Cap.61 - Capotes/Reino invadido (Parte II)

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(quinta - sexta-feira)

Depois de um tempo, Herbert resolveu retomar o assunto...

— A gente voltando pra lá, se a brecha não surgir em uma semana, eu vou te ajudar...

— Como???!!

— Criando uma, oras...

— Por que não disse antes??!

— Pois temos que pensar num plano... de colocar vocês dois juntos.

— Isso não falta.

— Mas não pode ser qualquer ocasião, Matheo. E ela tem que estar receptiva. Lembre-se disso! Você tem uma chance! E não pode desperdiçá-la. Se a pega no momento errado, lá se vai sua única chance.

— Bem... A chance do Plano A funcionar, você quer dizer... — e mais uma vez, lembrava Herbert da brilhante ideia de raptá-la e cair no mundo sem dar notícias.

— A chance de tê-la de verdade. Sem forçar a nada. — Herbert o corrige.

Mesmo conseguindo contê-lo por hora, Herbert estava apreensivo sobre o que havia proposto. Ainda não tinha confiança de que Laila seria receptiva à ideia de casar-se com Matheo. Mas não ia conseguir mais segurá-lo.

Por outro lado, também estava receoso caso ela aceitasse. O amigo desmedido, com os ânimos reprimidos contra a sua natureza...

Na verdade, sentia pena dela em qualquer situação...

— Estou quase voltando daqui.

— Contenha-se! Não são três ou quatro dias que vai fazer diferença. — Herbert o adverte.

— Não pra você.

— Tá certo... Não pra mim. Nós vamos dar um jeito nisso logo.

— Nem precisa falar de novo.

E lá foram os dois, alcançar os demais, já que tinham ficado para trás, imersos no diálogo.

• • •

Chegaram em Capotes no inicio da madrugada.

A ocupação, para variar, seguia sempre o mesmo padrão.

E lá foram eles... Montar o esquema de ataque, avançar contra os inimigos, retomar a vila e, na sequência, rumar para o castelo em busca de focos de violência.

Isso levou o resto da noite.

Pela manhã, já estavam com a situação contornada.

Apresentaram-se ao Rei Matías, que foi encontrado preso às masmorras.

Estavam bem, ele e a família. Mas, dessa vez, infelizmente, haviam alguns nobres sem vida. O bando de invasores foi, de fato, muito agressivo.

Por sorte, Capotes não era tão distante de LaViera, senão, certamente, o estrago teria sido muito maior.

Matheo ficou por ali com seu grupo ajudando os guardas e serviçais do famigerado Reino a colocarem as coisas no lugar, enquanto Rei Matías cuidava de averiguar os estragos pelo castelo e na vila e a velar os corpos.

Matheo nem pensou em descansar como fazia de costume, depois de passar a noite lutando sem tréguas. Os amigos e os guardas também se puseram a trabalhar sem parar, a exemplo do Chefe.

Já era noite de terça-feira, quando finalmente terminaram de contornar minimamente a situação.

Aceitaram, desta vez, o convite do Rei para pernoitar no castelo. Os guardas de LaViera foram se alojar na Hospedaria, que tinha sido invadida e estava parcialmente destruída. Mas havia quartos para todos.

• • •

Laila esteve estranhamente angustiada. Mas, não tinha se atinado ou não queria enxergar a causa verdadeira de sua angústia.

Elisa também percebeu sua ama cabisbaixa. Justo ela, que sempre se animava quando aquele monstro se ausentava por alguns dias, agora parecia sentir o oposto... Sem vontade de nada... Observou, bem atenta às mudanças graduais de comportamento da princesa em relação àquele homem.

**********

Pela manhã de quarta-feira, Matheo chamou Herbert.

— Eu vou voltar pra lá. Você cuida de tudo por aqui?

— Sem problemas... Vai alguém contigo?

— Não. Avise Rei Matías.

— Pode deixar...

E lá foi Matheo, deixar Capotes, logo depois do café da manhã. Ficou abalado com a atuação desse bando de invasores, principalmente quando soube que aniquilaram alguns nobres, inclusive familiares do Rei, sem piedade. Fazia tempo que não se deparava com um bando tão agressivo. Também, de raiva, não deixou nem um invasor de pé "para contar a história".

Era inegável que as ofensivas dos invasores estavam mais próximas, intensas e constantes. Fernan tinha razão genuína em se preocupar...

Matheo seguiu acelerado para LaViera, angustiado por deixar a mulher de sua vida mais que uma dia longe de sua proteção.

Conseguiu, assim como na ida, encurtar o caminho, apertando o trote e descansando pouco. Chegou no final daquele dia mesmo, exausto, mas feliz por estar de volta.

Foi se encontrar com Fernan já era noite, para lhe dar o relatório. O Rei também se pôs abalado com as sequelas da invasão e ainda mais aflito com a proximidade de LaViera. Capotes não pertencia a Concheara mas era da Região vizinha, de La Ventura.

Acabou por convidar Matheo para o jantar.

Laila, assim que adentrou o Grande Salão, abriu um largo sorriso, logo que o viu. Ele retribuiu com outro, ainda mais admirado, para ela.

Matheo evitou falar dos detalhes sórdidos da invasão, à mesa, dando somente alguns, menos angustiantes, para fazer a conversa fluir e prestigiar mãe e filha, uma vez que já tinha relatado tudo o que precisava para Fernan.

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Dedico esse capítulo às amadas leitoras:

SinthiaManu

Layanemarta

anne_santos15

ThaisHeitor

Josileiderangel

lurasantos85

Marisatiago

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora