Cap.50 - Treino Secreto (Parte I)

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Aqui vamos pra mais um momento. E com confusão, pra variar... :-/

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(segunda - quarta-feira)

Segunda-feira pela manhã, Laila foi à Escola para averiguar o resultado final dos exames.

Havia tirado nota máxima em quase todas as disciplinas. Inclusive Cálculo, para o seu orgulho.

Foi também o dia em que recebeu os detalhes da programação do Retiro de Verão que aconteceria logo mais.

O Retiro de Verão era "o" evento do ano. Simplesmente imperdível e mais que aguardado pelos empolgados alunos.

Laila deveria pedir autorização para os pais para poder participar do Retiro, Mas, esperta, optou por conversar com eles, mais próximo ao prazo final de confirmar sua participação.

Quanto menos tempo para minha mãe criar empecilhos à minha participação, melhor... Deduziu.

• • •

À tarde, seguiu para a aula de Pintura, sempre acompanhada de um guarda.

Na saída...

— Alteza?

— Senhor?

— Vou acompanhá-la até o Castelo.

— E Jairo? — queria saber onde estava o guarda que fazia sua segurança aquela tarde.

— Precisou voltar... antes. — na maior "cara deslavada".

— Ah... — e entrou na carruagem sem dizer nada, sendo seguida por Matheo a cavalo.

— Tenha um bom final de tarde, Alteza. — saudou-a assim que a ajudou a descer da carruagem, em frente à porta do Castelo.

— Igualmente. — sem dar margem para ele esticar a conversa.

Matheo estava impaciente em não conseguir se aproximar dela de forma alguma e piorava ainda mais, quando Laila fazia questão de pontuar o abismo de distância entre eles.

• • •

— Lis... Você não vai acreditar quem me aguardava, quando terminou a aula de pintura?!

— Não me diga que aquele... homem...?

— Quando saí da casa do professor, lá estava ele. Disse que o guarda que me acompanhava precisou voltar.

— Nossa... Mas por que haveria de ser ele a encarregar-se disso?

— Não sei também. O que sei é que Matheo está muito implacável em vigiar-me. Fico preocupada com o treino com espadas.

— Eu, sinceramente, minha ama... Estou mais preocupada com a senhorita.

— Por que, Lis...?

— Ter aquele homem em cima, fervoroso, a vigiá-la dia e noite. Me aflijo só de pensar.

— Ai, Lis... Eu também não sei o que fazer. Não consigo me defender contra isso. Ele... Como se não bastasse, ainda tem o apoio incontestável dos meus pais.

— Que infortúnio, ama. E o que a senhorita fará a respeito disso...?

— Vou continuar tentando desviá-lo de meu caminho.

— Não digo em relação ao treino. Mas... Em relação à sua Alteza?

— Ainda não sei, Lis. — e soltou um suspiro angustiado.

**********

Um dia após, Laila seguiu para a aula de dança, sempre vigiada de perto por ele.

Durante o almoço, ainda teve que aturar a presença daquele ser ultrajante. Logo depois, voltou ao quarto para aprontar-se para o treino com espadas e repassou com Elisa as medidas preventivas, tentando manter tal atividade em segredo sobre todas as coisas.

E foi para seu treino sem empecilhos.

• • •

Matheo, após o almoço, havia subido direto com Fernan para a Sala de Despachos, que já a ocupava há alguns dias, assim que a longa reforma fora concluída.

Enquanto Fernan deliberava sobre os incessantes e repetitivos assuntos, Matheo notou, ao enquanto espiava pela janela, um cavalo deixando o Castelo a galope acelerado, manejado por Jafé que parecia levar uma dama junto a ele.

Como chefe da Guarda, habitualmente acompanhava as movimentações ao redor, o entra e sai do lugar, alerta como ninguém.

— Mais algum pedido, Majestade?

— Não meu caro. Pode ir.

Ao deixar a Sala do Rei, desceu feito um corisco pela escadaria, atrás de Elisa. Achou-a em segundos na área de descanso dos serviçais.

— Onde está Sua Alteza?

— Em seu aposento. — mesmo aflita com a abordagem, Elisa se manteve fiel à ama.

— Vá chamá-la!

— Está a descansar.

— Eu sinto... cheiro de mentira no ar...! — inacreditável, Elisa pensar que poderia enganar aquele homem.

— Mas...

— Elisa...! Onde-está-a-princesa? Eu sou o responsável por ela.

— Ai, Meu Senhor... — e se pôs em desespero, cobrindo a face com a mão, claro sinal que começaria a chorar.

— Fale... agora. — exigiu, ameaçador.

— Ela... Ela foi... Ela está... no Sítio dos Alcântaras.

Matheo cravou os dedos no cabelo e o esfregou com força, quase arrancando o couro cabeludo. Não podia crer que Laila tinha escapado bem debaixo de seu nariz.

— Venha! Você me leva até lá.

— Mas... senhor...

— Agora, Elisa!! — e saíram voando dali.

Enquanto Matheo pegava o cavalo no tronco, seu amigo apareceu.

— Herbert, venha comigo.

— Que tá acontecendo?

— Laila.

E lá foram os dois, disparados para o Sítio, guiados por Elisa. Herbert com ela na cela, para seu deleite, que tinha um queda considerável pelo rapaz.

Chegando, nem bem desceram do cavalo e avistaram, ao longe, Laila rendida, de joelhos na grama, por um homem que apontava a espada a centímetros dos olhos dela.

Matheo pulou do cavalo e se pôs a correr pelo pequeno morro, feito uma avalanche, em direção aos dois.

(COMPLETO) Laila Dómini - Quando é para ser... (Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora