Cap 50

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Cap 50 

Por Ivy 

Levei algum tempo e algumas taças de vinho pra me acalmar e subir pro quarto. 

Tempo suficiente pro Alec tomar banho e enviar uma mensagem pro meu celular perguntando onde estou. 

Com o coração cheio de ódio e álcool,subi até a suíte principal e encontrei meu marido semi nu, sentado no sofá preto,com o celular na mão e o cabelo escuro molhado. 

Alec está usando uma cueca cor de vinho. Está com o peitoral largo,os braços fortes e as coxas grossas expostas. Mesmo sentado,os gominhos da barriga são impressionantes. 

Por que os canalhas precisam ser tão lindos? 

Por que ele tinha que jogar tudo no lixo? 

Acreditei de verdade que poderíamos ficar juntos e construir uma vida,talvez uma família. Acreditei que meus sentimentos eram recíprocos. 

Idiota. Burra. 

Sabia que não devia confiar no meu coração. Ele está ferido,desesperado por um pouco de atenção e carinho. Era óbvio que ia se encantar e se entregar pro primeiro cafajeste que oferecesse algum conforto e estabilidade. 

— Olha só…pensei que tinha encontrado outra mulher e se mudado - interrompo o silêncio. 

Alec sorri antes de levantar a cabeça. Aquele sorriso sacana que,apesar de tudo,faz minha pele formigar e borboletas voarem no meu estômago. 

Acho que eu deveria ter bebido inseticida ao invés de vinho! 

— Está carente,Lilith? - Alec provoca. 

— Só curiosa - respondo - o que um homem recém casado,que deveria estar em lua de mel, faz o dia todo enquanto ignora a esposa? - questiono. 

— Trabalho,amore mio. Além da Família,as empresas também sugam muito do meu tempo - ele justifica. 

Claro. A Famiglia,as empresas e a boca daquela vadia sugando…

Calma. Calma. Calma. 

Vamos lá. Entra no jogo. 

— Se acha que vou passar o dia todo dentro de casa,me perfumando e te esperando voltar ou dar algum sinal de vida…

— Não espero nada disso,Ivy - ele me interrompe e se levanta - o que aconteceu? Por que está tão brava? - o capo questiona,curioso. 

— São quase 02:00 da manhã,Alec. Você sumiu o dia todo,enviou duas mensagens…

— Eu disse que ia ficar ocupado e que não teria hora pra voltar - ele se defende - precisei visitar a obra do cassino,tinha reuniões marcadas na empresa e…

— E… - incentivo a continuar. 

— Fui até a boate do Brooklin encontrar um dos soldados que mandei investigar o atentado que você sofreu em Ibiza - ele conta. 

Claro que ia me usar como desculpa. 

Típico de um canalha,manipulador. Quer me fazer sentir culpada pra me desarmar. 

— O que ele disse? - questiono. Entro no jogo dele. 

— Nada de útil. Nem os traficantes baratos da sarjeta sabem quem tem contato com gangues na Espanha - ele responde. Quase dou risada.  

— Você não vai achar respostas com traficantes baratos da sarjeta. Eles não têm dinheiro e nem poder para negociar com gangues da Espanha. Não conseguem negociar nem aqui - desdenho. 

A Esposa Do DiaboOnde histórias criam vida. Descubra agora