— Posso saber quando?
— Eu quis te raptar...? — ele sabia que Laila não desistiria do assunto tão fácil.
— Isso.
— Bem...
— Não me diga que... Ainda quando me provocava aqueles desmaios.
Matheo sorriu.
— Nããão!!! — e levou a mão à boca. — Eu não sobreviveria. — balançando a cabeça, em choque.
— Eu sei. — ele alisou o rosto da esposa, em meio a um olhar doce. — Por isso, tive que ter paciência. Até que se afeiçoasse a mim.
— E Herbert...?!
— Ele que me convenceu que era possível conquistá-la. Sem forçar a nada.
— Devo minha vida a ele! — Laila soltou sem nem pensar.
— Mas deve muito mais a mim!! — Matheo retrucou, soberbo.
— Tem razão. Mas um pedacinho a ele.
— Um pedaço bem pequeno, se for... — já partindo para agarrá-la, espalhando beijos desmedidos por tudo. — Pois o restante é meu! Todo meu! — e a ergueu no braço, mordiscando a barriga, fazendo-a gritar de aflição.
— Pare! Por favor!!!
— É meu ou não é??!
— Não!
E intensificou o ataque.
— Meu??? !
— Ai, ai!! Tudo seu!!! — ela concordou, estrebuchando as pernas. — Tudo!!! Mas pare com isso!!!
— Agora sim... — e a beijou com uma vontade descabida.
— Não pode judiar de mim desse jeito.
— Não, é??!
— Não mais... Já judiou toda a sua cota. Agora tem que me tratar bem.
— É a única coisa que dá sentido pra minha vida, Laila... Cuidar de você.
Outra vez lisonjeada com os dizeres, ela retribuiu com um beijo único, entregando-se ao marido sem qualquer resquício de pudor.
• • •
— Você tá mais a vontade... — ele constatou.
— Como?
— Comigo. Parece mais a vontade.
— Tenho que ir... acostumando...
— Com certeza. Mas não precisa pressa. Tem a vida inteira pra isso. — Matheo a encarou, enfeitiçado pelo olhar meigo e inocente, abraçando-a forte para sentir outra vez que era real.
— Vamos voltar.? — ela propôs.
— Agora mesmo!
E mergulharam novamente na água gelada.
Laila se prendeu ao pescoço do marido dessa vez, para chegarem mais rápido.
• • •
— Há uma queda d'água aqui perto. Quer ir até lá? — ele sugeriu.
— Mas assim... Sem roupa...???!
— Nem se preocupe. Não há ninguém. Eu garanto.
Os dois pegaram as vestes penduradas na árvore. Matheo subiu com ela até a falésia próxima, atravessaram um pequeno pedaço de vegetação e lá estava a graciosa queda d'água.
Laila banhou-se para remover o sal do corpo, depois, sentou-se com ele numa pedra para se secar.
Enquanto estava em seu colo...
— O que tá fazendo?
— Curtindo você... — e deslizava a mão pelo peitoral até o abdômen dele, passando pelo braço, a admirar aquela montanha de músculos bem torneados. — Você é desproporcionalmente grande. Me esmaga com uma mão se quiser.
— E por que acha que eu faria isso?
— Não sei... Na verdade, nem quero saber... Me aflijo só em pensar. — e encolheu-se toda no colo do marido.
— Não pense nisso, por favor. — ele pediu, aborrecido. — Só faria mal a quem lhe fizesse mal. Nunca a você.
— Não mais... — ela o corrigiu.
— Não mais... — ele concordou, em meio a um abraço carinhoso.
• • •
— Posso te contar uma história minha?
— Claro. — Laila se animou.
— Eu não nasci aqui. — Matheo confidenciou.
— Não??! E nasceu onde?
— Você não vai acreditar...
— Conta!
— No mesmo lugar que você.
— Não creio! Por que não disse antes??! Será que nos conhecemos...?
— Eu saí faz muito tempo de lá. Com oito anos. Você tinha...
— Três anos. É... Muito pequena mesmo. Nem se o conhecesse, iria me lembrar. — comentário ingênuo que arrancou um olhar meigo de Matheo.
Não tinha como disfarçar a alegria de ter a mulher da sua vida ali, com ele, pelo resto de sua existência.
Sem dúvida alguma, haviam nascido um para o outro. E o destino, torto ou direito, sempre tivera o capricho de juntar.
— E meus pais? — ela insistiu.
— Deles, eu me lembro vagamente.
— Ah...
— Lembro também de alguns guardas que perambulavam pela Vila. Pareciam assustadores.
— Só pareciam. — ela concordou, rindo.
— Acho que minha mãe fazia vestidos pra umas moças que trabalhavam no Castelo. Me recordo dela comentar também.
— Sei.
— E conheci uma senhora. Parece que era sua babá...
— Jura?! A dona Lola? — Laila se entusiasmou.
— Não... Não era esse nome.
— Será que foi dona Sarita??
— Acho que era isso.
— Minha mãe comentou uma vez que ela foi minha babá, quando eu era bem pequena. Não me lembro dela. Deve ter sido ela mesma...
• • •
— Gostou do passeio?
— Foi quase um sonho. — Laila confessou, recebendo afagos comedidos do marido.
Voltaram para a casa dos pais já era quase noite.
A "bá" até ensaiou uma preocupação pelo tempo que ficaram ausentes, mas a mãe nem se importou, certa de que Laila não estaria em melhores mãos que as do filho. Ainda mais na condição de casados.
Não havia qualquer preocupação mais ali.
E os dois estavam famintos. Nem esperaram o jantar, já avançando para cima da comida que a "bá" preparava.
Matheo sempre caçoava da esposa, quando a deixava naquela situação de desespero.
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(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)
RomanceE finalmente o 3º, último e derradeiro livro da história de **LAILA**. Quem ainda não leu o 1º ou o 2º livro, ambos estão na minha página @vivianevmoreira no wattpad. ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ Até chegarmos no desfecho dessa impensável história...