Já era perto da hora do almoço, quando conseguiram dar conta de, pelo menos, um terço do que estava fora do lugar.
— Precisamos ir.
— Agora mesmo... — Matheo concordou.
— Senhor Oscar, iremos agora, mas tentarei voltar mais tarde para ajudá-los a finalizar a organização.
— Nossa, Alteza... Nem se preocupe. O que fez por nós já foi de um valor inestimável.
— Imagine.
Eis que dona Carmen surgiu gritando do outro lado.
— Já vão, Alteza???!!
— Sim... Precisamos chegar a tempo para o almoço. Meus pais me esperam.
— E o senhor Matheo? Gostaria de acompanhar-nos no almoço aqui na Instituição? Será um prazer...
— Não posso. Preciso me reunir com o Rei.
— Ah... Que pena... Fica para uma próxima, então... — e Carmen estendeu a mão, toda pretensiosa, para que ele a beijasse.
Matheo o fez com uma ponta de repúdio e deu o braço para Laila, assim que ela se despediu dos dois encarregados.
• • •
— A senhora Carmen parece ter apreciado sua companhia.
— Hum... E a senhorita percebeu...?
— Teria como não perceber...?
— Ficou incomodada?
— Um... pouco...
— Um pouco?!
— Bem... Um pouco demais até...
— Isso é... muito bom saber...
— E por quê?
— Porque significa que também se importa.
— É lógico que sim!
— Não imagina... como isso... me deixa... feliz... — e deu outro beijo constrangedor nela, já dentro do prédio anexo onde estavam os cavalos.
A caminho do Castelo...
— Pretende voltar aqui?
— Eu sim... E, de preferência, sem o senhor.
— Posso saber por quê?! — altivo, não disfarçando o incômodo.
— Pra não dar abertura à senhora Carmen de ficar assediando-o na minha frente...
— Hum... Já que não gosta... Faz sentido. — e a contemplou com aquele sorriso só dela. — E acha que dona Carmen faz frente à senhorita?
— Não... sei... dizer...
— Ninguém faz! — ele mesmo respondeu. — Não existe mulher no mundo que chegue a seus pés, Laila... — balbuciando no ouvido. — E ainda que existisse... só há uma pela qual me apaixonei.
— Fico feliz... em saber disso...
— Completamente... apaixonado... — reforçou, beijando a cabeça dela, recostada em seu ombro.
Laila respirou fundo, a face iluminada de alegria.
Ao descê-la do animal, ele roubou um beijinho no lábio.
— Não faça isso! — ela o repreendeu, brava, empunhando o dedo.
— Não resisto... E não tinha ninguém olhando.
— Como tem tanta certeza?
— Eu... tenho...
Ela só sorriu para Matheo.
Não haveria mesmo como segurá-lo.
Os dois almoçaram com os pais.
• • •
À tarde, antes de sair, Laila passou para uma visita rápida a Pablo.
— Espero vê-lo logo longe dessa cama.
— Nem me fale... Tô cansado de ficar aqui me sentindo um inútil, enquanto há tanto o que ser feito aí fora.
— Gosta de ler? — Laila indagou.
— Hum... Sei lá... Por quê?
— Posso providenciar alguns livros para o senhor. Que assunto lhe interessaria?
— Não sei direito. Nem me lembro da última vez que li um.
— É uma ótima oportunidade, enquanto estiver aqui. Diga-me do que gosta.
— Deixo pra Sua Alteza escolher um por mim.
— Está combinado! Trarei algo hoje mesmo.
Laila seguiu direto da enfermaria para encontrar-se com Jafé, às duas da tarde. Voltariam à sua Escola.
— Saindo de novo...? — Matheo a surpreendeu, antes dela subir no carro.
— Pare com isso. Sabe onde vou. — e o repreendeu, cochichando, quase inaudível.
— Eu sei... Tô só te importunando um pouquinho.
E um olhar de ira surgiu no mesmo instante.
— Não consigo ir agora. Pedirei a um guarda que a acompanhe.
— Acha que precisa?
— Indiscutível.
— Apresse-se então, pois estou saindo... — o que o fez rir do atrevimento. Mas não iria mais reprimi-la. Não havia porquê se indispor por bobagem.
— Ele os alcança.
— E você?
— Reunião com seu pai... Reestruturação da Guarda... Visita aos desabrigados...
— Já entendi. — e rasgou o lábio para ele.
— Infelizmente, nada que me agrade tanto quanto estar com a senhorita.
— Mas não estaria, nem se pudesse.
— E por quê???!!
— Senhora Carmen...
— Hum... Sei... Minha mulher com ciúmes de mim?
— Pare de me chamar assim! Ainda mais aqui.
Ele riu.
— Se conseguir, apareço por lá, no final do dia, pra uma visita.
— Ficarei preparada.
— Por qual motivo???!!
— Pra não desfalecer de susto, já que adora me fazer isso.
Matheo expirou um sorriso.
"Sua mulher" era engraçada e espontânea às vezes, como se não bastasse todas as outras qualidades.
— Até mais tarde, Alteza. — e beijou a mão dela.
— Até, senhor... — e esticou os lábios para ele, antes de entrar no carro.
• • •
Laila passou a tarde ajeitando livros nas prateleiras, sendo auxiliada por Jafé dessa vez e assistida por Oscar, já que a senhora Carmen parecia não querer se dar o trabalho de ficar por lá, sem ter quem assediar.
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(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)
Storie d'amoreE finalmente o 3º, último e derradeiro livro da história de **LAILA**. Quem ainda não leu o 1º ou o 2º livro, ambos estão na minha página @vivianevmoreira no wattpad. ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ Até chegarmos no desfecho dessa impensável história...