Cap.51 - Cerro Compartido (Parte III)

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Ousado, no mínimo, esse príncipe Orlando. Mas essa é a realidade nua e crua. Quer Matheo queira aceitar, quer não...

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Não sendo suficiente...

— Como é linda aquela menina... Acho que a mulher mais bonita que já conheci. — o príncipe se derrete, virando os olhos, esfregando a língua nos lábios, o que faz Matheo contar até mil para não quebrar o pescoço do infeliz.

— Olha... Preciso estar vivo pra conhecer o sortudo que Fernan irá entregar a mão da filha. — e Matheo se controla, já menos desconfortável. — Queria que meu irmão se candidatasse, mas o coitado não tem a menor chance. Além de ser feio que dá dó. — outro comentário que faz Matheo expirar um sorriso, virando a cabeça para o lado, à disfarçar a indignação com o nobre mais escrachado que já conheceu.

— Quero ser convidado pro casamento, só pra apertar a mão desse felizardo. — Orlando complementa, debochado.

— Lembrarei de advertir Fernan sobre este... desejo, alteza. — Matheo devolve, certo de que o príncipe já estava tendo sua vontade atendida.

— Por favor... Me dê este prazer. — Orlando pede.

— Certamente... Mais alguma coisa?

— Não, obrigado.

— Com licença. — e Matheo troca um aperto de mão com o homem, já deixando a sala ainda surpreso com a postura de Orlando.

Ficou bem perturbado com o que escutou sobre Laila. Era um fato que toda a realeza já a conhecia e a seus atributos. Não havia mesmo como esconder aquela beleza descomunal. Só ficar dia e noite a guardá-la, até tê-la exclusivamente e oficialmente para si, pelo resto da vida.

Mal podia esperar por isso. Ficou ainda mais ansioso por esse dia, que parecia não chegar nunca.

— Herbert?! — e Matheo acha o amigo na dependência da guarda. — Vou voltar.

— Como?

— Quero ir agora.

— Acalme-se, por favor...! Nem acabamos aqui. E tá tarde já...

— Assume aí. Eu volto sozinho.

Herbert o estranhou... Parecia nervoso, mas não conseguia entender o porquê.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não. Nada. Só acho que não preciso ficar.

— Não pode esperar até amanhã?

Matheo o encarou com o típico olhar de poucos amigos.

— Lógico que não. — Herbert responde a sua própria pergunta, esticando os lábios. — Vá, então. Deixa que eu seguro as pontas por aqui.

— Já acertei a recompensa com Orlando. Cinco mil moedas...

— Cinco mil?! De ouro??! — Herbert estava surpreso. — Nem sei como vamos carregar. — comenta, mas nem se preocupando com aquele "problema".

— É só ir buscar e sair fora quando quiser. Mas evite o velho a todo custo.

— Pode deixar...! — e se despediram com um aperto de mão. — Boa viagem.

Matheo pegou a estrada, não antes de passar pela Hospedaria para comer o que estava pronto para o jantar.

Como viajava sem companhia, aproveitou para pensar na vida, lembrando dos flashes da conversa com Orlando. Com certeza, o nobre mais desregrado que conheceu.

Em se casando com Laila, pelo menos sabia que não seria dele o título de príncipe mais escrachado. Sendo o posto de liderança já ocupado com honras e considerável folga por Orlando.

Riu sozinho por umas boas léguas ao se lembrar do diálogo com o príncipe, apesar dos comentários sobre "sua mulher".

Era bem consciente que aquele tipo de comportamento deveria ser uma regra entre os nobres que tinham contato com a Família de LaViera. Só não havia conhecido ainda, alguém com a coragem para falar com todas as letras.

Viajou por toda a noite e dia, chegando na virada de domingo para segunda-feira em LaViera.

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora