios no parque e na praia e alguns brinquedos jogados dão aquele ar familiar,de casa com criança. 

— Katherine fala tão bem sobre o lugar que resolvi conhecer. Não estou atrapalhando,estou? - pergunto educadamente. 

— Não,claro que não. Ficamos sempre felizes em receber sua família - a moça declara,gentil. 

— Eu gostaria de conhecer o orfanato e ouvir um pouco sobre as crianças - comento. 

— Vai ser um prazer guiá-la - ela fala,apontando para o próximo cômodo. 

Charlotte me mostra uma sala bastante moderna que abriga computadores de qualidade,mesas longas,de mogno,para as crianças estudarem e uma biblioteca bem ampla,separada por temas e faixas etárias. Segundo ela,todos os residentes da casa são incentivados a ler e recebem ajuda dos funcionários e professores contratados,caso seja necessário. 

A brinquedoteca é impressionante. Bem colorida e decorada,conta com brinquedos enormes como piscina de bolinha,pula pula,uma parede de escalada de um metro que leva até uma casinha que,por sua vez,tem pontes cercadas por telas de proteção e escorregadores. Mesinhas de pintura, brinquedos diversos,bonecas com várias opções de roupinhas e uma lousa gigante,que ocupa uma parede inteira. Fico encantada com o lugar. 

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora