(Cap. extra) Dois anos depois...

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— Bom dia, mulher da minha vida!

— Oi, meu amor!

— Sonhou comigo?

— Quando eu não sonho?

— Hum... Muito bom saber... — nesse momento, Matheo já estava sobre a esposa, dando início às preliminares daquele amor único que só ele sabia fazer nela...

Acabaram, levantaram da cama, aprontaram-se e saíram, cada um para o seu destino, como em qualquer segunda-feira.

Mas aquela não era uma segunda-feira qualquer...

Era o exato dia que voltava a marcar sua presença perturbante no calendário. Especial para ele. Mais do que traumático para ela...

Depois de almoçarem...

— Aceita dar um passeio comigo pelo jardim?

— Claro. — Laila concordou prontamente.

E lá foram.

Matheo, ainda mais atencioso com ela, perguntava de tudo... Sobre a Escola, as amigas, as flores que brotavam às pencas pelo jardim...

Laila respondia gentilmente, sorria ocasionalmente, mas... tudo o que ele mais desejava era afastar aquele brilho triste dos olhos dela. Queria não ser apto a enxergar, mas infelizmente ele estava ali, camuflado em meio aos sorrisos gentis, o jeitinho doce e a meiguisse fascinante da esposa.

Apesar das mil atribuições, Matheo passou ainda mais tempo com Laila naquela tarde, dando-lhe uma atenção, um carinho e expressando um amor tão especial, que extrapolava qualquer conceito do que se conhecesse como um marido ideal.

À noite, quando já estavam à cama, prontos para dormir...

— Tão linda, meu amor... Eu não consigo me acostumar.... Acho que nunca vou conseguir... — ele acariciava o rosto dela em meio aos elogios, ambos deitados, um de frente para o outro, os rostos quase que se tocando.

Ela armou um sorriso lindo em retribuição, mas que não combinava com a melancolia de seus olhos...

— Por que essa carrinha triste?

Laila expirou o ar.

— Nada. — e desviou os olhos do dele.

— Te conheço, Laila. Bem demais até... Pode me contar.

— Acho que... você até sabe...

Dessa vez, foi ele quem se calou.

Após segundos de silêncio.

— Isso ainda mexe com você?

— A falta de entender a razão, mexe.

Ele ficou pensativo...

Matheo achava que fazia o impossível, em sua concepção, para apagar a mancha negra do passado deles, ao dedicar sua vida quase que exclusivamente a ela. Mas, verdade seja dita, ocultar o que aconteceu pelo resto de seus dias, não iria resolver a angústia de Laila pela falta de respostas.

Eis que tomou a coragem e retomou o "maldito" assunto...

— Eu quero te explicar... Juro que quero... Mas não quero te perder... Promete que eu não vou te perder?

— Por que você me pede isso, assim... antes de tudo?

— Porque eu não quero me desentender com você, por causa de uma coisa que pra mim tá no passado, Laila. — subindo o tom de voz, já um tanto nervoso.

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora